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ricardo1993

[ABOLA] Portugueses Emigrantes

Publicações recomendadas

Bem, basicamente o jornal Abola tem publicado ultimamente no seu site noticias de portugueses (seja jogadores, treinadores, etc) que actuam no estrangeiro e achei que seria interessante colocar as noticas aqui para quem não tem pachorra em ver os sites desportivos. :wink:

 

Vou deixar aqui postado as últimas 3 noticias publicados pelo site Abola:

 

Citação do jornal "A Bola" online

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Luís Leal deixou clausura da Arábia Saudita e está rendido à Turquia

 

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Deixou o Estoril em janeiro do ano passado para representar o Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita, na altura orientado por Vítor Pereira. Uma época depois, já passou também pelos Emirados Árabes Unidos, onde vestiu a camisola do Al Ittihad Kalba e, desde janeiro, representa o Gaziantepspor, da Turquia, por empréstimo. Falamos de Luís Leal, avançado de 27 anos formado no Sporting e no Cova da Piedade, nascido e criado na Arrentela, agora um cidadão do Mundo.

 

«A Turquia tem sido o país mais fácil para me adaptar. Cheguei há pouco tempo mas nota-se que as pessoas têm mais liberdade e podemos andar mais à vontade. O primeiro, a Arábia Saudita, foi mesmo o mais difícil. É uma sociedade mais fechada e para um ocidental é complicado. É verdade que somos bem remunerados mas há vários factores que podem atrasar a nossa adaptação. Os costumes, o calor e a religião. Nos Emirados, é diferente. Há mais abertura, embora tenhamos sempre de manter algum cuidado, porque há coisas que são proibidas. Coisas simples como, por exemplo, beber álcool», exemplifica Luís Leal, que aponta diversas diferenças em termos culturais:

 

«Sobretudo na Arábia Saudita há coisas muito diferentes. As mulheres não podem andar sem a burkha, não podem andar destapadas, a religião tem um papel muito importante na vida das pessoas. Depois, em termos políticos, não há comparação possível, trata-se de uma monarquia que rege o país de uma forma um bocadinho fechada. Não há muita liberdade. Nos Emirados, como disse, é diferente, há mais liberdade e sobretudo maior influência do estilo de vida ocidental. O país aposta muito no turismo. A Turquia é diferente de tudo o resto. É uma mistura do Ocidente com o mundo muçulmano.»

 

Em termos desportivos, para Luís Leal a diferença é mercada, sobretudo, pelo profissionalismo.

 

«Nesses países um jogador pode faltar ao treino para ir ao dentista ou tratar de assuntos pessoais. Ainda existe um longo caminho a percorrer. Depois existe a questão do clima. Temos de treinar às dez da noite, porque durante o dia é impossível, por causa do calor. Não há comparação possível entre o nosso campeonato e as ligas nestes países. Na Turquia, mais uma vez, é diferente. Há profissionalismo, há dinheiro para investir em grandes craques e o campeonato é muito competitivo. Não sei se não será mais competitivo do que o nosso», assume mesmo Luís Leal, que já viveu sentimentos distintos durante estas duas temporadas:

 

«Na Arábia Saudita as coisas só ficaram mais fáceis quando comecei a marcar golos. E marquei muitos... depois saí, de um clube que lutava para ser campeão, e fui para os Emirados, para um que tinha acabado de subir de divisão. Mas nunca me arrependi das escolhas que fiz.»

 

Saudades do copo de vinho

Se em termos culturais Luís Leal já foi do oito... ao oitenta, também em termos gastronómicos o avançado tem sofrido com a falta da típica comida portuguesa.

 

«Se há coisa em que os portugueses são dos melhores do Mundo é na gastronomia. E passar para uma realidade em que, por exemplo, não é possível beber um copo de vinho à refeição, é um choque muito grande. É impossível, na Arábia Saudita manter uma alimentação parecida com a nossa. Nos Emirados, já é mais fácil, a oferta é muito mais variada», confessa Luís Leal, agora habitante da gigante metrópole Gaziantep, na Turquia.

 

«É uma cidade com mais de um milhão de habitantes. Está a pouco mais de 100 quilómetros da fronteira com a Síria e sinceramente não vejo termo de comparação com nenhuma cidade portuguesa. Só se for pelo número de habitantes que é semelhante ao de Lisboa. É uma cidade com muita história. E é uma cidade enorme e com pessoas muito apaixonadas pelo seu clube», explica Luís Leal.

 

A incrível força dos adeptos

Desde janeiro no Gaziantepspor, Luís Leal ainda procura o primeiro golo mas já encontrou... o carinho dos adeptos. E a paixão que faz da Liga Turca uma das mais incríveis no que às bancadas diz respeito.

 

«Creio que a liga turca é ainda mais competitiva do que a portuguesa. Tem equipas muito boas, como o Besiktas, o Galatasaray ou o Fenerbache e ainda o Trabzonspor. E mesmo as equipas médias tem bons jogadores, porque há dinheiro para os contratar. É um campeonato muito dificil e com os estádios sempre cheios. Os adeptos turcos vivem os seus clubes de uma forma muito intensa. É incrível!», afirma, sem hesitar, Luís Leal que, traçando uma comparação com a Liga Portuguesa, acredita que o Gaziantepspor lutaria por um lugar tranquilo na tabela do nosso campeonato:

 

«Talvez entre os dez primeiros, sem grandes dificuldades. O Gaziantepspor é um clube médio da Turquia, com boa organização e bons jogadores. E um público que puxa imenso pela sua equipa, com capacidade de investimento maior do que a maioria dos clubes portugueses.»

 

 

Citação do jornal "A Bola" online

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João Carlos Teixeira: em Inglaterra mas sem fugir ao caldo verde de Londres

 

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Trocou o Sporting, clube que o formou, pelo Liverpool em 2011, tinha apenas 18 anos, e não está minimamente arrependido, apesar dos empréstimos a Brentford e, este ano, ao Brighton, equipa do Championship, segundo escalão.

 

Falamos de João Carlos Teixeira, 22 anos, autor de seis golos esta época com a camisola dos The Seagulls, assim é carinhosamente conhecida a equipa da cidade de Brighton e Hove, no sul de Inglaterra.

 

No sábado, o médio brilhou intensamente na vitória (4-3) sobre o Birmingham, jogo da 32.ª ronda, ao marcar dois dos quatro golos da equipa, façanha que o levou a ser eleito o melhor jogador em campo.

 

Perfeitamente adaptado a Inglaterra, a uma nova cultura, a novos hábitos alimentares e a outras mentalidades, confessa que a aventura no Reino Unido está a correr sem sobressaltos, contando com a ajuda, carinho e apoio incondicionais da namorada.

 

Mas, quase todos os meses, as saudades são mais fortes do que ele. Saudades de um prato tipicamente português: o caldo verde.

 

Por isso, uma vez por mês, apanha um comboio para Londres, percurso que demora pouco mais de 50 minutos, para satisfazer o desejo de comer a sopa de couve-galega, típica da região do norte de Portugal: João Carlos Teixeira é natural de Braga.

 

«Adaptei-me sem grandes dificuldades, apesar do tempo em Inglaterra, dias quase sempre cinzentos. A minha rotina diária não varia muito: treino de manhã, almoço em casa e, sempre que posso, vou ao centro da cidade, eventualmente para ir ao cinema», descreve o português, dia sim, dia não em contacto telefónico com alguns compatriotas que também fazem pela vida em Inglaterra, em particular Tiago Llori (o antigo central do Sporting está emprestado pelo Liverpool ao Bordéus, de França), o avançado Betinho, outro ex-leão, atualmente ao serviço do Brentford, clube que também milita no Championship, e Eric Dier, defesa inglês que trocou o Sporting pelo Tottenham no início da temporada.

 

Mas os momentos altos do mês acontecem que os pais o visitam, carregados de mantimentos tipicamente portugueses (queijo, bacalhau e bolachas... Maria), e quando se desloca a Londres para se deliciar com um caldo verde num restaurante português.

 

«Não gosto do frio que se faz sentir em Inglaterra mas também há coisas boas. O caldo verde, as visitas mensais dos meus pais, as idas ao Parque de Diversões de Brighton, enfim, entretenho-me como posso», finaliza João Carlos Teixeira.

 

Em contagem decrescente para o próximo golo e... caldo verde.

 

Citação do jornal "A Bola" online

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Rúben Brígido, ‘o menino de Leiria’ à conquista da Roménia

 

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Rúben Brígido, de 23 anos, cumpre a sua sexta época como jogador sénior no Otelul Galati da Roménia. Depois de passagens pelo União de Leiria (cidade onde nasceu) e pelo Marítimo, foi para os Balcãs no início da temporada. Uma aventura que o médio ofensivo confessa não estar a ser fácil.

 

«É um futebol muito físico, de muito contacto e é tecnicamente menos evoluído. Nesta altura, os campos também não estão nas melhores condições, o que não ajuda muito na minha maneira de jogar. Por isso, a minha adaptação tem sido difícil, mas vou tentando aos poucos para me sentir melhor a cada dia», disse a A BOLA.

 

Uma adaptação complicada, mas que tem sido amenizada pela companhia de outro português. Hélder Tavares chegou ao clube romeno na mesma altura que Rúben Brígido, que admitiu ser uma boa companhia para ultrapassar os momentos menos bons.

 

«Vivo com o Hélder, ele adaptou-se melhor do que eu. Não nos conhecíamos e criámos uma boa amizade. Mas também me dou bem com os romenos, vivemos muito perto uns dos outros», sublinhou.

 

Na sua primeira experiência no estrangeiro, ‘o menino de Leiria’ encontrou alguma insegurança no clube, fruto de mudanças na estrutura e de dificuldades financeiras. Uma situação que também dificultou a adaptação.

 

«Quando cheguei, o clube estava a atravessar um período de alguma instabilidade. Houve nova direção e novo treinador com mentalidade diferente. Houve alguns problemas pelo caminho, o clube também está em insolvência mas, até agora, têm tudo regularizado com os jogadores», revelou.

 

Duas pré-épocas

 

O campeonato romeno esteve parado quase três meses, de dezembro a fevereiro. Um facto que é aproveitado pelas equipas para fazer uma segunda pré-época. A comitiva do Otelul Galati viajou até à Turquia e foi aí que Rúben Brígido viveu uma experiência única: «Corremos muito pelas montanhas, no meio da neve. Nunca tinha feito tal coisa, havia treinos que nem tocava na bola!»

 

Estreia no clube

 

O primeiro encontro de Rúben Brígido no Otelul foi frente ao campeão Steaua de Bucareste, a 5 de outubro. O Otelul perdeu 0-3, mas o médio confessa ter sido uma boa estreia: «O resultado não foi bom para a equipa mas, pessoalmente, correu bastante bem e tive outros jogos bem conseguidos.»

 

Em relação à presente temporada, tem sido de altos e baixos, alternando a titularidade com jogos em que tem sido pouco utilizado. No entanto, não quer estabelecer metas para o futuro e pensa apenas em desfrutar das oportunidades: «Vou tentar jogar o máximo que puder aqui e, como no futebol tudo é incerto, no final da época logo se vê.»

 

Roménia vs. Portugal

 

Num país onde o ordenado mínimo ronda os 250 euros, Ruben Brígido contou que, apesar das condições climatéricas adversas, uma das virtudes da Roménia em relação a Portugal são os preços baixos.

 

«Aqui há menos sol, mais frio e o clima é diferente. Mas o custo de vida é mais barato, principalmente nos bens essenciais», disse, ao mesmo tempo que confessa sentir falta daqueles que lhe são mais próximos:

 

- Tenho saudades da família, dos amigos, mas também já me tinha habituado quando estava na Madeira. Também tenho saudades da comida. Não vou com a regularidade que gostaria a Portugal, estive um mês no Natal, agora só em maio.

 

Melhor momento da carreira

 

«A minha carreira ainda é muito curta, mas deu-me muito gosto a minha estreia pelo União de Leiria contra o FC Porto. Foi pelas mãos do treinador Lito Vidigal. Acabámos por perder 4-1, mas lembro-me que fiz a assistência para o nosso golo. Claro que a minha estreia pela seleção sub-20 também foi marcante.»

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Citação do jornal "A Bola" online

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Portugueses emigrantes
Entre selvagens e pistolas, Nuno Assis não se cansa de Chipre

Pode haver quem pense que para Chipre só vão jogar aqueles que não têm lugar em campeonatos de primeira linha na Europa. Pode haver quem pense que só vão para Chipre jogadores acabados em fim de carreira. Pode haver quem pense que não têm outra hipótese. Mas pode haver quem esteja errado.

«As pessoas podem achar que não é assim, mas a única diferença que sinto em relação à minha capacidade há uns anos é que, agora com 37 anos, preciso de mais um ou dois dias para recuperar depois dos jogos. Não noto mais nada. Talvez seja por não ter tido nunca uma grande lesão ao longo da minha carreira», explica a A BOLA Nuno Assis, médio do Omonia Nicósia que vive e joga na pequena ilha no mediterrâneo há três épocas.

Formado no Sporting e campeão pelo Benfica em 2004/05, este internacional português em duas ocasiões não se pode classificar como um desconhecido ou acabado. Com muitas histórias para contar, não parece muito apressado em deixar o país.

«Em Portugal é complicado jogar a partir dos 30 ou 31 anos, não interessa aos clubes o rendimento que se pode ter com essa idade», argumenta o médio em conversa telefónica. Trocou o Vitória de Guimarães pelo Omonia em 2012/13, venceu já uma Supertaça cipriota e é presença habitual no onze de Kostas Kaiafas. Arriscou com uma proposta financeiramente mais vantajosa do que qualquer outra que tivesse em Portugal, já que tinha ótimas referências de Chipre de antigos companheiros, especialmente Bruno Aguiar, atualmente no Oriental. E foi aposta ganha.

Paraíso de segurança. E fiscal também

Pode não ser algo percetível ao público em geral, mas Chipre pode ser considerado um paraíso fiscal. Impostos sobre rendimentos e negócios na ordem dos 10% atraem várias empresas à ilha e permitem aos clubes oferecer contratos bem mais apetecíveis que em Portugal. Mas o paraíso estende-se também à segurança, garante o nosso interlocutor.

«A minha família está comigo, pelo que o que salta à vista é a segurança no país. Não há esse tipo de problemas aqui: os miúdos podem ir sozinhos para a escola e brincar na rua à vontade e não se ouve falar em assaltos. Posso deixar o carro ligado enquanto vou só tomar um café. Esse tipo de coisas fez-me ficar aqui tanto tempo. As pessoas não falam em conflitos, ou confusão à noite», conta o médio, que entre os aspetos que mais aprecia no país junta, como é natural, o clima agradável.

«Claro que também aprecio o tempo, é fabuloso. O inverno dura duas ou três semanas. De resto, bom tempo. Aqui chove, mas pouco», diz.

Selvagens, armas, fanáticos...

Claro que nem tudo é perfeito. Como é o caso do trânsito. «São um pouco selvagens no trânsito, sim. Parados no semáforo, fartam-se de buzinar a quem não anda. Então se se aperceberem que o carro é alugado e não tem a matrícula de Chipre, como no meu caso, ainda fazem pior, ah e tal este é de fora daqui. Ainda por cima conduz-se pela esquerda: quando cheguei meti-me mais do que uma vez em contramão», conta-nos Nuno Assis, algo divertido, quando se recorda de um episódio caricato que lhe aconteceu na estrada.

«Da primeira vez que me mandaram parar na estrada, não tinha noção de como eram rigorosos com a velocidade. O limite era de 100 ou 110 km/hora e circulava a 120. Não pensei que fosse um problema. Um polícia mandou-me parar enquanto o outro estava encostado ao carro de patrulha, armado com o que parecia ser uma pistola. E estava apontada a mim. Assustei-me, fiquei apreensivo, ainda por cima de noite. Já para não falar que estavam parados no meio da autoestrada. Impensável. Felizmente a pistola servia apenas para medir a velocidade», recorda o experiente médio, que admite que, no que toca ao futebol, os cipriotas são «fanáticos», num misto da cultura de gregos e turcos.

«Aqui são doidos pelo futebol, são fanáticos. E se ganhamos o estádio fica cheio. Claro que cheio tem um contexto: o maior tem capacidade para 20 mil pessoas», conta Nuno Assis, que no meio de tanta energia e qualidade de vida desvenda um lado menos conhecido do povo cipriota.

...e o lado lunar

Um pouco de contexto: a primeira invasão da Turquia daquilo que na altura era a península de Karpas data de 1489. Resumidamente, após um período de ocupação britânica e anos de conflitos mortais durante o último século com os turcos cipriotas, que criaram uma região administrativa independente no nordeste da ilha, a população local ainda sente os efeitos da ocupação, já que milhares tiveram de fugir para o lado cipriota.

«A cidade e a ilha são um pouco escuras. Quando cheguei, estranhei um pouco, tudo parecia muito velho, nota-se que aconteceu aqui alguma coisa. Os portugueses que estão cá há mais tempo dizem-me que antes era bem pior, parecia uma ilha fantasma. Está dividida, mesmo com uma fronteira, a parte turca surge depois de os turcos invadirem a ilha, que era completamente cipriota. Muita gente fugiu para este lado na altura. Nem conseguem ir ao outro lado. Uma vez embarquei num avião na parte turca e amigos meus locais perguntaram-me porque haveria de ir eu para aquele lado», explica. Mas as praias são precisamente o oposto.

«As praias são bonitas: uma em particular, que frequento, é das melhores em que estive até hoje», diz. Quando tem tempo ao fim de semana, Nuno Assis aproveita para passear com a família, especialmente nessas zonas balneares. Está a uma hora de voo de Istambul e a três do Dubai, locais que já aproveitou para visitar. Com pouco mais de nove mil quilómetros quadrados, a ilha de Chipre faz-se de uma ponta à outra «numa hora e um quarto, no máximo».

Clã português, mas não tanto assim

Entre a comida que se resume à carne para os locais, o que falta de Portugal em Chipre é compensado pelas pessoas. São muitos os jogadores lusos no país.

«A comunidade já foi maior do que é agora, mas continua a haver muita convivência entre portugueses. E é mais fácil do que em Portugal, onde há família e outras coisas. Até porque quando estamos fora procuramos mais facilmente alguém que fale a nossa língua. Acabamos por nos encontrar, alguns nem conhecia antes de vir para cá, mas cruzamo-nos nos jogos e trocamos números, por exemplo», explica o português de 37 anos, que também já fez algumas amizades com cipriotas. Sem pensar para já no que fará no final da época, quando, recorde-se, termina o contrato, o plano para a reforma já está em marcha.

«Depois de acabar de jogar tenho tudo pronto: uma empresa de agenciamento de jogadores com o Fernando Meira e o Pedro Mendes [ex-internacionais portugueses], mas claro que neste momento não posso exercer, pois continuo a jogar», diz. Fica a mesma ideia quando esta história começou: Nuno Assis não tem pressa de se ir embora.

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Citação do jornal "A Bola" online

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Bernardo Tavares: Desiludido com o futebol português, triunfa em Omã

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Tem 34 anos, nasceu em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, começou a treinar em 2000/2001, nas camadas jovens do Benfica, seguiram-se sete épocas no Ginásio de Alcobaça, onde começou a treinar guarda-redes e a desempenhar funções de preparador físico, uma no Sporting, estreou-se nos seniores como adjunto de João Sousa no Carregado (Liga 2), trabalhou com Rui Gregório no Belenenses, onde ficou dois anos, emigrou na época passada para o Bahrain para representou o Al-Hadd (onde alcançou o 3.º lugar, igualando a melhor marca de sempre do clube), e no início desta época estreou-se como treinador principal ao serviço do Tirsense, na Série B do CN Seniores. Mas é em Omã que Bernardo Tavares está a dar cartas.

Deixou Portugal no dia do último Natal rumo a Omã, onde está a treinar o Al Nahda, equipa que na época passada sagrou-se campeã, mas está agora a lutar para não descer de divisão. Desde que assumiu o comando técnico, o português viu a equipa ganhar os dois jogos e deixar de ser lanterna vermelha.
«Pode parecer estranho o campeão do ano passado estar agora à beira da descida, mas o facto de a equipa ter perdido 13 jogadores teve muito peso, aliado ao desinvestimento da Direção faz com que o plantel não seja tão forte para lutar pelos lugares de topo da tabela classificativa», justifica Bernardo Tavares.

Questionado sobre o que o fez deixar Portugal e partir à descoberta do mundo árabe, o treinador não hesitou na resposta: «Estava desiludido com o futebol português. Sou licenciado em Treino Desportivo de Alto Rendimento, tenho o curso de nível IV de treinador, tenho o curso de treinadores de guarda-redes ministrado pela FPF (que frequentei em 2009, juntamente com o Ricardo Peres, mas que, infelizmente, ainda estamos à espera que a UEFA o reconheça ), tenho experiência e o que me ofereciam era salários a rondar os 400/500 euros. Decidi enviar o meu currículo para clubes e agentes e surgiu a oportunidade de emigrar e parti à aventura para o Bahrain»

Horários dos jogos em função das rezas
É sabido que o povo árabe é extremamente devoto e que os horários de reza são escrupulosamente cumpridos, de tal modo que, conta Bernardo Tavares, os jogos são agendados consoante as necessidades de reza.
- Por exemplo, tenho jogos a começar às 18.55 horas porque eles rezam antes do início do jogo, ao intervalo e no fim...
Algo que, por vezes, deixa o treinador frustrado pois quer falar aos jogadores para fazer alguns acertos, normalmente durante o período de intervalo, mas tem de esperar que terminem de rezar (normalmente dura cerca de cinco a sete minutos).

Com desenhos todos se entendem
O técnico diz saber algumas palavras em árabe, mas cabe a um dos seus adjuntos traduzir as suas indicações do inglês para o árabe. Contudo, é natural que algumas coisas se percam desde o remetente ao recetor. Portanto, nada melhor do que fazer desenhos. Ou não seja universal a linguagem do futebol.
- A prancha de treinador e um marcador andam sempre comigo. Quando vejo que não estou a conseguir fazer com que percebam o que lhes quero transmitir, desenho, assim todos percebem (risos).

Único português em Al Buraimi
Bernardo Tavares vive na cidade de Al Buraimi, que dista a uma hora de carro do Dubai, e sabe que é o único português que lá reside.
«Pelo que já me disseram somos três emigrantes europeus na cidade. Eu, um francês e outro cuja nacionalidade desconheço, ambos professores numa das universidades. Claro que quando ando na rua as pessoas olham-me e percebem logo que sou estrangeiro (risos). Por acaso noutro dia aconteceu-me uma situação engraçada quando estava no supermercado, a funcionária da caixa enganou-se e adicionou a minha água à conta do cliente da frente que, num inglês débil me disse que era oferta de boas-vindas e não quis aceitar o dinheiro da água. É uma cidade muito pacífica e acolhedora, onde me sinto muito bem», conta.

Vitória importante na África Cup
Na passada terça-feira a equipa de Bernardo Tavares alcançou importante vitória, por 2-1, diante do Al Whada, campeão da Síria, na primeira jornada do Grupo A da África Cup (que equivale à Liga Europa).
«Não entrámos bem no jogo, mas os jogadores esforçaram-se e conseguiram dar a volta ao resultado. Espero que este jogo nos impulsione para uma boa prestação nesta », realçou.

Além da África Cup, o Al Nahda está ainda envolvido na Sultan Cup (equipara-se à Taça de Portugal), onde alcançou os quartos de final, e na luta pela manutenção no principal escalão, que é a grande missão de Bernardo Tavares: «Cheguei aqui e encontrei a loiça toda partida. Não será uma tarefa fácil, mas as duas vitórias alcançadas nos dois jogos que já fizemos no campeonato deixou a equipa motivada. Mas estou com algumas limitações devido às lesões dos centrais, não tenho nenhum disponível, além de um extremo e do número 10 que são mais-valias e estão lesionados, mas vamos continuar a trabalhar para conseguir pontuar.»

Quer voltar a treinar em Portugal
Bernardo Tavares não esconde o desejo de regressar a Portugal para treinar mas, para já, apenas pensa em cumprir o contrato com os árabes, que termina no final da época.
- Já me disseram que querem renovar o meu contrato, mas prefiro esperar até final da época. Faz parte dos meus objetivos voltar a Portugal para treinar e estar perto da família e dos amigos. Mas, infelizmente, em Portugal todos esperam ter Mourinhos, mas como ele há muito poucos, e os restantes treinadores quase que são desvalorizados. A experiência por aqui está a ser enriquecedora e a correr muito bem, por isso, um passo de cada vez. Não quero subir muito rápido porque a queda é maior.

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Citação do jornal "A Bola" online

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Mauro Eustáquio, o nazareno que sonha com a seleção do Canadá

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Nasceu na Nazaré. À beira mar. Com apenas um ano de idade partiu com a família para o Canadá. Em busca de uma vida melhor. Por lá cresceu, ganhou amigos, criou alguns laços. Numa pequena localidade, Leamington. Aos 12 anos, nova mudança de vida. O regresso a Portugal, ao ponto de partida, era uma inevitabilidade. A Nazaré voltou a recebe-lo de braços abertos. Em Portugal passou a adolescência e ganhou o prazer de jogar futebol. Esta história tem um nome: Mauro Eustáquio. Franzino, de sorriso fácil, depressa conquistou amigos. Grande parte deles durante o seu percurso pelos Nazarenos, clube da terra.

A habilidade demonstrada nos relvados, ainda em tenra idade, abriu-lhe horizontes. Seguiu-se uma experiência no União de Leiria, clube que, na altura, andava ainda nos principais palcos do futebol português. Foi aí que se debateu com a sua primeira grande decisão profissional. Um convite inesperado, mas que o encheu de orgulho. Um convite para representar a seleção sub-20 canadiana. Não era uma decisão fácil. Umas semanas antes havia rumores de que poderia ser chamado às camadas jovens da seleção portuguesa.

«Acabei por escolher o Canadá. Não podia recusar porque ainda tinha laços fortes ao país. Não me arrependo», começa por dizer Mauro Eustáquio.

Os poucos jogos na seleção canadiana foram decisivos para o passo seguinte. Um passo mais arriscado. Ou talvez não. Um dos adjuntos da seleção canadiana, Philipe dos Santos, filho de emigrantes portugueses, recomendou o talentoso médio ao irmão, Marc dos Santos, treinador da equipa principal do Ottawa Fury. Alguns vídeos bastaram para convencer a equipa canadiana que participa no campeonato da NASL, antecâmara da MLS americana. Uma liga de 12 equipas americanas e duas canadianas.

Um mundo novo

20 de fevereiro de 2014. O dia não mais será esquecido. Data em que chegou ao Canadá rumo a um novo mundo. Um mundo que já conhecia. Mas de forma diferente. A todos os níveis. Mais, obviamente, no que respeita ao futebol. Seria no Ottawa Fury que cumpriria o primeiro ano como sénior.

«Tem sido uma experiência única. O futebol aqui está cada vez mais competitivo, com grandes jogadores a chegarem. Ainda esta semana chegou o Ibson, que jogou no FC Porto. É sobretudo um campeonato mais físico, mas que está a ser muito observado. A nível social é um povo muito educado, um país onde as coisas se resolvem quase sempre a bem», conta.

No Canadá, da família, apenas resta um tio que ainda mora em Leamington, muitas horas de distância de Ottawa, local onde Mauro reside. Em Portugal estão quase todos, incluindo o irmão, jovem promessa no Torreense, de nome Stephen Eustáquio.
No clube ganhou novo familiar. Oliver, médio brasileiro, 22 anos, antigo jogador do Nacional da Madeira. Com ele partilha a casa. «O clube arranjou casa perguntaram ao pessoal solteiro se havia problemas em dividir uma casa. Foi assim que aconteceu. É um bom amigo e assim a adaptação até se torna mais fácil para ambos».

David Silva, Javi Garcia e... Saviola

Mauro Eustáquio já tem algumas histórias para contar. Os sonhos estão bem presentes: jogar um dia na MLS e representar a seleção principal do Canadá. Aos 22 anos qualquer um está ao seu alcance. Para já não pensa em sair. Apesar de não ganhar fortunas tem o suficiente para ganhar estabilidade financeira. No Canadá os clubes pagam de 15 em 15 dias.

«Estou bem num projeto ambicioso, com um treinador que aposta em mim. Estou feliz mas obviamente se aparecer algo melhor vou pensar», sublinha.

No Canadá, em pouco mais de um ano, conseguiu algo que em Portugal seria certamente bem mais complicado de concretizar. Exemplos? Muitos.
«Jogar em estádios cheios, por exemplo. Mas outros. Por exemplo, no ano passado fomos jogar a Minnesota, num estádio onde no jogo antes tinha jogado o Olympiakos com o Manchester City numa partida particular. Passei ao lado de Javi Garcia, Joe Hart, David Silva e ainda tive a oportunidade de trocar algumas palavras com o Saviola que estava no Olympiakos. Disse-lhe que era adepto do Benfica [risos]... Não deu para falar muito. Mas também tive a oportunidade de jogar contra o Marcos Senna, hispano-brasileiro, que foi campeão do Mundo com a Espanha. Estava no New York Cosmos. Este ano reformou-se... Era craque», desabafa.

Raul González, o sonho que se segue...

Outro poderá cumprir-se esta época. Precisamente contra a mesma equipa, o New York Cosmos que apresentou o reforço do ano: Raul, antiga estrela do Real Madrid e da seleção espanhola. «Será incrível poder jogar contra ele. Será a principal atração do campeonato. Não vejo a hora de isso poder acontecer», deseja.

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David Caiado na Ucrânia com o sonho de percorrer o mundo

 

David Caiado começou em Coimbra a dar os primeiros pontapés na bola ao serviço da Académica. O talento fez com que partisse com apenas 12 anos para Lisboa para concluir a sua formação na Academia de Alcochete, onde assume ter vivido um dos momentos mais marcantes da sua carreira.

 

«Ir sozinho para Lisboa não foi fácil. Pensei muitas vezes em desistir mas a vontade de singrar era muito grande e a estreia com a camisola do Sporting [frente ao SC Braga, em 2005/06] foi sem dúvida um momento fantástico», disse em conversa com A BOLA.

 

Decidido e aberto a novos desafios, Caiado conta nos seus 27 anos de idade com passagens por Polónia (Zaglebie Lubin), Chipre (Olympiakos Nicosia), Bulgária (Beroe) e mais recentemente Ucrânia. Assume sem pudor que o «desejo é conhecer outros países», com preferência para aqueles que lhe «permitam ser acompanhado pela família».

 

«Tenho um desejo muito grande de conhecer ainda muitos países. Já vivi diversas experiências fantásticas. Aquela onde fui mais feliz foi na Bulgária, ao serviço do Beroe. Vivia com a minha família, ganhei o carinho dos adeptos, conquistei títulos e joguei nas competições europeias. Foram dois anos muito bons e acredito que no futuro ainda venha a viver mais experiências destas».

 

Um dos últimos desafios no estrangeiro foi no SC Tavriya (Ucrânia), mas a situação de conflito na zona da Crimeia levou a que o extremo reconsiderasse o futuro que viria a passar pelo Vitória de Guimarães.

 

«Na altura, a minha família sofreu bastante com a minha ausência e o clima de tensão no país. Psicologicamente foram meses que me deixaram desgastado e quando surgiu a oportunidade de representar um clube como o Vitória ponderei junto da família e achámos que seria o melhor passo a dar», recorda-nos.

 

Regresso à Ucrânia

 

Com poucos minutos na Cidade Berço, David Caiado esqueceu os momentos difíceis na Ucrânia e abraçou novo desafio em solo ucraniano, agora para defender as cores do Metalist: «A situação aqui está calma. Em relação ao clube, estamos a falar de uma equipa com um passado recente nas competições europeias e com uma estrutura ao nível dos três grandes em Portugal. Estou muito feliz com esta mudança. Fui bem acolhido e o clube apresenta todas as condições para um altera profissional se concentrar única e exclusivamente no futebol», admitiu o novo camisola 10 da equipa de Kharkiv que aponta ainda as principais diferenças para o Campeonato português.

 

«Aqui o jogo é muito intenso. Em Portugal notei que agora os jogos são muito táticos, com as equipas a terem algum receio de atacar e a preferirem jogar para o empate. Isso prejudica o futebol e leva menos adeptos aos estádios».

 

O que há de melhor em Portugal...

 

Com contrato assinado até 2016, o antigo internacional sub-21 português admite que já começa a sentir saudades de «muitas coisas boas de Portugal».

 

«Aquilo que mais sinto falta é da energia positiva que o nosso país tem. Apesar das dificuldades que passamos somos um povo muito alegre e o nosso clima também é muito bom bem como a nossa gastronomia. Imagino-me muitas vezes numa bela refeição em família à beira mar».

 

Com hipótese de se estrear com a camisola do Metalist na próxima quarta-feira, dia 4 de março, frente ao campeão Shakhtar, em partida dos quartos de final da Taça da Ucrânia, Caiado revela-nos um dos seus rituais antes dos jogos.

 

«Antes de qualquer jogo falo sempre com as pessoas que me são mais próximas o que me dá muita confiança...».

 

 

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João Moreira, do jogo caricato no Brunei à aventura na Nova Zelândia

 

Esteve no Mundial de Clubes mas não falamos de Pepe, Fábio Coentrão nem tão pouco de Cristiano Ronaldo – trio português do Real Madrid que conquistou o troféu. João Moreira tem 29 anos, joga no campeão da Oceânia (Auckland City) e também esteve em Marrocos, apesar de na altura se encontrar lesionado.

 

«Mesmo estando lesionado viajei com a equipa e foi uma experiência fantástica. A nossa prestação foi muito boa [3.º lugar] e acredito que deixámos uma boa imagem. Tive inclusive a oportunidade de me cruzar e falar com o Pepe e com o Fábio», disse o avançado formado no Estrela da Amadora em conversa com a A BOLA.

 

Cumpre a segunda temporada na Nova Zelândia, um país que diz ser bastante rico em tradições seculares e com muitos espaços verdes. Fazendo a comparação para o país que o viu nascer e crescer, Moreira garante que a qualidade de vida é muito melhor...

 

«É uma cultura diferente. Em termos de qualidade de vida é melhor que em Portugal. Existem tradições muito antigas como os Maori que são uma tribo muito antiga neozelandesa. Em termos de clima podemos dizer que é bastante tropical. Chove várias vezes ao dia mas as temperaturas são muito boas. Tem sido uma aventura fantástica graças a Deus».

 

Principais diferenças no que toca ao futebol

 

«Aqui é um futebol mais físico, tipo o inglês. Mas a nossa equipa joga um futebol mais tático, talvez por causa de termos um treinador espanhol e a equipa ser composta por jogadores de várias nacionalidades [13!]. Acredito até que é por esse motivo que somos a equipa mais forte do campeonato», resume.

 

Num país onde o desporto rei é o Rugby com particular destaque para os All Blacks, seleção neozelandesa conhecida pelo seu haka - coreografia maori de intimidação realizada antes de uma partida. Apesar de ainda não ter conseguido ir ver um jogo, João Moreira revela que já esteve lado a lado com as grandes estrelas e sentiu-se... intimidado.

 

«Já estive com alguns jogadores dos All Blacks e são enormes. Senti-me como um pequeno boneco de plástico ao lado deles», graceja.

 

Nos seus tempos livres divide o tempo com algumas visitas a escolas onde dá a conhecer o dia-a-dia de um jogador profissional de futebol.

 

«Quando tenho tempo costumo ir muitas vezes a escolas promover o futebol junto dos miúdos, partilhar a minha experiência e de algum modo cativar a juventude a apaixonar-se pelo soccer como eles dizem aqui. O futebol aqui não é primeira opção.»

 

Aventura na Ásia

 

Antes da experiência na Nova Zelândia, Moreira esteve dois anos na Ásia, mais concretamente no Sultanado do Brunei, ao serviço do DPMM FC, onde competiu no campeonato de Singapura.

 

«Brunei foi incrível. Joguei numa liga mais competitiva num país completamente diferente mas acessível. Os adeptos também eram fantásticos e nos jogos em casa conseguiamos ter uma assistência média de 12.000 pessoas. Quem manda no país é o Sultão mas é uma pessoa muito aberta e que ajuda bastante a população», garante.

 

O jogo que demorou seis horas

 

Foi precisamente no primeiro jogo em solo asiático que viveu uma das experiências mais caricatas da sua carreira. Jogo com início marcado para as 20 horas que acabou seis (!) horas depois.

 

«O meu primeiro jogo em Singapura foi interrompido três vezes devido ao mau tempo. Interrompem a terceira vez e eu: ‘o que é isto?’. Foi estranho porque parar, sentar e levantar várias vezes fez-me confusão. Os jogadores estrangeiros queriam que o jogo fosse adiado, mas para os jogadores locais era normal. Conclusão: o jogo começou às 20 horas e acabou às duas da manhã.»

 

Os planos para o futuro

 

Com o contrato a terminar no final da temporada, João Moreira assegura que está recetivo a todas as possibilidades. África e América são os continentes que lhe faltam no currículo, mas o sonho de voltar a Portugal mantém-se bem vivo.

 

«Gostava de voltar a Portugal mas não me foco nisso pois não é tão fácil como parece. Se existir essa possibilidade será vista com bons olhos pois significava o meu regresso a casa depois de vários anos pelo mundo fora.»

 

Moreira disputou o Europeu sub-21 na Holanda, em 2007. Na época, Portugal não conseguiu passar a fase de grupos, mas não é por isso que deixa de ser um dos momentos que o avançado recorda com mais saudade. A chamada à Seleção A nunca aconteceu, ainda para mais quando «falta qualidade na frente de ataque».

 

«Claro que faltou uma chamada à Seleção principal mas não houve a possibilidade. Ainda por cima falta-nos um avançado de qualidade», atirou entre risos.

 

Histórico de clubes: Estrela da Amadora, Valência (Espanha), Rayo Vallecano (Espanha), Nacional, Leixões, Beira-Mar, Lleida Esportiu (Espanha), Linense (Espanha), Almansa (Espanha), DPMM FC (Brunei) e Auckland City (Nova Zelândia).

 

 

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Ivo Pinto, o lateral resgatado por Fernando Santos que brilha na Croácia

 

Foi formado no Boavista e no FC Porto mas nunca chegou à equipa principal dos dragões. Passou, isso sim, por sucessivos empréstimos. Primeiro ao Gil Vicente, depois ao Vitória de Setúbal, seguido de Covilhã e, por fim, o União de Leiria.

 

Talvez por isso o nome de Ivo Pinto não seja imediatamente identificável pelos adeptos de futebol portugueses. É que o lateral-direito de 25 anos, como tantos outros, viu-se obrigado a emigrar para se afirmar. E conseguiu-o. Depois do Cluj, da Roménia, seguiu-se o Dínamo Zagreb, na Croácia, onde cumpre a segunda temporada e onde conseguiu abrir, finalmente, as portas da Seleção Nacional. Foi incluído na primeira convocatória da era Fernando Santos mas, desta feita, não está na lista de pré-convocados do selecionador para o jogo com a Sérvia, cujos eleitos serão divulgados esta quinta-feira.

 

«No clube não foi transmitida qualquer informação pela parte da Federação, pelo que não sei, não devo ser convocado», explica Ivo Pinto que, em conversa com A BOLA desde Zagreb, recorda num tom de felicidade e dever cumprido a chamada à Seleção Nacional:

 

«Foi o culminar de um sonho, de um objetivo de carreira. É difícil explicar o quão bom foi ser chamado à Seleção. Cheguei lá através da minha carreira no Dínamo e mantenho a esperança de voltar.»

 

O clã português do Dínamo

Ivo Pinto não é o único português do Dínamo Zagreb e nem sequer o primeiro. Esse foi Tonel, central que representa atualmente o Feirense. Ivo é, contudo, do plantel atual, o português que está há mais tempo no clube. Já lá vão dois anos. E agora conta com a companhia de Eduardo, Paulo Machado e Gonçalo Santos. No início da época, contudo, eram seis os lusos.

 

«O Rúben Lima saiu e agora, em janeiro, o Wilson Eduardo também foi emprestado. Mas todos conseguiram integrar-se bem e ajuda bastante termos este grupo de portugueses. Fazemos quase tudo juntos», conta Ivo Pinto, já perfeitamente adaptado à realidade croata:

 

«O país é muito bonito e a cidade também tem tudo o que precisamos. Todos nós também trouxemos as mulheres e namoradas, pelo que fazemos tudo como em Portugal. A comida também não é muito diferente mas preferimos comer, a maioria das vezes, em casa», explica o lateral-direito que, contudo, sente saudades de algo que, na Croácia, não consegue mesmo ter...

 

«O mar. Sinto muito a falta do mar. Zagreb é parecido com o Porto mas não tem mar. É uma cidade mais pequena que Lisboa mas tem tudo o que é preciso. Só em centros comerciais são uns cinco ou seis», diz Ivo Pinto, cujo dia-a-dia é exatamente igual ao que fazia em Portugal:

 

«Temos treinado, a maioria das vezes, à tarde. Estamos sempre todos juntos, os portugueses. Ainda a semana passada, na folga, fomos passear. Zagreb fica perto de tudo, seja de carro ou mesmo de avião, podemos facilmente visitar os países vizinhos. As coisas são todas perto. Claroq ue sentimos a falta do nosso país e da família mas este clã portugueses acaba por ajudar a matar saudades.»

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Ritinha, de axadrezada a colchonera

Rita Fontemanha ou simplesmente Ritinha. Assim se chama a médio de 21 anos que há pouco mais de sete meses rumou à capital espanhola para representar um dos emblemas mais reconhecidos no mundo e a equipa que persegue o líder Barcelona no campeonato espanhol de futebol feminino, o Atlético Madrid.

 

E como tudo começou? Não foi no berço mas... quase. Desde tenra idade foi incentivada pelos pais a praticar desporto, tanto ela como o irmão que é quatro anos mais velho e que além de ter jogado futsal e andebol pratica atualmente judo. Ela começou a jogar ténis com 4 anos e continuou na modalidade até aos 14, altura em que outra vocação falou mais alto. «Saí por causa do futebol. Pelo meio a minha mãe tentou meter-me no ballet porque era uma paixão que tinha e que nunca pode concretizar, mas não teve sucesso». Entre o ténis e o futebol ainda houve espaço para umas aulas de natação.

 

Além do desporto, recorda que em criança gostava de colecionar cromos dos Pokemon, que o pai ajudava a recolher religiosamente, confessa que nunca foi muito fã de bonecas e que no campo dos brinquedos, apenas os nenucos lhe ocuparam algum do seu tempo: «Gostava mais de nenucos por poder cuidar deles como se fosse mãe.»

 

Da equipa do colégio ao Boavista

 

A paixão e o «jeito para a bola» que muitos lhe viram fizeram com que tivesse sido convidada a integrar a equipa do Grupo Desportivo Colégio Internato dos Carvalhos, colégio onde estudava juntamente com o irmão, e foi dessa forma que o futebol se foi tornando uma realidade mais vincada na sua vida.

 

Algum tempo depois a equipa colegial mudou-se quase toda (com o treinador incluído) para o Salgueiros, onde pôde mostrar mais o seu futebol e onde despertou interesse aos responsáveis do Boavista.

 

Em 2009 integrou a equipa das axadrezadas e aí cresceu durante cinco temporadas. «Os anos que passei no Boavista contribuíram para o meu amadurecimento enquanto jogadora. Foram anos duros, em que aprendi e cresci muito, em que enfrentei situações que me fizeram estar preparada para esta experiência no estrangeiro».

 

Parece espanhola e preparou lanche no... balneário

 

E é sem ponta de saudosismo e amargura que Rita fala de como tem sido a sua experiência fora de portas. «Gosto muito de viver em Madrid. É uma cidade que tem tudo, e isso agrada-me bastante. Considero que viver no estrangeiro é das experiências mais enriquecedoras da vida», disse. E até passa por nativa: «Dizem-me sempre que pareço espanhola e que falo bastante bem.»

 

Quando chegou ao clube foi recebida com uma praxe de boas-vindas: teve de preparar um lanche para as colegas. Acabada de chegar à cidade, não tinha muitas opções de menu e acabou por simplificar. «Levei sandes tortilla, umas sobremesas e umas coisas para picar», contou, confessando que esteve à altura da tarefa, apesar de não ser uma chef de cozinha.

 

O encanto por Simeone

 

Desde que está em Madrid, teve a oportunidade de se cruzar com Diego Simeone em duas ocasiões, uma delas à saída de um treino e a outra no Estádio Vicente Calderón, quando a equipa feminina assistiu a uma partida dos colchoneros. «Foi muito giro. Estar com alguém que admiramos é sempre bom», confessou, respondendo prontamente à pergunta da praxe: tem o charme que aparenta? «Muito!».

 

Moutinho e Cláudia Neto são referências

 

Apesar de jogar no país vizinho, é em Portugal que Rita tem as suas maiores referências. «Gosto de apreciar aquilo que é nosso e tenho uma enorme admiraçao pelo João Moutinho, que já conheci pessoalmente no Porto Wine Fest, e pela Claudia Neto, que joga na Suécia (que tem um dos melhores campeonatos) e também na Seleção».

 

O jogador do Mónaco chegou a dar-lhe uma camisola no europeu de 2012 quando Rita estava, juntamente com a restante equipa da Seleção sub-19 de partida para o europeu feminino que se realizou nesse mesmo ano.

 

Apesar de ter feito parte dos escalões jovens das seleções lusas, a médio espera ainda pela estreia na equipa principal de Portugal, tendo sido convocada algumas vezes. A última foi para a Algarve Cup, onde não chegou a participar devido a uma uma entorse no pé direito contraída num jogo entre o Atlético e o Alcaine, clube de Zaragoza, que veio interromper a sua escalada também no clube espanhol.

 

 

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Tiago Ferreira e o drama dos supermercados da Bélgica

A pequena localidade tem algumas semelhanças a Paços de Ferreira. Tranquila, povo simpático, acolhedor e algo reservado. Waregem fica a cerca de 70 quilómetros de Bruxelas, capital belga. Foi este o ponto de partida, no início da época, de Tiago Ferreira para a sua primeira aventura fora de Portugal. Não foi fácil. Longe disso. Para trás deixou um longo percurso no FC Porto. Com o final da ligação contratual aos dragões resolveu emigrar. Entre as escolhas que tinha em carteira optou pelo Zulte Waregem.

 

À chegada encontrou de pronto uma contrariedade: a língua. «Tem sido complicado porque a minha zona é holandesa e não francesa. O holandês é muito mais complicado», começa por dizer o defesa-central, 21 anos, com um longo percurso nas camadas jovens das seleções nacionais.

Mas as dificuldades não ficaram por aqui. Outras barreiras foram necessárias ultrapassar.

 

«A comida é muito diferente da portuguesa. Aqui tudo leva batata frita... [risos]. Por norma, muito devido à alimentação local, opto por fazer comida em casa. Não sou especialista mas consigo fazer sempre algo. Muitas vezes trazem-me arroz de Portugal e outros alimentos portugueses para não sentir tanto a diferença...», conta.

Tiago Ferreira vive sozinho. Bem perto do Estádio Regenboogstadion. A distância é colmatada através da internet. Sem ela, confessa, seria quase impossível manter esta experiência. «Felizmente tenho as novas tecnologias e falo todos os dias com familiares. Sem internet era quase impossível. Recebo sempre esse apoio que tem sido fundamental», destaca.

 

Campeonato do futebol direto

O Zulte Warengem ocupa a 12.ª posição na Liga Jupiler, primeiro escalão do campeonato belga. Tiago Ferreira nem sempre tem sido opção. Dentro de campo também identificou muitas diferenças no tipo de futebol praticado. «O futebol aqui é um pouco mais básico, muito mais direto. Não é um futebol técnico como o português. Aos poucos estou a tentar adaptar-me porque os métodos também são um pouco diferentes», diz.

 

Tiago Ferreira, vice-campeão do Mundo de sub-20, na Colômbia, em 2011, foi uma das jovens promessas do FC Porto. Uma aposta que agora, após a saída para o campeonato belga, sofreu um revés. Porém, Tiago ainda tem a esperança em regressar um dia. Jogar na principal Liga nacional é um dos objetivos que pretende cumprir:

 

«Depende de muita coisa. Infelizmente não tenho jogado com regularidade mas se tiver a oportunidade de sair é sempre um cenário a equacionar. Jogar em Portugal, na Liga, seria benéfico, mas ainda não penso nisso».

 

O fecho prematuro do... supermercado

Apesar de estar em solo belga há poucos meses, Tiago Ferreira já se encontra identificado com alguns costumes do país. Um deles, contou, é de difícil compreensão.

 

«É o supermercado. Aqui fecham rigorosamente às 19 horas. Se chegar dez minutos antes já não me deixam entrar. Já ninguém me vai atender. Depois, quase tudo, lojas, restaurantes, fecham às 20 horas. Tudo fica deserto. Em Portugal existe um tempo de compensação maior nestes casos...», lembra.

 

FC Porto e Benfica até ao final

Tiago Ferreira não deixa de acompanhar a Liga portuguesa. Uma competição que parece reduzida a dois candidatos. Ele, melhor que poucos, conhece a cultura dos portistas e deixou um aviso ao Benfica:

«Vai ser uma luta intensa entre Benfica e FC Porto. O FC Porto parte com alguma desvantagem até porque está ainda na Liga dos Campeões que é uma prova que provoca desgaste. Mas não tenho dúvidas que ao mínimo deslize do Benfica eles vão aproveitar para se chegarem à frente. Nunca vão deixar de acreditar. Essa é uma das grandes armas do clube!»

 

 

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Hugo Machado: nove clubes, seis países em...12 épocas

Os números impressionam. Um dia todas as experiências podem dar para escrever um livro. Nas últimas 12 temporadas, nove clubes e, imagine-se, seis países diferentes: Portugal, Chipre, Azerbaijão, Irão, Índia e Grécia. Mas já lá vamos. Hugo Machado fez parte de uma geração de ouro em Alvalade. Jogou com Ricardo Quaresma, Hugo Viana, Ronaldo, Carlos Martins, entre muitos outros nomes mediáticos. O percurso nos leões — representou o Sporting dos 6 aos 23 anos — permitia-lhe sonhar com quase tudo. Nunca pensou jogar fora de Portugal. Era em casa que queria crescer enquanto jogador.

 

Pelo caminho encontrou muitas curvas. Muitos obstáculos. Assim que chegou a época decisiva, aquela em que chegou a sénior, seguiram-se cedências ao Estrela da Amadora e Barreirense. No Barreiro terminou o vínculo com os leões e surgiu a primeira oportunidade para jogar fora de portas. Estávamos na época 2006/2007. Ano em que o Chipre abriu as portas aos jogadores portugueses. Hugo Machado foi um dos primeiros a chegar.

 

«Só cá estavam o Ricardo Fernandes, Hélio Pinto e João Paiva. O primeiro ano no Apollon Limassol foi o que mais custou. Era tudo novo, apesar de se tratar de um país muito agradável, de sol, praias, com muitas condições», começa por contar o médio defensivo.

Ficou no Chipre mais três anos. Representando o Olympiakos Nicosia e o Alki Larnaka. Quase sempre a jogar com regularidade. Mas com alguns problemas a nível financeiro. «Esses são os únicos aspetos negativos que encontrei ao longo do meu percurso. Algumas promessas falhadas, contratos que não correspondiam aos acordos feitos, enfim, esse tipo de situações», diz.

 

Seguiu-se, em 2009/2010, uma nova etapa. Deixou o Chipre e rumou ao Azerbaijão, país que também dava os primeiros passos em busca de jogadores europeus. «Foi uma boa experiência no Standard Sumgayit. Muito diferente. Mas nessa altura já estava habituado. Sempre estive sozinho. A família está toda em Portugal. Só a vejo nas férias ou quando tenho alguns dias livres. A paixão pelo futebol, porém, falava sempre mais alto e nunca desisti. Sempre acreditei em mim», sublinha.

 

Regresso a Portugal

Terminada a experiência no Azerbaijão, o regresso a Portugal. Para cumprir um sonho de criança que não havia conseguido no Sporting: jogar na Liga principal. O convite da Naval, então no principal escalão, encheu-o de orgulho e de vontade de se afirmar no seu País. Uma aposta arriscada. O clube da Figueira da Foz já atravessava alguns problemas financeiros e os problemas não tardaram em chegar. «Acabei por rescindir no final da época devido a problemas salariais. Foi tudo rápido e não deu para muito mais, infelizmente», explica.

 

De Portugal as portas voltariam a fechar-se. Hora de fazer novamente a mala. Novo país na calha. Diferente de todos os outros: o Irão. Um contrato de três épocas com o Zob Ahan. Uma nova cultura, um futebol totalmente diferente:

 

«Foi positivo. Uma nova realidade à qual também necessitei de um período de adaptação. Também joguei e aprendi coisas totalmente diferentes».

 

A pobreza na Índia

Em 2013/2014, uma nova proposta. Talvez (ainda) mais arriscada: a Índia. Um nome que pouco ou nada diria ao adepto mais atento: o Churchill Brothers. Um país que haveria de lhe deixar algumas marcas. Sobretudo por aquilo que viu com os próprios olhos.

 

«Tive a sorte de estar numa boa cidade, Salcete. Mas em Goa posso dizer que nunca tinha assistido a uma pobreza extrema. Fiquei chocado! Pequenas tendas na borda da estrada, pessoas a tomarem banho, lavarem os dentes... É daquelas imagens que nunca vão sair da minha cabeça», sublinha.

 

Por fim... a Grécia

No início desta época, após a experiência na Índia que apenas durou um ano, Portugal esteve perto de ser novamente o destino. O Oriental, então na Liga 2, esteve perto de o contratar. Porém, uma nova proposta, de um novo país, a Grécia, haveria de lhe mudar as ideias.

 

«Vim para o Kallithea. Um clube que está no segundo escalão. A minha vida aqui é mais tranquila. Passo quase o dia em casa. Depois do treino vou ao café com alguns colegas, depois novamente para o treino e por vezes também saímos para voltar ao café e ver alguns jogos como da Liga dos Campeões», afirma, dando conta da boa aposta a nível desportivo:

 

«Só falhei dois jogos esta época. Sou o melhor marcador da equipa, com quatro golos e tenho cinco assistências. Depois tenho um presidente como já não existe nos dias de hoje. Ainda em dezembro tive a oportunidade de sair, para um clube do primeiro escalão, mas ele disse que era imprescindível e subiu-me um pouco mais o ordenado. Foi uma grande aposta de confiança em mim. Estamos a lutar pela manutenção. Se não descermos certamente que devo ficar por cá. Mas nunca se sabe...».

 

 

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Eduardo Almeida, dos títulos em Hong Kong ao reconhecimento na Tanzânia

 

Eduardo Almeida cedo percebeu que não tinha qualidade suficiente para ser jogador de futebol profissional. Como a paixão e a ambição de triunfar no desporto Rei era muito forte decidiu aventurar-se na carreira de treinador. Começou aos 22 anos no Alenquer e Benfica e um ano depois seguiu-se o salto para as camadas jovens do Benfica. Corria a época 2001/02.

 

Com passagens pelos vários cantos do mundo, Eduardo conta nos seus 36 anos de idade com experiências em Hong Kong, Tanzânia, Malásia, Hungria e agora um novo projeto em Singapura. A primeira experiência além-fronteiras foi em Hong Kong, na época 2007/08, depois de receber um convite do colega e amigo José Luís, com quem trabalhou no Benfica.

 

«Foi uma experiência fantástica. Vencemos o campeonato e a Taça. Foi a minha primeira experiência na Ásia e notei várias diferenças culturais e alimentares. A qualidade do futebol é muito inferior à do nosso país e foi sem dúvida necessário adaptarmos e alterarmos algumas coisas para termos sucesso», conta em conversa com a A BOLA.

 

Seguiu-se o regresso a Portugal e em 2009 a primeira ida para a Tanzânia, onde viveu momentos absolutamente enriquecedores ao serviço do African Lyon.

 

«A Tanzânia é um país muito pobre o que nos leva a encarar a vida de uma maneira completamente diferente. As condições de treino eram péssimas e os campos terríveis. Tinha de improvisar todos os dias. As viagens de autocarro para os jogos pareciam um Safari. Contudo, também não posso esquecer a paixão daquele povo pelo futebol. As pessoas são muito acolhedoras», recorda.

 

Rituais vodu...antes de todos os jogos

 

No momento em que nos contava a experiência no continente africano, Eduardo revela que por norma antes de qualquer jogo existiam sempre rituais vodu: «uma vez cheguei a um estádio e o autocarro começa a fazer inversão de marcha. Entramos de marcha atrás e demos duas voltas à pista de atletismo. Não podíamos sair antes que o senhor do vodu e a equipa adversária chegassem. Ele apareceu com uma pasta e lançou qualquer coisa para o ar. Às vezes parecia cinzas outras vezes passava uma água ou ervas nos pés mas nunca soube bem o que era. O ritual nunca era igual.»

 

Eduardo Almeida assegura que qualidade é algo que não falta aos jogadores tanzanianos. Prova disso foi quando em 2012/13, na altura ao serviço do Atlético Reguengos, pediu a contratação de Abuu Ubwa e Hamis Thabit.

 

«Tinham sido meus jogadores em África e achei que tinham condições. Fizeram uma grande época comigo e acredito que tinham qualidade para ficar em Portugal. No entanto, no final da época saí para a Malásia e com a chegada do novo treinador deixaram de ser opção. Como não os conseguia acompanhar ao longe e não os queria deixar ao abandono disse-lhes que o melhor era voltarem para a Tanzânia.»

 

Especialista na fuga à despromoção na Malásia e na Hungria

 

Começou por abrir uma academia de futebol na Malásia e depois assumiu o comando do PBDKT T-Team, em 2013. Faltavam cinco jogos para o final da temporada e era obrigatório recuperar quatro pontos para fugir à despromoção e...conseguiu. Foi convidado a continuar mais um ano mas a vontade de regressar a Portugal foi mais forte, desejo que «infelizmente não se concretizou». Acabou por rumar à Hungria para salvar o Kozármisleny da descida à terceira divisão.

 

«Na Malásia foi positivo pela parte desportiva enquanto que na Hungria foi muito bom a nível de união e espírito de grupo. Comíamos sempre todos juntos a seguir aos jogos mesmo quando perdíamos. Houve mesmo uma altura em que se matou um porco e todos ajudaram. Presidente, equipa técnica e jogadores...todos juntos sem exceção», sublinha.

 

Regresso à Tanzânia

 

O regresso à Tanzânia aconteceu em 2014. As amizades e o sentimento de gratidão por aquele povo falaram mais alto. O objetivo era um: salvar a equipa da despromoção! Eduardo era o homem indicado.

 

«Foi a amizade e a paixão pelo país que me fez regressar. A equipa estava para descer da segunda divisão. O presidente é um grande amigo e voltei para o ajudar. Felizmente consegui»,garante, recordando ainda o reencontro com alguns jogadores.

 

«Praticamente todos os meus antigos jogadores me visitaram. Os que não o fizeram enviaram-me uma mensagem. Foi espetacular ter o reconhecimento de todos. Nos dois meses que lá estive até fui convidado para o casamento de um. Já estive várias vezes na Tanzânia e voltarei nem que seja só de férias pois o apreço que as pessoas têm por mim faz-me sentir como se estivesse em casa.»

 

Novo projeto em Singapura e o desejo de treinar em Portugal

 

Eduardo inicia um novo projeto no próximo domingo. O jovem treinador português vai abrir uma academia em Singapura (Soccer Academy Singapure), em parceria com uma empresa local. Com discurso ambicioso mas igualmente humilde, Eduardo não esconde o desejo de regressar a Portugal para assumir um desafio nos campeonatos profissionais.

 

«Este projeto é algo que pretendo colocar a funcionar a 100% pois continuo recetivo a propostas para orientar clubes de preferência em Portugal. Gostava de iniciar a próxima época numa equipa portuguesa, vamos ver se é possível. Por vezes falta um pouco de sorte. Vou ter de a procurar.»

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A Ritinha é gata.

 

E esse Eduardo Almeida está a dar-lhe forte no LLM puro.

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Como é o que os gajos na Tânzania mandam mensagens?

Sinais de fumo?

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Nuno Pinto, do melhor da Bulgária ao pior na Ucrânia

Nuno Pinto cresceu para o mundo do futebol nas camadas jovens do Boavista. Nos axadrezados fez a estreia no principal escalão do futebol português mas foi na Madeira ao serviço do Nacional que se afirmou. Em 2010 recebeu a primeira proposta para rumar ao estrangeiro contudo os insulares rejeitaram a sua saída. Um ano mais tarde, o inevitável acabou por acontecer e o lateral esquerdo saiu para a Bulgária.

 

«Houve a hipótese de sair para a Ucrânia porque o treinador do Metalurg tinha boas referências sobre mim mas o Nacional não deixou. No ano seguinte, esse mesmo treinador [Nikolay Kostov] foi para o Levski de Sofia e voltou a contactar-me. Aceitei porque tinha vontade de experimentar algo lá fora e aí o Nacional deixou-me ir», explicou Nuno Pinto em conversa com A BOLA.

 

Na Bulgária conta que viveu uma experiência verdadeiramente fascinante apesar de não ter conseguido conquistar algo muito importante não só para ele mas sobretudo para os adeptos...o título: «Nos dois anos em que estive lá ganhei a confiança de todos. A única coisa que lamento é de não ter sido campeão pelo Levski.»

 

Título esteve perto em 2012/13

 

«Estivemos sempre atrás do Ludogorets. Na penúltima jornada recebemo-los em casa e se ganhássemos passávamos para primeiro. Vencemos por 1-0 só que na última jornada recebemos o Slavia e empatamos com o nosso central a fazer um auto-golo aos 75 minutos de jogo. Perdemos assim o campeonato...», lamenta.

 

Algo que não esquece é o apoio dos adeptos. Exigentes mas apaixonados. Garante que conseguem ir do melhor ao pior em segundos mas costuma também dizer que são capazes de amar mais o Levski do que a eles próprios.

 

«Os adeptos do Levski conseguiam ser os melhores e os piores. Quando estávamos bem tínhamos o estádio sempre cheio e quando perdíamos nem metade. Por vezes até iam ao balneário falar connosco e nas primeiras vezes foi um bocado assustador porque não percebia o que diziam. Adeptos de fazer tatuagens com o símbolo do clube e alguns até passavam “fome” para ir ver os jogos.»

 

Aventura complicada na Ucrânia

 

Em 2013 o destino fez com que partisse para a Ucrânia. Kostov convenceu-o com o projeto no SC Tavriya mas o conflito que rebentou na zona da Crimeia fez com que a experiência não durasse o tempo do contrato.

 

«Em dezembro acabei contrato com o Levski e tive convites de vários clubes. Como conhecia o treinador e a proposta era muito boa optei por ir para a Ucrânia. Se voltasse atrás nunca teria ido. Não só por causa dos conflitos mas também por só ter recebido um salário. Assinei contrato de dois anos e meio e como o clube não me pagou apresentei o caso à FIFA. A própria FIFA não sabia se o clube podia competir na Rússia ou na Ucrânia. Conclusão: o clube não libertou o meu certificado internacional e estive parado até dezembro. Ou seja, estive de maio a janeiro sem competir», relembra com mágoa.

 

Roménia para esquecer o passado em solo ucraniano

 

Os meses de angústia terminaram em fevereiro passado. Uma proposta do Astra Giurgiu trouxe-lhe de novo a certeza de poder fazer aquilo que mais gosta. Nuno Pinto trabalha diariamente com o foco voltado para o regresso à competição.

 

«Tive propostas em dezembro mas os clubes torciam sempre o nariz quando sabiam que estive muito tempo sem competir. Felizmente o Rui Gomes [empresário] foi incansável e conseguiu colocar-me aqui. Comecei com um treinador ucraniano mas ao fim de duas jornadas saiu e veio um romeno. Isso acabou por complicar um bocado a minha situação mas vou continuar a trabalhar para quando surgir a oportunidade corresponder.»

 

Regressar a Portugal?

 

Nuno Pinto não esconde que o desejo após vários anos no estrangeiro passe pelo regresso a Portugal. Assume que é profissional e por isso não fecha as portas a ninguém.

 

«Tenho contrato até ao final da temporada e depois destes anos fora gostava de voltar a Portugal. Sou profissional e por isso não tenho preferência mas claro que gostava de poder voltar ao Boavista um dia...»

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Peplin, olha a tua sorte. Em vez de fotos, podes logo pedir aqui o número ao Alex. O CMPT é fantástico.

 

Mas a sério, se quiserem postar mais fotos, também estão à vontade.

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Citação do jornal "A Bola" online

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Joel Pereira, o português que nasceu na Suíça e que adora francesinha



Joel Pereira, 18 anos, varia entre ser suíço e português no bilhete de identidade, no entanto pouca variação existe na alma e no coração do jovem guarda-redes que aos 16 anos rumou a Manchester para representar os red devils, uma decisão não muito difícil de tomar.

«Viram-me jogar num jogo da Suíça de sub-16, que me correu muito bem, e logo nesse dia soube que havia clubes interessados em mim, um deles o Manchester United. Na altura nem queria acreditar, mas com o passar do tempo vi que era verdade e o difícil foi dizer que não».

Depois disso foi fazer testes, acompanhado pelo pai, e acabaria por ficar. Antes houve um percurso que passou pelos suíços do Neuxatel Xamax, que o obrigava a ficar longe de casa de segunda a sexta e onde regressava apenas no fim de semana. «Teria sido mais fácil se fosse mais perto de casa mas era mesmo aquilo que eu queria...»

Apesar de nunca ter morado, nem sequer nascido, neste país à beira-mar plantado, Joel sente-se um puro lusitano. A irmã, com 26 anos, ainda nasceu em Portugal e o irmão, atualmente com 20, já nasceu também em solo suíço, onde os pais do guarda-redes estão há cerca de 22 anos. Foram para lá na década de noventa, deixando Cabeceiras de Basto para trás, em busca do que tantos outros queriam: uma vida melhor.

E porquê a mudança de Seleção entre os sub-16 e os sub-17? «Sempre me senti português. Em casa sempre falámos em português e voltamos a Portugal todos os verões, por isso nunca se perdeu a ligação».

Apesar da distância, é em Portugal que está a família toda de Joel, sobretudo os muitos primos, com quem costuma jogar à bola nas férias de verão, desde muito pequeno. «Tenho uma família muito grande, da parte da minha mãe são nove irmãos e da parte do meu pai são cinco e por isso é muita gente. Às vezes também vimos no Natal e é muito bom», disse. No entanto as visitas a Portugal não são agora tão rígidas na agenda. Isto porque, na Suíça, os pais costumam tirar férias em julho ou agosto e as férias concedidas pelo clube inglês são, à semelhança do que se passa com os restantes clubes, em junho. «Já não vou a Cabeceiras de Basto há dois anos, mas quero ir este ano. Talvez não possa ir com os meus pais, mas ainda vamos ver isso», prometeu, ele que por agora até se encontra em Portugal, na comitiva lusa de sub-19.

No meio de uma família extensa, a altura (1,90 m!) é uma herança que não lhe foi dada pelos pais. «Agora sou o mais alto da família. Mas os meus avós, quer da parte materna quer do lado paterno, eram muito altos, os meus pais já são mais baixinhos».

Comida inglesa vs comida portuguesa

Um dos seus pratos favoritos é a francesinha, embora nunca tenha provado a mais afamada, a do Porto. E nem é preciso, porque as melhores já estão eleitas e são as da mãe e da tia, que não sendo da invicta, são feitas à bela moda bracarense. Quanto a preferências gastronómicas no geral, não haja equívocos: «A comida no centro de estágio é boa mas a comida inglesa não é a minha favorita... a portuguesa é muito melhor!»

Manchester, cidade feia?

«No mundo do futebol é dos melhores sítios onde se pode estar e apesar de a cidade ser muito gira, não tem muito a ver com Portugal, nem comigo. A começar pelo tempo... », começou por dizer, ressalvando que apesar de tudo não conhece assim tanto, pois os tempos livres são bastante caseiros. Vive com o colega Andreas Pereira, com quem faz o que fazem os rapazes da sua idade: «Jogamos FIFA na Playstation, vamos aos shoppings, passemos pela cidade...». E quem ganha mais nos jogos de consola? «Aí é mais o Andreas. Mas eu não disse isto!».

Casillas, Van der Sar e... Cristiano Ronaldo

Quando questionado sobre os seus ídolos, não lhe é fácil escolher, a não ser no que à baliza diz respeito. «Gosto muito do Casillas e do Van der Sar, mas eu quero ser eu próprio, quero deixar a minha marca. Sem ser guarda-redes é muito difícil escolher um, mas gosto do Cristiano Ronaldo, para mim é o melhor do mundo», disse, relatando o momento em que teve a oportunidade de o conhecer, no final do ano passado. «Cruzei-me com ele no Portugal-Argentina, disse-lhe que jogava no Manchester e na Seleção e depois tirámos uma fotografia. Foi simpático, mas não falámos nada de mais».

A seu ver o jogador português tem mais valor em Inglaterra muito pelos feitos do craque do Real Madrid, que também passou pelo United. «Os portugueses são valorizados porque são logo comparados ao Cristiano Ronaldo, independentemente da posição onde jogam».

Esta segunda-feira, lá estará Joel Pereira, o promissor guardião de 1,90 metros, entre as escolhas de Edgar Borges, no segundo jogo de preparação da Seleção de sub-19, com o Montenegro.



Citação do jornal "A Bola" online

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Jordão Diogo, a contar os dias em Kerkyla (Grécia) para o desafio mais importante da vida: ser pai!



Saiu de Portugal há 10 anos e quase 10 anos depois regressou. Para voltar a partir. Jordão Diogo, 29 anos, lateral esquerdo que o Vitória de Setúbal emprestou até final da época ao Kerkyla, nono classificado da 1.ª Divisão da Grécia, com 40 pontos e a sete do PAS Giannina, quinto da tabela e último a ocupar um lugar que dá acesso às competições da UEFA, é uma espécie de cidadão do mundo. Futebolisticamente falando, claro.

No final da temporada 2004/2005, deixou o Carregado (3.ª Divisão), onde estava emprestado pelo Alverca, rumo ao Chemsford City, terceiro escalão do futebol inglês. Seguir-se-iam, no Reino Unido, Lews FC e, em 2007/2008 e Aveley FC, última paragem antes de assinar pelo KR, da Islândia – defendeu a honra da equipa de Reiquiavique, capital deste país nórdico insular europeu situado em pleno Oceano Atlântico Norte, durante três anos, conquistando os quatro títulos da carreira, um campeonato, duas Taças da Islândia e uma Taça da Liga.

Sempre disponível para mudar de ares, para melhorar as condições de vida de quem ama e de quem o ama, em 2011 transferiu-se para a Grécia, onde vestiu as camisolas de Panserraikos, Panthraikos e, agora, Kerkyla. Pelo meio, no início da presente época, apresentou-se ao serviço no clube que detém os seus direitos desportivos, o V. Setúbal, acabando cedido ao Kerkyla, da ilha com o mesmo nome. Onde se sente realizado. E conta os dias para o desafio mais importante que se avizinha: ser pai!

«Decidi vir sozinho para Kerkyla porque a situação financeira na Grécia, como se sabe, é frágil e não quisemos correr riscos. A minha mulher está grávida e o Ethan deve nascer dentro de 10 dias. Obviamente estou ansioso mas controlo-me. Falamos todos os dias, via viber ou skype, e já entrei na fase de contar não as horas mas sim os minutos», refere o defesa, com origens são-tomenses, prudente quando questionado sobre o futuro imediato.

«O clube já manifestou interesse na minha continuidade mas a última palavra cabe sempre ao Vitória de Setúbal. Tenho sido titular, já marquei um golo, a época está a correr super bem, apesar de, neste momento, estar lesionado. Ainda assim, dentro de duas semanas, devo estar novamente no ponto. Em breve vou ter duas boas razões para celebrar», junta.

Fábio, o amigo para todas as ocasiões

Apesar de viver numa ilha com pouco mais de 115 mil habitantes, a insularidade não o afeta. «Apesar de ser uma ilha pequenina, há sempre algo para fazer. E quando não há inventa-se. O tempo é soalheiro, as pessoas simpáticas, come-se bem e a vida corre tranquila. Mas quando se tem um amigo como o Fábio Tavares (avançado português de 27 anos, emprestado pelo Atromitos até junho) tudo fica ainda mais fácil. Passamos muitos dias juntos a passar o tempo e somos sempre bem recebidos onde quer que nos desloquemos, restaurantes, bares, esplanadas ou cafés. Já somos parte da família desta linda ilha», finaliza.



Citação do jornal "A Bola" online

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Nuno Santos, entre os 40 graus positivos, os 40 negativos e a esperança no CR7



Há pouco mais de dois anos, Nuno Santos recebeu um convite para treinar os guarda-redes de todos os escalões da federação canadiana de futebol. O convite surgiu por Fonseca, com quem partilhou o balneário no Benfica, e a resposta foi um sim.

Chegou a Toronto a 15 de março de 2013 e rendeu-se à realidade que encontrou. «As condições de trabalho no Canadá são excelentes. Toda a organização é extraordinária, extremamente profissional e eficaz. E o Canadá oferece uma qualidade de vida impressionante», conta Nuno Santos, que como guarda-redes, além do Benfica, defendeu as cores de clubes como o Vitória de Setúbal, Santa Clara ou Leeds, de Inglaterra.

«A base do nosso trabalho é Toronto. É um ponto estratégico, por ser na província de Ontário que mais jogadores temos e por ser uma porta de saída do Canadá, já que vijamos muito, fazemos muitos estágios no sul dos Estados Unidos, na América Central ou Europa. Mas, por exemplo, agora estou em Vancouver. Para perceber bem a dimensão deste País, demorei sete horas de avião entre Lisboa e Toronto e seis horas entre Toronto e Vancouver...», conta Nuno Santos.

Saudades? Clima e comida

Apesar de considerar que o Canadá «é dos melhores países do Mundo para se trabalhar e viver», Nuno Santos não deixa de pensar em Portugal. «O que mais falta me faz é a comida e o clima. Em relação à comida ainda vou resolvendo o assunto, já que há muitos restaurantes portugueses e até o peixe de que sinto falta vai chegando, mas a preços exorbitantes. E não é a mesma coisa comer o peixinho em Setúbal ou em Toronto», conta, rindo.

Em relação ao clima, pouco a fazer... «Posso dizer-lhe que já andei na rua com 40 graus positivos e com 40 graus... negativos. Os Invernos são rigorosíssimos, felizmente que tudo funciona tão bem e é tão evoluído que vivemos bem com essas temperaturas», conta.

Cataratas do Niagara? Há paisagens mais bonitas...

As Cataratas do Niagara, perto de Toronto, é talvez o maior cartão de visita do Canadá em termos de beleza natural. Nuno Santos concorda que «é algo de verdadeiramente impressionante». Mas...

«Mas quem viaja um pouco pelo Canadá – e num país tão grande é impossível conhecer tudo – encontra cenários ainda mais bonitos, mais encantadores, mais maravilhosos», reforça.

Obrigado ao Nuno Policarpo

Nuno Santos faz questão de manter contacto com a extensa comunidade portuguesa, em especial de Toronto. «Fui muito bem acolhido, em especial pelo Nuno Policarpo, um português que aqui vive, tem ligações ao futebol, e faz questão de integrar os portugueses quando chegam. Aproveito A BOLA para lhe mandar um abraço e reconhecimento público», frisa.

Toronto é uma cidade multicultural, com muita oferta, muito internacional também. Há restaurantes de cozinhas de todas as partes do Mundo, muitas ofertas culturais e desportivas em todo o Canadá. «É fascinante pode assistir a um jogo da NBA, futebol, basebol, hóquei no gelo. Fascinante pelo ambiente, pela qualidade e conforto das infra-estruturas, pela qualidade dos desportistas», conta.

CR7 muito comentado

O Canadá tem várias equipas a competir na MSL, campeinato norte-americano. E revela que «existe em redor da MLS a convicção que, mais tarde ou mais cedo, o Cristiano Ronaldo vem para cá».

«De uma coisa não duvido: vão tentar. E seria o nome perfeito para dar projeção ao futebol, que ainda tem de ganhar espaço para se afirmar junto de outras modalidades mais populares», conta Nuno Santos.

Regresso a Portugal? Difícil...

O treinador dos guarda-redes das seleções do Canadá está «encantado com a experiência» e não consegue antecipar um regresso a Portugal.

«Um português, em certa medida, nunca deixa Portugal. Deixa sempre a porta de casa aberta... E eu, por facilidade de trabalho, consigo quase todos os meses estar uns dias no meu País. Agora, se me vejo a trabalhar em Portugal? Só se fosse assim um convite para um projeto que fosse mesmo muito aliciante, porque aqui tenho grandes condições de trabalho, qualidade de vida, organização profissional e competente, sinto que as pessoas reconhecem a minha competência e que estou a ser muito útil no desenvolvimento do futebol canadiano, onde apenas é preciso melhorar a questão tática, porque o resto tem tudo».



Citação do jornal "A Bola" online

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Cláudio Borges disse sim a Angola e ganhou como prémio a amizade de Rivaldo



As idas para a escola eram sempre da mesma forma. Livros numa mão e uma bola de futebol na outra. Esta relação nunca se desfez. Cresceu e continuou a jogar futebol sem nunca – ai dele – colocar os estudos em segundo plano. Fez a formação superior e licenciou-se em Educação Física. Paralelamente apostou no que mais gostava: jogar à bola. Apresentamos-lhe Cláudio Borges. Um português que conquistou o Girabola. Ou será que foi o Girabola que o seduziu?

Competiu em campeonatos amadores, mas sempre com o profissionalismo debaixo de olho. Nasceu para o futebol como defesa e alinhou em clubes próximos da sua área de residência, Esposende. Depois chegou a proposta do Freamunde e o profissionalismo esteve próximo. Rumou duas épocas ao Macedo de Cavaleiros e viu a sua vida dar uma volta.

Em 2012 assinou pelo Kabuscorp e nunca mais deixou o Girabola. Pelo meio esteve duas épocas no Petro de Luanda, mas no início desta temporada regressou ao emblema que o roubou das suas origens. Já lá vão três anos desde que Elétrico - como é conhecido entre os amigos – deixou os serões na praia e as esplanadas. Apanhou o avião e foi direto a uma nova aventura.

A adaptação foi, segundo conta, «fácil». À data desta conversa confessa que o grau de arrependimento é «zero». Mas, afinal, o que levará um jogador a deixar tudo para arriscar num campeonato desconhecido? «Vim para Angola porque financeiramente foi uma proposta irrecusável. Segundo, já tinha 28 anos e não era propriamente novo para ter pretensões de jogar num grande de Portugal e, por último, a minha mãe é angolana e sempre ouvi maravilhas deste país», desvenda.

Futebol é mais lento e jovens prometem dar que falar

Adaptou-se a uma cidade nova e a um clube com dimensão incomparável àqueles que jogara. Na sua consciência sabia que devia arriscar. Recusou uma primeira proposta em 2010 e não queria perder o comboio novamente. Embarcou naquela que considera a viagem da sua vida.
O primeiro contacto com o Girabola foi esclarecedor. «O jogo é mais lento, os relvados não são do melhor que existe e em termos táticos há muito para evoluir. Por outro lado há muita matéria-prima que trabalhada pode dar frutos», sublinha.

Rivaldo passou da Playsation para melhor amigo

Se, por um lado, Angola o afastou da família e amigos, retribuiu-lhe de outras formas: Levou – o à Seleção de Angola, partilhou o balneário com Rivaldo – sim, esse mesmo que jogou no Barcelona e na seleção brasileira – e deu-lhe outro conforto financeiro. Mas Cláudio explica: «A seleção angolana surgiu de forma natural e foi um prazer. Neste momento está em curso um processo de renovação e não tenho sido convocado, mas foi um enorme prazer servir Angola.»

Pouco tempo depois de chegar ao Girabola, viu Rivaldo entrar no balneário para ser seu companheiro de equipa. Sorriu, usufruiu e construiu uma amizade com o brasileiro. «Foi uma experiência fantástica a todos os níveis, uma vez que nunca pensei jogar com alguém daquele valor. Tudo o que pudermos imaginar em termo de qualidade e profissionalismo vemos no Rivaldo. Ficámos muito amigos e nas próximas férias vou ter com a família dele ao Brasil.»

Girabola é um cenário que não deve ser negado

Se dúvidas existiam, Cláudio confirma que financeiramente compensa jogar no Girabola. «O que posso dizer é que, provavelmente, o que alguns clubes pagam cá, em Portugal só os três grandes, e talvez Braga, são capazes de pagar. Pese embora este facto, custa estar longe da família e isso o dinheiro não compra», garante.

E se amanhã o telefone tocasse e fosse para dar conta do interesse de um clube da primeira divisão portuguesa. Qual seria a decisão do defesa? «Não aceitaria pela simples razão de que ninguém me oferecia as condições que tenho aqui. Não falo apenas do aspeto financeiro, mas de outras questões. É obvio que não sei o que o futuro me reserva, mas gosto de estar aqui...sinto-me bem em Luanda», assegura.

Em Angola ganhou no campo e fora dele. Conheceu aquela que é a sua namorada, adquiriu outro nível de vida e, tal como Marco Paulo, a partir de agora tem dois amores: Portugal e Angola.



Citação do jornal "A Bola" online

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Tiago Lopes feliz na Roménia mas com saudades da comida da mãe e do futebol português



Tiago Lopes começou a jogar futebol no Coimbrões (Vila Nova de Gaia) muito por culpa do pai que lhe passou o ‘bichinho’. Tinha 14 anos e na altura confessa que ainda não pensava em ser profissional. Era ele do lado direito da defesa e o irmão gémeo Hélder no lado oposto. Foi assim durante muitos anos até que o destino quis que se separassem. Mas já lá vamos.

Em 2005 fez testes no FC Porto e ficou, aliás, ficaram. Tiago e Hélder Lopes eram inseparáveis. Foi emprestado numa primeira fase ao Padroense e depois ao Candal. Uma boa época no nacional de Juniores levou-o à seleção Nacional sub-19. Um «momento inesquecível». Terminada a etapa de formação seguiu-se a primeira experiência no estrangeiro...em Itália.

«Depois de duas épocas no Candal surgiu o convite do Parma. Como era difícil para um jovem de 18 anos se afirmar no plantel principal decidiram emprestar-me a uma equipa satélite [saint-Christophe]. Foi uma boa experiência mas ao final de duas épocas optei por regressar a Portugal», conta Tiago em conversa com A BOLA.

Ingressou no Sporting de Espinho e na época seguinte rumou a Tondela onde conseguiu a subida à Liga 2. Um feito alcançado mais uma vez ao lado do irmão. Em 2012, porventura, Tiago assinou pelo Trofense enquanto Hélder teve a sua primeira oportunidade na Liga ao serviço do Beira-Mar.

Covilhã permitiu salto para a Roménia

Uma época bem regular no Covilhã abriu-lhe de novo a porta no estrangeiro. O convite chegava da Roménia e Tiago não hesitou. Cumpre a segunda época no Cluj e o balanço é positivo pese embora os graves problemas financeiros que começam a ser recorrentes em vários clubes romenos.

«A nível desportivo está a ser uma experiência muito boa. Tenho jogado com regularidade numa equipa que luta pelo título e já tive a oportunidade de jogar nas competições europeias [Liga Europa]. Infelizmente, a situação financeira é o aspeto mais complicado. O clube entrou em insolvência e perdemos 24 pontos mas ao que tudo indica vamos recuperá-los», sublinha o lateral direito português.

Tiago Lopes encontrou na Roménia uma nova realidade. A principal diferença que aponta para o campeonato português é o apoio dos adeptos: «A Liga 2 é muito competitiva onde o último pode ganhar ao primeiro. É um futebol mais físico. Aqui o futebol é mais rápido, as equipas têm mais qualidade e o ambiente nos estádios é incrível. Posso dizer que os nossos adeptos nunca deixaram de nos apoiar depois de todos os problemas.»

Saudades de Portugal

Os tempos livres são ocupados com idas ao centro comercial com outros jogadores portugueses e também espanhóis. Não só do Cluj. Outras vezes opta por passar serões em casa a ver televisão, aproveitando para se manter informado sobre tudo o que se passa em Portugal.

«Aqui sinto-me como se estivesse em casa. A comida é muito parecida com a nossa. Tenho televisão portuguesa e acompanho tudo o que se passa aí. Mas claro que existe a saudade da comida feita pela mãe. Como se costuma dizer o que é nacional é bom!», destaca.

Outra das coisas que faz questão de não perder é a Liga. Os jogos do Paços de Ferreira são obrigatórios pois no final é preciso ligar ao irmão para avaliar a sua prestação: «Acompanho todos os jogos dele. Está a fazer uma época fantástica. Temos uma relação muito especial e falamos todos os dias para dar conselhos um ao outro.»

Futuro

Tiago Lopes ainda tem mais dois anos de contrato com o Cluj. Aos 26 anos, não esconde que o sonho passa por regressar a Portugal e afirmar-se num clube da Liga. Até que esse dia chegue garante que vai continuar a honrar e aproveitar todas as oportunidades na liga romena.

«Quero regressar a Portugal para relançar a carreira num clube da Liga. Claro que não fecho a porta a uma boa proposta no estrangeiro. Sou profissional e por isso vou ter em conta todos os aspetos. Agora o importante é fazer um bom final de época e depois logo se vê. Também estou tranquilo porque estão contentes com o meu trabalho aqui.»



Citação do jornal "A Bola" online

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Edinho com Braga no coração e a Turquia a seus pés



Aos 32 anos, Arnaldo Edi da Silva - ou simplesmente Edinho - dispensa apresentações. Com o mesmo nome que o pai, que entre outras cores envergou as do Vitória de Setúbal, o internacional português passou por vários clubes em Portugal, destacando-se a sua passagem pelo SC Braga. Embora traga o emblema minhoto no coração, o avançado brilha agora na Turquia ao serviço do Kayseri Erciyesspor.

Com 18 golos marcados em duas épocas, Edinho conquistou a admiração dos sempre exigentes adeptos turcos, facto que lhe valeu em março a distinção como melhor jogador. «Fiquei bastante satisfeito com a escolha. Tinha esperança de ganhar o troféu [ver fotografias em anexo] e foi bom ver os adeptos retribuir todo o meu esforço. Aqui, encontrei o meu porto seguro e tudo se tem proporcionado pelo melhor», disse em conversa com A BOLA.

Não obstante o excelente momento de forma do português, o Kayseri está apenas no 16.º lugar do principal campeonato turco. No entanto, o avançado não se deixa desmotivar, piscando o olho aos próximos duelos. «É uma crise que se espera passageira. Acreditamos que podemos sair da zona de despromoção», confessou. Essa luta pela manutenção vai ter que esperar, uma vez que a prova vai parar no próximo fim de semana, fruto da violência de que o Fenerbahçe foi alvo: «Esta situação veio espoletar algumas disputas entre as claques. Mas este ambiente faz-me lembrar um pouco a Grécia, pelo que acaba por me passar ao lado. Já estou vacinado.»

Das paisagens idílicas ao património icónico

Futebol à parte, como é a vida na Turquia? Por entre as cidades milenares, erguem-se monumentos de valor imensurável, testemunho de outros tempos e civilizações. Em Kayseri, Edinho aprendeu a fazer desta a sua casa. Rodeado por um povoado tradicional e conservador, o jogador aproveita os tempos livres para visitar as cidades vizinhas, como Capadócia ou Nevsehir, ou então para dar uma escapadinha até Istambul para perto dos amigos Bruno Alves e Raul Meireles, entre outros.

«O país em si atrai-me imenso. Há bastantes sítios e monumentos para visitar. Nos restaurantes, há sempre música e danças. Além disso, a comida e o clima têm bastantes parecenças com Portugal», contou, apontando o kayseri manti como uma das suas maiores perdições: «É um prato típico com sopa, massa recheada e iogurte.»

Turquia, uma janela que se abre

O avançado está tão feliz na Turquia que tem, inclusive, aconselhado este destino a alguns colegas. Custódio, Nuno André Coelho ou Vaz Tê foram alguns dos que quiseram saber a sua opinião antes de fazerem as malas e emigrar. «É todo um mercado que se abre, também há treinadores que começam a mostrar interesse e a fazer perguntas. Acredito que mais alguns virão», disse.

Atenas e Braga de mãos dadas

O primeiro roteiro como emigrante na vida de Edinho não foi a Turquia. Antes passou por Espanha (Málaga) e pela Grécia (AEK e PAOK), para onde voltaria... se pudesse. «Estou a adorar viver aqui, mas na Grécia tive anos fantásticos. Enquanto estava ao serviço do AEK nasceu o meu filho Rodrigo [atualmente com sete] e fui chamado à Seleção», explicou.

Edinho lembra, assim, com uma forte saudade Atenas, cidade que «pela abertura das pessoas» tanto o fez lembrar da capital minhota, onde tem a sua família. «Não os tenho a viver comigo em Kayseri, mas eles costumam vir cá passar umas temporadas, consoante as férias do Rodrigo. Já aprendi a lidar com isso, mas tê-los aqui ia dar-me ainda mais força. Afinal, é por eles que eu batalho todos os dias», revelou. E regressar a Portugal está no horizonte? «Não tenho esse objetivo, mas tenho Braga no coração. É uma casa para onde voltaria sempre com agrado. Mas, para já, o futuro passa mesmo pela Turquia», rematou.

Seleção? Não podem ir todos...

Edinho tem seis internacionalizações pela Seleção Nacional e três golos marcados. Mas queria ter mais, muito mais. Repleto de ambição, o jogador não esconde que foi com alguma tristeza que viu o seu nome afastado da última convocatória. «O selecionador [Fernando Santos] conhece-me bem e isso dava-me esperança. Mas acredito que vou acabar por ser chamado», afirmou.

De facto, já para o Mundial o avançado ficou consternado com a sua ausência. «Fiquei triste, mas no futebol não podemos ir todos. Só me resta continuar a trabalhar», declarou, mostrando-se convicto das suas capacidades.



Citação do jornal "A Bola" online

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Custódio deu uma nega ao conforto e aceitou o pedido da aventura



«A rotina é o hábito de renunciar a pensar». Esta bem que pode ser uma das premissas a que os inconformistas se agarram. Em tudo na vida há duas opções e, neste caso, referimo-nos entre ficar ou avançar.

Custódio decidiu avançar. O médio português encontrava-se em Braga, numa situação confortável, quando recebeu uma chamada internacional. O indicativo decifrava a sua origem. Do outro lado estava uma voz com sotaque brasileiro que o convidava a mudar de ares. Desligou a chamada e pediu tempo para ponderar.

Dias depois deu um sim como resposta a Roberto Carlos. O conhecido defesa esquerdo do Real Madrid e da seleção brasileira é agora o seu treinador. A justificação para a mudança chega com uma «vontade de sair da zona de conforto.» Custódio, internacional português que em janeiro rumou ao Akhisar Belediyespor da liga Turca, não é fã da monotonia. Fez as malas e não renunciou à novidade.

À data desta conversa, Custódio mostra-se feliz com a decisão tomada. «Depois de uma experiência na Rússia onde não fui muito feliz, tinha como desejo tentar outra aventura. Decidi arriscar e estou satisfeito com a opção.» Em 2007 assinou pelo Dínamo de Moscovo, mas as perspetivas e a realidade não jogavam na mesma equipa. «As pessoas eram muito fechadas, o clima era muito frio e o futebol não era o que procurava», disse.

Depois de ter deixado o Sporting, regressou a Portugal pela porta do Vitória de Guimarães. Uma época depois assinou pelo rival, o SC Braga. Conheceu o outro lado dos bracarenses e hoje considera-se «mais um adepto a torcer» pelo clube. Pelos Guerreiros do Minho jogou nas competições europeias, chegou a uma final da Liga Europa e foi convocado por Paulo Bento para representar a Seleção Nacional no EURO 2012. O que seria impossível para muitos tornou-se fácil para Custódio. Conquistou os adeptos do SC Braga e, na hora da despedida, foi homenageado.

Saída para Turquia é vista como um «tira-teimas»

O médio tinha tudo para continuar no Minho, mas queria sair da zona de conforto. Em janeiro deste ano seguiu para a Turquia. No Akhisar Belediyespor encontrou velhos conhecidos. Partilha o balneário com Vaz Tê e Douglão. É, aliás, com o defesa brasileiro que divide viagens. «Vivemos próximos um do outro e estamos a cerca de 40 quilómetros do centro de treino e, normalmente, vamos juntos», confessa.

Custódio revela que, ao contrário do que viveu na Rússia, na Turquia existe uma facilidade enorme na comunicação. «Aqui quase todos falam em inglês e, a acrescentar a isso, temos um núcleo que fala português e torna tudo mais fácil», refere.

A voz com que fala da Rússia e da Turquia são esclarecedoras. Sobre um país ouve-se um tom direto e pouco animador. Sobre a Turquia a história é outra. «Esta experiência não podia estar a correr melhor. Está a corresponder às minhas expectativas, quer a nível pessoal, quer a profissional», desvenda.

Roberto Carlos foi fulcral na decisão

Se o facto de ter conhecidos no clube pesou na decisão, ter Roberto Carlos como treinador deu o empurrão final. «Trata-se de uma referência a nível mundial que percebe muito de futebol e com quem se aprende a cada treino. Para mim é um privilégio trabalhar com uma lenda como Roberto Carlos.»

Se em termos climatéricos, Custódio diz não sentir uma grande diferença entre Portugal e a Turquia, já no campeonato aponta algumas diferenças. «O campeonato português tem três ou quatro equipas de grande qualidade, mas depois existe uma diferença de qualidade para as restantes. Na Turquia há um maior equilíbrio a meu ver», sublinha.

Custódio não é, de todo, uma pessoa dada a exibicionismo. Não foge, mas se puder dispensa câmaras. Ação só mesmo dentro de campo. Por isso, tirando os treinos e os estágios dedica-se a um dos seus maiores hobbies, consumindo filmes e séries. Perde a conta a horas que passa em frente à televisão, mas nunca se esquece do seu grande amor: a família. «Felizmente tenho as novas tecnologias que permitem matar um pouco das saudades e, por isso, uso e abuso das redes sociais para falar com a família», assegura.

Custódio quer SC Braga no Jamor

Embora longe, Custódio não deixa de seguir o futebol português e não esconde a felicidade de ver o SC Braga com boas hipóteses de marcar presença na final da Taça de Portugal. «Oxalá consigam. Também fiz parte da caminhada e o clube merece. Estou grato ao SC Braga e, por isso, só quero que consigam alcançar todos os objetivos que ambicionam», disse.

Em forma de mote final, fala da Seleção Nacional onde é explícito. «No período em que representei o meu país fui muito feliz. Se for novamente convocado ficarei radiante, mas tenho noção que há outras opções e respeito plenamente», concluiu o médio que fugiu à monotonia e ao conforto.

O adversário agora é outro. Chama-se novidade e embora o jogo esteja longe do apito final, para já a vitória cai para o lado de Custódio.



Citação do jornal "A Bola" online

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Geraldo, irmão de Bruno Alves, deixa-se apaixonar pela Roménia



Na família Alves, a chama e o talento pelo desporto-rei são parte constituinte do ADN, passando de geração em geração. Avô, pai, tios e irmãos, todos jogam ou jogaram à bola. Geraldo, de 34 anos, deu o primeiro ar da sua graça no clube da terra natal: o Varzim SC. Desde então, vestiu as cores de vários emblemas lusos até que, em 2007, fez as malas e emigrou. O defesa-central está hoje na Roménia, onde acompanha de perto o percurso do irmão do meio, Bruno – esse mesmo, o da Seleção – e do ‘pequeno’ Júlio (Rio Ave).

«A paixão do futebol já vinha do meu pai [Washington, ex-jogador do Flamengo] e a partir do momento em que ele se apercebeu que poderíamos ser profissionais procurou motivar-nos ao máximo. É importante quando se tem, desde cedo, alguém que puxe por nós. Assim, tudo corre melhor», disse, em conversa com A BOLA.

Atualmente, Geraldo veste a camisola do FC Petrolul Ploiesti, com a qual já conquistou uma Taça da Roménia. Mas se antes este era um destino de eleição para muitos futebolistas portugueses, agora a crise pintou de cinza o cenário desportivo naquele país de Leste. «O Petrolul entrou recentemente em insolvência [oito equipas da primeira divisão estão nesta situação]. Temos um bom projeto mas, assim, não podemos ir às competições europeias», lamenta.

De um modo mais abrangente, o irmão de Bruno Alves critica o facto de alguns clubes usarem a «insolvência como uma espécie de refúgio para não pagarem aos seus jogadores». Contudo, «a FIFA mudou as regras e os visados podem agora queixar-se», destaca. Porém, Geraldo salienta que no Petrolul, em particular, «as coisas têm corrido bem», acreditando que com o «apoio dos adeptos fervorosos [afeto que o faz lembrar os seguidores do Vitória de Guimarães]» a equipa vai conseguir reerguer-se.

Juntar o útil ao agradável

Em final de contrato, o defesa-central confessa que, a par de Filipe Teixeira, tem-se sentido injustiçado pelo treinador, «facto que vai contra a vontade da Direção que pretende renovar». Então qual é o próximo passo? Isso, só o futuro o dirá. Com vontade de manter várias portas em aberto, Geraldo tem uma única certeza: «Não pretendo voltar, para já, a Portugal, devido à atual situação financeira do país.»

O jogador do Petrolul revela que alguns clubes romenos já mostraram interesse nos seus serviços, a que se somam uns quantos de outras paragens, algo que vai ter em conta na hora da decisão. Afinal, não há nada melhor do que juntar o útil ao agradável: trabalho e prazer; vocação e distração; jogar e aprender. «Quero aliar o que faço e amo à possibilidade de poder viajar e conhecer outras culturas», explica.

Roménia: perto da vista e para sempre no coração

Nos primeiros tempos, Geraldo Alves sentia-se um pouco sozinho e até de «pé atrás» em relação a Bucareste, mas o encanto muito próprio da capital romena acabaram por o conquistar. «É uma cidade muito segura mais até que a Póvoa do Varzim. Contudo, está ainda em construção e existe alguma corrupção. Há dias ouvi uma notícia que dava conta de várias detenções, incluindo presidentes de clubes e de câmaras. Mas as coisas começam a tomar o rumo certo», conta.

Para o português a língua não foi um problema. A única coisa que considera mais divergente às raízes prende-se mesmo com a gastronomia: «É um povo muito semelhante ao nosso. As pessoas são muito trabalhadoras e respeitadoras, só a comida é que é um pouco diferente.»

No entanto, a experiência na Roménia acabou por tornar-se mais especial até do que estava à espera. Longe do fervor dos adeptos e do calor dos relvados, Geraldo encontrou o amor em Adela, de origem romena, mãe da sua filha, Maya, de apenas dez meses. Por isso, a saudade que sente por Portugal é ‘disfarçada’ com a família que criou lá fora. Na Roménia, tem as suas mais que tudo bem perto da vista e, claro, para sempre no coração.



Citação do jornal "A Bola" online

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Bruno Pinheiro conquistou seis países entre Europa e Ásia



Bruno Pinheiro começou a jogar futebol aos seis anos de idade no Boavista. Nos axadrezados cumpriu o sonho de se tornar profissional e chegou a envergar a braçadeira de capitão do clube do seu coração. No entanto, os graves problemas financeiros e a descida à 2.ª divisão B no final de 2009 acabaram por proporcionar um novo rumo à sua carreira.

Conta em conversa com A BOLA que decidiu abraçar aos 22 anos a primeira experiência além-fronteiras porque não se via a representar outro clube em Portugal. Acabou por sair para o Chipre (Aris Limasol) e perdoar toda a dívida ao Boavista.

«Se pudesse voltar atrás teria esperado por algo diferente. Embora o campeonato cipriota seja bom tem pouca visibilidade. Talvez não tenha sido o passo certo para a minha carreira pois era presença assídua nos trabalhos da seleção sub-20 e sub-21», reconhece dando conta da principal diferença que encontrou: «No Chipre as pessoas são muito ligadas ao futebol enquanto que em Portugal as novas gerações preferem ficar em casa a ver os jogos pela televisão.»

Uma época bem conseguida no Aris valeu-lhe o convite do Widzew Lodz (Polónia) e Bruno não hesitou. Partiu para mais um desafio.

«A nível desportivo foi uma excelente aposta. Vivi dois anos fantásticos na Polónia onde fui muito acarinhado por todos. Os adeptos eram incríveis e durante os 90 minutos estavam sempre a apoiar a equipa mesmo quando o resultado era negativo», recorda.

Infelizmente, os problemas financeiros entraram de novo na sua rota. Salários em atraso fizeram com que se tornasse credor do clube. Até hoje. O regresso a Portugal proporcionou-se pela porta do Gil Vicente mas a falta de oportunidades na formação de Barcelos fez com que voltasse a emigrar.

«Gostei muito de vestir a camisola do Gil Vicente mas como a minha vontade era de jogar com regularidade acabei por sair. Recebi uma proposta de Israel e o meu instinto aventureiro fez com que aceitasse o desafio e ao contrário do que muitos portugueses pensam é um país com um nível de segurança extremo. A minha família adorou viver lá», esclarece.

Espingardas Kalashnikova presentes no treino

No Maccabi Netanya viveu um dos momentos mais caricatos da sua carreira. Chegar ao treino e dar de caras com dois juniores fardados e com espingardas ao ombro foi no mínimo «estranho».

«O clube como qualquer outro por vezes chamava juniores para os treinos. Um dia aparecem dois no balneário com farda militar e com uma AK-47. Para os israelitas era normal mas não era eu que ia fazer um ‘carrinho’ a um daqueles miúdos», diz entre risos.

«Também existe outra coisa muito curiosa. Não se pode tocar em nada elétrico entre o pôr-do-sol de sexta e o de sábado. Isto para os que seguem o judaísmo. No prédio onde eu vivia existiam dois elevadores por causa disso. Um normal e outro que parava automaticamente em todos os andares para que as pessoas não tivessem de carregar nos botões», acrescenta.

Experiência asiática entre Tailândia e Índia

A descida de divisão fez com que Bruno procurasse novo destino. Tailândia? Disse sim a uma aventura que durou quatro meses: «Bangkok é absolutamente fantástico, uma verdadeira metrópole com vida durante 24 horas. O campeonato surpreendeu-me pela positiva embora esteja relativamente atrasado comparativamente ao modelo europeu», resume.

Seguiu-se a Índia num ano que fica indubitavelmente associado à enorme mediatização criada em torno do campeonato local. A entrada de nomes mundialmente reconhecidos como, por exemplo, Anelka, Del Piero, Alessandro Nesta e Trezeguet criou um ambiente fantástico batendo recordes de audiências um pouco por todo o mundo.

«Foi a maior experiência da minha carreira. Estádios cheios em todos os jogos numa competição que mexeu com o país. Jogar ao lado de Robert Pires, ser treinado por Zico e conviver com todas aquelas lendas foi algo inesquecível», começou por contar antes de descrever o ambiente vivido nas ruas.

«O povo indiano é fanático. Milhares de mensagens nas redes sociais, autógrafos, fotografias, gritos, choros. Todos os dias. Nunca tinha passado por algo assim.»

Futuro será onde for melhor para a família

Aos 27 anos, Bruno Pinheiro joga nos gregos do Apollon Smyrnis e procura a subida à principal divisão do futebol helénico. Já o conseguira em 2013 pelo Niki Volos e o objetivo é repetir a façanha. O contrato termina no final da temporada mas o futuro não o preocupa. Até porque já existem clubes interessados na sua contratação. Questionado sobre um eventual regresso a Portugal, o central/médio defensivo assegura que vai escolher o melhor para a família.

«Tenho um espírito aventureiro que me desperta o interesse de viajar pelo mundo. Mas a verdade é que tenho família e a prioridade tem de ser essa. Se o futuro é em Portugal ou no estrangeiro não sei. O que quero é continuar a jogar futebol.»

E o Boavista...?

«Uma proposta do Boavista é uma proposta do Boavista. Ficaria muito orgulhoso e honrado. O futebol vive do momento, vamos ver...»

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Citação do jornal "A Bola" online

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Kaby Djaló: do passado na academia do Chelsea à glória na Finlândia

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Kaby Djaló é mais um caso a juntar à vasta lista de portugueses que conseguiram vislumbrar o sucesso fora de portas. Com passado na academia do Chelsea (Inglaterra), Kaby nem sempre sonhou com um futuro no mundo do futebol. Nasceu na Guiné-Bissau, mas mudou-se para Portugal aos dez anos devido à separação dos pais. Karaté e luta greco romana eram os dois desportos de eleição e claro…os estudos era algo que não queria deixar para segundo plano.

A insistência e elogios por parte dos amigos sobre a sua aptidão com a bola nos pés mudaram-lhe todos os planos. Entrou para as escolinhas do Boavista e quatro anos depois deu-se o salto para as camadas jovens do Chelsea, em Londres. Aquilo que estava longe de ser um romance anunciado tornou-se no início de uma bonita história de amor.

«A oportunidade surgiu através de um olheiro do Chelsea e acabei por assinar um contrato de cinco épocas – dois de formação e três como profissional. Os dois primeiros anos não foram fáceis, pois era muito novo, não falava inglês e o clima era diferente. Tive ainda de me adaptar a um futebol mais físico e direto», recorda o médio português, atualmente a representar o PS Kemi (Finlândia), em conversa com A BOLA.

Durante a sua passagem por Londres teve a oportunidade de trabalhar por diversas vezes com a equipa principal, cruzando-se com nomes como Didier Drogba, John Terry, Ashley Cole, Obi Mikel, Fernando Torres, entre muitos outros craques que representaram os blues entre 2010 e 2012. Conquistou a Youth Cup, o campeonato de reservas e mais importante que tudo isso… criou «muitas amizades».

Chipre como ponto de transição… para um ano e meio dramático

A saída do Chelsea acabou por ser inevitável em 2011. Seguiu-se uma experiência no AEL Limassol, em Chipre, onde revela que o principal desafio foi a transição para uma realidade «muito diferente» daquela a que estava habituado na academia do Chelsea.

«Estamos a falar de uma competição mais séria. Vinha de uma equipa de reservas e não tinha qualquer tipo de experiência no futebol sénior. Foi bom porque me ajudou a perceber quais eram efetivamente as minhas qualidades e para perceber aquilo que o futuro me reservava», admite sem esconder que o facto de existirem muitos portugueses na equipa facilitou a sua adaptação:

«A adaptação foi muito fácil em todos os aspetos pois a equipa tinha muitos jogadores que falavam português. No nosso onze inicial eram poucos os que não falavam (risos). Não só de Portugal, mas também de Angola, Brasil e Cabo-Verde.»

Terminada a experiência em Limassol, Kaby deu um passo errado na sua carreira e ficou um ano e meio (!) parado. Decidiu voltar a Portugal à espera de uma oferta que lhe agradasse, mas a oportunidade não chegou… Pelo meio, recusou inúmeras propostas de clubes estrangeiros.

«Foi um período difícil. Prestei provas em algumas equipas, mas nem sempre consegui mostrar o melhor. Cheguei a assinar pelo Marítimo, contudo antes do arranque do campeonato rescindiram o contrato. Tive de recomeçar aos 21 anos. Não foi fácil ter uma oportunidade em Portugal, mesmo em equipas da 2.ª Divisão B. Questionavam as razões de estar parado…», recorda o médio português.

«Tive a possibilidade de treinar no Boavista para me manter em forma e agradeço muito ao clube e ao mister Petit por isso. Cumpria o plano de treinos como todos os outros jogadores, sendo que a única diferença era o facto de não estar inscrito», sustenta.

Oportunidade na Roménia, «motivação» na Polónia e «campeão» na Finlândia

O calvário terminou quando se abriu uma janela na Roménia. O Gaz Metan, da cidade de Medias, mostrou interesse e Kaby não pensou duas vezes. Não teve problemas ao nível da adaptação, embora confesse que a experiência não foi do seu agrado pela «falta de profissionalismo» de algumas equipas. Além disso, o médio teve problemas com salários em atraso e a solução foi sair por empréstimo para os polacos do Pogon Siedlce.

«Sair para a Polónia foi uma boa escolha. Joguei sempre e voltei a sentir o prazer de jogar futebol. Ganhei minutos, confiança e motivação», aponta.

Não regressou a Medias e seguiu viagem para a Finlândia. O PS Kemi, equipa que tinha sido promovida à segunda divisão daquele país, apresentou-lhe um projeto interessante e Kaby viu nele uma boa oportunidade para crescer. A sua chegada despertou o interesse dos meios de comunicação social finlandeses, que chegaram a questionar os motivos pelos quais um antigo jogador do Chelsea e das Seleções jovens portuguesas ia jogar…na segunda divisão.

Responsabilidade acrescida? Não, antes sim, uma aposta que se revelou acertada. Sagrou-se campeão num país «muito frio», ganhou o carinho dos adeptos do PS Kemi e foi considerado pela crítica o melhor médio do Campeonato.

«Foi uma época muito positiva e surpreendente [n.d.r. três golos em 24 jogos]. A minha equipa tinha acabado de subir de divisão e não tinha planos de subir novamente. Mas a verdade é que graças à qualidade do nosso grupo de trabalho conseguimos vislumbrar o sucesso», resume o camisola 10.

«Época de afirmação? Podemos dizer que sim. Hoje olho para trás e lembro-me daquela época e meia que estive parado. Estou mais maduro, forte e experiente. O caminho agora é em frente porque ainda tenho muito para provar a mim e a todos aqueles que acreditaram e acreditam em mim», sustenta.

De regresso a Portugal para cumprir o período de férias, Kaby tem aproveitado para matar saudades da família e dos amigos. Com o contrato renovado para mais uma temporada, agora para disputar a primeira divisão finlandesa, o médio português de 23 anos sublinha que um dos seus objetivos passa por regressar ao campeonato português.

«O meu sonho passa por chegar à Liga portuguesa. Faz parte dos meus objetivos», remata.



Lembro-me perfeitamente de ter jogado contra ele em iniciados, que besta autêntica. :mrgreen: Editado por Trenza

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