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Lip McBoatface

Viagens (Actualizado a 02/09/2021)

Publicações recomendadas

Citação de Red Prince, Em 15/07/2019 at 14:13:

Comecei há cerca de um ano a aventura do AL.

Sem ter como objectivo primário o lucro, apenas dar uma nova vida à casa dos meus avós, depois de o meu avô falecer e a minha avó não ter condições para ficar em casa. 

Pouco mais do que um ano depois tivemos cerca de 20 reservas e a experiência tem corrido super bem. Conseguimos personalizar as estadias, oferecer produtos da nossa horta, alguns mimos locais de charcutaria, acompanhamento permanente por mim à distância e pela minha mãe quase sempre lá. Temos tido óptimas reviews e a noção de que as pessoas saem globalmente muito satisfeitas! Muitos estrangeiros - americanos, ingleses, israelitas, espanhóis, franceses, brasileiros, alguns lusodescendentes, e, claro, muitos portugueses.

Recebemos com muito orgulho os irmãos Oliveira e a família nos nacionais de ciclismo de estrada do ano passado, onde se sagraram campeões de fundo e cr em sub23. 

Como disse, apesar de termos alguns lucros, o maior gosto é ver que as pessoas saem satisfeitas e, por outro lado, é bom sentir um local que nos diz tanto recuperado e estimado. 

Se estiverem a pensar dar um passeio ao interior, contactem-nos!

Ah, e agradecer publicamente ao @Boo Riquelme, não sei se ainda anda por aqui mas foi muito importante no arranque pelas impressões que troquei com ele. Um abraço

https://www.airbnb.pt/rooms/3719019?source_impression_id=p3_1562976000_cXDRDEyuKKmrSfD1

grande abraço, menino.

Tudo de bom.

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Estou sensivelmente a meio da minha estadia em Istanbul. Que regalo ❤️ 

na sexta feira segue-se a Grécia. Conto deixar cá um post bonito no fim da viagem! 

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qual é a vossa experiência com profilaxia da malária?

 

Editado por bobzz

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Citação de Ghelthon, Em 01/09/2019 at 16:43:

Dicas para a zona da Catalunha? Sem contar Barcelona.

Olá estou a morar em Barcelona mas já explorei mais cidades/zonas principais da Catalunya.  Diria para dares uma olhada na costa Brava: Tossa de Mar, Begur, Palafrugell, Cadaqués ou costa Dourada: Sitges, Callafel...isto para praia. Cidades que recomendo para visitar: Girona, Figueres, Tarragona, Besalú, Lérida, Vic.

Se precisares de mais detalhes apita 🙂

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Citação de Keyser, há 1 hora:

Olá estou a morar em Barcelona mas já explorei mais cidades/zonas principais da Catalunya.  Diria para dares uma olhada na costa Brava: Tossa de Mar, Begur, Palafrugell, Cadaqués ou costa Dourada: Sitges, Callafel...isto para praia. Cidades que recomendo para visitar: Girona, Figueres, Tarragona, Besalú, Lérida, Vic.

Se precisares de mais detalhes apita 🙂

Eu vou agora a Barcelona no início de Outubro durante 6 dias. Que locais, restaurantes, visitas recomendas? Tanto aqueles mais óbvios que são imperdíveis como aqueles recantos que só quem vive aí conhece 🙂

Editado por migxstoper

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Citação de bobzz, há 2 horas:

qual é a vossa experiência com profilaxia da malária?

 

Nunca tive problemas. Mas uso sempre o medicamento que é considerado o topo de gama, o Malarone.

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na consulta excluiram-me o Malarone (por causa do preço, que nem me importava), e deram-me o Mephaquin. deu-me nota de que havia quem tivesse uns pesadelos pesados com isto, e agora ao ler os efeitos secundários dá a sensação de que causa mais perturbações do que estava à espera, quando o Malarone parece ter muito menos.

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Citação de bobzz, há 5 horas:

na consulta excluiram-me o Malarone (por causa do preço, que nem me importava), e deram-me o Mephaquin. deu-me nota de que havia quem tivesse uns pesadelos pesados com isto, e agora ao ler os efeitos secundários dá a sensação de que causa mais perturbações do que estava à espera, quando o Malarone parece ter muito menos.

Eu uso o Malarone porque a empresa mo paga...

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Eu tomo o Malarone, tb é a empresa a pagar.

Na primeira vez optei pelo Mephaquin. É semanal, é uma bomba. Fiquei a noite em branco.

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Não era o que gostaria de ouvir :mrgreen:

Foi só da primeira vez ou em todas as tomas? 

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Não passou da primeira vez, não voltei a tomar xD

Depende muito de pessoa para pessoa, não é por comigo ter sido assim que ctg tb será 🙂

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A reacção à Mephaquin depende sempre da pessoa, eu dei-me bem com ela, não notei nada de anormal. O que não invalida que seja, efectivamente, uma bomba. Não é à toa que a toma é semanal e não diária.

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No aeroporto de Budapeste é preciso imprimir o bilhete de avião ou dá para passar no telemóvel? 

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Citação de migxstoper, Em 06/09/2019 at 16:50:

Eu vou agora a Barcelona no início de Outubro durante 6 dias. Que locais, restaurantes, visitas recomendas? Tanto aqueles mais óbvios que são imperdíveis como aqueles recantos que só quem vive aí conhece 🙂

Com 6 dias tens muito tempo para explorar:

  • Sagrada Familia.
  • Casa Battló e La Pedrera. Aproveitas para dar um passeio em Passeig de Grácia.
  • Las Ramblas. Já que estás por lá, aproveita para ir ao famoso Mercado de La Boqueria
  • Port Vell (come e bebe por lá).
  • Ciutat Vella: El Raval, El Born e Gótic
    • No bairro gótico: Visita a catedral,pont del Bisbe, Plaça Sant Jaume, Plaça Reial, Iglesia Sant Felipe Neri, Claustro de Santa Ana
    • El Born: Museu do Picasso, Palau de lá Musica Catalana, Mercado de El born.
    • Perde-te pelas ruas, vais ficar supreendido.
  • Grácia:
    • Visitar Park Guell, vai pelas escaleras da Baixada de Glória (se fores de manha tipo 7:30/ 8:00, a parte Monumental é gratuita)
    • Gran Grácia (comer por lá)
    • Casa Vicens
    • Plaça Vila Grácia 
    • Plaça de la Virreina
    • Plaça del Sol (bebe um copo por lá)
    • Mais uma vez perde-te pelas ruas...
  • Horta-Guinardó: 
    • Parc del laberint d'horta
    • El Carmel - Visitar os bunkers e ver o museu Turó de la Rovira
  • Montjuic:
    • Castelo
    • Andar de teleférico
    • Estadio Olimpico
    • Jardim Botanico
    • Poble Espanyol
  • Plaça Espanya
  • Parc Ciutadella
  • Tibidado (nao gostei muito, para ser honesto...)

Como tens 6 dias tirava um dia ou para ir Montserrat ou Girona. Espero de nao me ter esquecido de nada 😋

Dá uma olhada nisto:

https://www.webarcelona.net/es/blog/tarjetas-descuento-visitar-barcelona

E nos Hola Card:

https://www.holabarcelona.com/es/tickets/hola-bcn-barcelona-travel-card

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Estou todo borrado. Vou hoje para a Roménia (Ryanair e Wizzair) e é a primeira vez que arrisco ir sem pagar bagagem aka cingido a um saco do LIDL de 40x25x20... Acho que vou arriscar e levar uma mochila maior, mesmo correndo o risco de eles me cobrarem mais. Já li casos na net em que eles nunca confirmam a bagagem. Já alguém fez o mesmo? Já tiveram algum problema?

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fazes o check-in em casa, não há sítio onde te possam controlar isso. desde que dê para levares debaixo do banco não há stress. 

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Citação de Rain Dog, há 1 hora:

depende do aeroporto. Em Portugal nunca me confirmaram o tamanho da bagagem, tanto em Lisboa como no Porto.

Quanto tempo vais? viajar light é ótimo, com a tua experiência em viagens já devias ser um perito em downsizing pá

Completamente o oposto ahah. Eu normalmente levava uma mala de porão cheia de cenas inúteis que acabava por nunca usar. Estes dois anos de aviação fizeram-me mal no que toca a ser conciso em coisas para levar. De qualquer das formas, cingir 14 dias a uma mochilita, não está mau, diria.

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Praias em Albufeira ou perto que sejam facilmente acessíveis com um carrinho de bebé, que costume ter estacionamento minimamente perto? Vou daqui a uma semana, levo carro, não precisa de ser mesmo em Albufeira, mas se for, tanto melhor

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Citação de Keyser, há 5 horas:

Com 6 dias tens muito tempo para explorar:

  • Sagrada Familia.
  • Casa Battló e La Pedrera. Aproveitas para dar um passeio em Passeig de Grácia.
  • Las Ramblas. Já que estás por lá, aproveita para ir ao famoso Mercado de La Boqueria
  • Port Vell (come e bebe por lá).
  • Ciutat Vella: El Raval, El Born e Gótic
    • No bairro gótico: Visita a catedral,pont del Bisbe, Plaça Sant Jaume, Plaça Reial, Iglesia Sant Felipe Neri, Claustro de Santa Ana
    • El Born: Museu do Picasso, Palau de lá Musica Catalana, Mercado de El born.
    • Perde-te pelas ruas, vais ficar supreendido.
  • Grácia:
    • Visitar Park Guell, vai pelas escaleras da Baixada de Glória (se fores de manha tipo 7:30/ 8:00, a parte Monumental é gratuita)
    • Gran Grácia (comer por lá)
    • Casa Vicens
    • Plaça Vila Grácia 
    • Plaça de la Virreina
    • Plaça del Sol (bebe um copo por lá)
    • Mais uma vez perde-te pelas ruas...
  • Horta-Guinardó: 
    • Parc del laberint d'horta
    • El Carmel - Visitar os bunkers e ver o museu Turó de la Rovira
  • Montjuic:
    • Castelo
    • Andar de teleférico
    • Estadio Olimpico
    • Jardim Botanico
    • Poble Espanyol
  • Plaça Espanya
  • Parc Ciutadella
  • Tibidado (nao gostei muito, para ser honesto...)

Como tens 6 dias tirava um dia ou para ir Montserrat ou Girona. Espero de nao me ter esquecido de nada 😋

Dá uma olhada nisto:

https://www.webarcelona.net/es/blog/tarjetas-descuento-visitar-barcelona

E nos Hola Card:

https://www.holabarcelona.com/es/tickets/hola-bcn-barcelona-travel-card

Muito bom, obrigado! Depois mais perto secalhar sou capaz de enviar MP com algumas dúvidas.

Citação de Mafia_SCP, há 21 minutos:

Praias em Albufeira ou perto que sejam facilmente acessíveis com um carrinho de bebé, que costume ter estacionamento minimamente perto? Vou daqui a uma semana, levo carro, não precisa de ser mesmo em Albufeira, mas se for, tanto melhor

Praia dos Salgados, Santa Eulália ou Galé. São todas relativamente acessíveis com carrinho de bebé através dos passadiços e têm estacionamento.

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Completei mais um caminho de S. Tiago. Desta vez foi mais dificíl porque já ia doente, acabei por fazer febre, andar mais de 30Km por dia com um mochilão e cheio de dores, muitas delas derivadas à doença, mas pronto, continua a ser uma experiência que recomendo a toda a gente. Já agora não faço os caminhos por questões religiosas, é mais por desafio pessoal. 

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Vou embarcar dia 7 de Outubro numa viagem de 1 mês entre Peru e Bolivia e estou a estudar a hipotese de fazer 1 seguro de viagem.

Algumas experiencias por aqui? Qual aconselham?

Vi o da IATI mas parece um bocado caro.. alguem tem feedback ou outras recomendações?

 

 

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Citação de Quan Chi, Em 06/09/2019 at 22:11:

Fiz a Route 66 como lua-de-mel neste verão, abaixo mega-post.

 

É uma viagem cara mas que vale muito a pena. São vários países dentro do mesmo país. Para além dos sítios e monumentos que há para ver, a sensação de estarmos permanentemente dentro de um filme americano é indescritível.

 

As pessoas locais metem conversa com frequência, nos motéis, supermercados, bombas de gasolina e restaurantes. Esqueçam o estereótipo do americano burro, convencido e obeso, eles até são cultos, afáveis e obesos. Foram bastante simpáticos e ficavam todos orgulhosos por virmos de tão longe para visitar a sua localidade, ainda por cima como viagem de lua-de-mel.

 

É uma viagem que dá para fazer em duas semanas, duas semanas e meia, mas implica um consenso prévio quanto aos sítios que se vai ver ou não. Ver todas as atrações possíveis em todas as localidades demoraria mais de um mês. Nós optámos por não ver atrações que não fossem distintivas face ao que já vimos em Portugal (p.e. zoo e oceanário de Chicago) ou que não nos dissessem nada (p.e. grutas onde se escondeu o Jesse James ou museu dedicado ao arame farpado).

 

Em relação ao caminho, há partes da Route 66 que foram diretamente substituídas por autoestrada, outras não estão pavimentadas e outras são paralelas à autoestrada durante dezenas de km. Os primeiros km da Route 66 correspondem a uma das zonas mais perigosas de Chicago. Por isso, é utópico achar que se vai fazer 100% do caminho pela Route 66, nem a estrada está sinalizada para isso. Nós devemos ter feito entre 50-60% pela Route 66 e o resto por autoestrada (gratuita), quase sempre pela Route 66 nos estados mais a este, mais por autoestrada nos estados a oeste, mais desérticos e com menor densidade de coisas interessantes para ver.

 

A viagem em si não é nada cansativa, organizando bem dá tempo para tudo. Amanhece às 5h30-6h30 e anoitece às 19h30-20h30, dependendo do estado, por isso é importante não ter o chip dos horários de refeição portugueses e aproveitar bem as horas de sol, porque ao anoitecer fecha tudo e não se vê ninguém na rua. Já de dia se vê muito pouca gente a pé.

 

Quanto aos motéis, escolhendo os maiores franchises (Quality Inn, Motel 6, Super 8, Howard Johnson, etc.) fica-se bastante bem servido. Um ou outro mais velho, alguns recentemente restaurados, mas todos impecavelmente limpos, com camas grandes e colchões fabulosos (viva a obesidade) e todos com frigorífico e micro-ondas. Todos os motéis têm máquina de lavar e de secar, portanto foi um erro ter levado duas malas de porão cheias de roupa. Os preços variam entre os 40-50€ nas localidades mais pequenas e os 90-100€ em Chicago e Los Angeles, resultando numa média de 65€ por noite.

 

O aluguer do carro por si só não é caro mas a one-way fee (por se deixar o carro numa agência diferente da de levantamento) e fazer um seguro decente mais do que duplica o preço final. Os comerciais ao balcão são autênticos hard sellers, vale a pena perder tempo em casa a estudar as tipologias de seguro e não ser embarrolado com um seguro caríssimo ou então só contra danos próprios ou só contra terceiros.

 

Um carro de categoria Compact (Astra, Golf, etc.) serve perfeitamente, anda bem e cabem duas malas. A meio da nossa viagem o ar condicionado deixou de funcionar, ficámos preocupados mas trocaram-nos o carro no aeroporto de Albuquerque em 10 minutos. Como não tinham compactos, fizeram upgrade grátis para SUV (excelente em termos de conforto, pior nos consumos). Experiência de cliente fantástica.

 

No trânsito há três ou quatro diferenças importantes face à Europa. Pode-se virar à direita nos sinais vermelhos, desde que não venha nenhum carro da esquerda. Salvo exceções, pode-se fazer inversão de marcha nos cruzamentos quando não venham carros de frente. Nas autoestradas é habitual ultrapassar pela direita, cada um anda na faixa que lhe apetecer. Dentro de localidades normalmente existem duas faixas em cada sentido e frequentemente há uma quinta faixa a separar as tais duas para cada lado, e esta faixa é utilizada por ambos os sentidos (!) exclusivamente para se virar à esquerda. São regras que se estranham muito no início mas que revelam um grande sentido prático e acima de tudo uma confiança brutal no bom senso dos condutores.

 

Estava receoso por chegar cansado do voo e ter conduzir para o centro de Chicago mas foi completamente tranquilo. No final da viagem tínhamos feito 4.570 km e não vimos um único acidente. O facto de os carros serem de mudanças automáticas ajuda muito porque não se veem grandes acelerações. Também não se veem carros a pastar, se o limite for 100 ninguém vai a menos de 90 nem a mais de 110, nem os camiões, e mantêm distâncias de segurança enormes. Os carros são a gasolina, que custa, fazendo a conversão, entre 0,60-0,90€/l. O preço varia bastante de estado para estado e também conforme nos estamos a aproximar ou a afastar dos estados com gasolina mais barata (Missouri e Oklahoma).

 

Em termos de alimentação, qualquer dinner serve todo o tipo de hamburgers, sandes grelhadas e pratos de carne em geral, ao longo de qualquer hora do dia mesmo que não seja uma hora "de refeição". Uma refeição para dois fica por 20-25€ e nos estados mais centrais as doses são enormes, portanto por aquele preço dá para almoçar e guardar jantar para o motel. A cultura de levar os restos para casa está entranhadíssima, uma waitress ficou bastante ofendida comigo porque eu não quis levar meia batata assada para casa (não me tinha sobrado mais nada). Todos os restaurantes e cafés têm a "política" de nunca deixar um copo vazio, pelo que há uma pessoa constantemente a encher os copos mesmo se já estivermos na última garfada do prato.

 

Os supermercados são ligeiramente mais caros do que cá. Fomos quase sempre a Walmarts, muitos estão aberto 24 horas por dia. Raramente conseguirmos comprar uma garrafa de 1,5l por menos de 1€ e a forma mais barata de comprar água é às paletes de 40 garrafas pequenas, o que não é nada prático. Vai ao encontro do estilo "no frills" destes supermercados, em que quase todos os artigos estão em caixas/paletes ao monte e não em estantes, supostamente para poderem gastar menos com funcionários e consequentemente os preços serem mais baixos. Os caixas ficavam à toa quando acertávamos os cêntimos para não recebermos moedas de troco, não conseguiam fazer a conta. Ninguém faz isso lá, estão-se completamente a cagar para as moedas (a mais alta é de 0,25$), nem as contam.

 

Em resumo, é uma viagem fabulosa. Cara, mais vale muito a pena. A imersão no dia-a-dia das pessoas locais é indescritível e todas as pequenas interações são fantásticas. As pessoas são bastante acolhedoras e têm uma curiosidade enorme para perceber de onde é que nós vimos e o que raio é que estamos ali a fazer.

 

Vou falar abaixo dos sítios e monumentos que gostámos mais. Há muitos que não vou referir ou por não termos visitado ou por não termos gostado muito, senão o post ficava ainda maior do que já vai ficar. As fotos são todas tiradas da net mas estão fiéis à realidade.

 

Começamos a viagem em Chicago. Falei no início do post da importância de escolher os sítios a ver e a não ver e Chicago é o expoente máximo dessa necessidade. Chicago tem zoo, oceanário, planetário, museu de história natural, museus de arte, vários estádios enormes, o campus da universidade, três arranha-céus que se podem subir, grandes jardins cheios de estátuas e à beira-lago, uma fonte enorme, um cais naval, um jardim botânico… Para ver tudo em condições demoraríamos uma semana ou mais. 

 

Como só lá estivemos dois dias, começámos pelo Grant Park e pela Buckingham Fountain (bom sítio para se comer uma sandes com vista para os arranha-céus). Colado ao Grant Park fica o Millennium Park, sempre à beira do lago Michigan, que é tão grande que mais parece um mar. Tem várias estátuas e monumentos interessantes, incluindo a Crown Fountain e a Cloud Gate. Subimos ao topo da Willis Tower, vale os 25$ por pessoa e só esperamos uns 20 minutos na fila.  

 

Terminámos a visita a Chicago com um passeio pela "Magnificent Mile" (Michigan Avenue), uma avenida de lojas cheia de movimento no meio dos arranha-céus. Chicago foi um início de férias inesquecível mas naquele momento o que queríamos mesmo era fazer-nos à estrada e sentir a nostalgia da Route 66. 

 

O início da Route 66 é caraterizado por várias pequenas localidades (Wilmington, Braidwood, Odell e Pontiac) cujas principais atrações são os murais e algumas estátuas gigantes (Gemini Giant em Wilmington, Elvis e outras personagens em Braidwood ou Bunyon Giant em Atlanta). De todas as localidades referidas, Pontiac é a única em que vale a pena perder mais do que 10 minutos e apreciar os vários murais, de entre os quais se destaca um com o escudo da Route 66

 

Springfield é a primeira paragem maior e tudo gira em torno da vida de Abraham Lincoln, que foi em boa parte passada naquela cidade. Começamos pela Lincoln Tomb, onde estão os seus restos mortais e de alguns dos seus filhos. O mais curioso deste monumento é que fica dentro de um cemitério alcatroado. Por uma questão de respeito pelo local (que contém centenas de outras sepulturas) e porque estava em causa uma distância de menos de 1km, deixámos o carro à entrada e andámos a pé… Fomos os únicos, toda a gente ia de carro e ficava a olhar para nós como se fossemos atletas olímpicos.  

 

Ainda dentro do complexo do cemitério há três ou quatros War Memorials, um por cada uma das principais guerras travadas pelos americanos. São monumentos bonitos e solenes e que incluem os nomes dos soldados. O último destes monumentos é um globo gigante com pinpoints em todos os sítios em que os EUA esteve em guerra e a respetiva explicação ao longo de uns muros. Outra coisa não seria de esperar, mas não deixou de ser impressionante a enorme quantidade de pontos marcados naquele globo. 

 

A outra grande atração de Springfield é o Abraham Lincoln Presidential Museum. Pensávamos que iria ser aborrecido mas acabámos por ficar lá 3 ou 4 horas e valeu bem a pena. Muitos vídeos, teatro e esculturas em tamanho real com os momentos mais marcantes da vida dele. Foi uma experiência imersiva e acabámos por aprender bastante sobre Abraham Lincoln sem estamos com a sensação de estar a "estudar". 

 

Terminámos a visita a Springfield no Illinois State Capitol. Bonito por fora mas sobretudo por dentro, com direito a visita guiada grátis. Já na saída da cidade está o terceiro e último gigante (Lauterbach Giant). 

 

Entramos no Missouri e a paragem de maior dimensão seria Saint Louis. Foi o único sítio onde sentimos as pessoas a olhar de lado à medida que íamos andando a pé. Não nos sentimos confortáveis, e no final do dia descobrimos que é considerada a 3ª cidade mais perigosa dos EUA, faz sentido. É uma cidade suja e cheia de prédios devolutos, cuja principal atração é o Gateway Arch. Este é considerado o monumento mais alto dos EUA e um must da Route 66, mas não tem piada nenhuma porque não há nenhum ponto na outra margem do rio de onde se possa contemplar o arco e o jardim. O próprio jardim estava às moscas, portanto não perdemos mais tempo e seguimos viagem. 

 

A paisagem do Missouri é muito semelhante à do Illinois, misturando pequenas localidades bem arranjadas com prados verdes a perder de vista. Vale a pena parar em Cuba para contemplar os murais da Guerra Civil e do papel desta localidade na história americana. À saída, no meio do nada senão prados, está o Bob's Gasoline Alley, mas infelizmente o Bob não estava. Fanning é um bom sítio para esticar as pernas e tirar uma foto na principal atração da localidade: uma cadeira de baloiço gigante

 

Existe outra Springfield na Route 66, mais urbana mas cujo principal ponto de interesse é o Bass Pro Shops Outdoor World. É uma loja gigante do estilo "cabana de madeira" que se dedica à venda de artigos de caça e pesca. Foi dos sítios que mais gostámos porque inclui todos os clichés americanos dentro de quatro paredes. Ursos e veados embalsamados, pequenos aligators em exposição e centenas de americanos de chapéu, colete e camisa axadrezada a avaliar armas, canas de pesca ou roupa de caça. No parque de estacionamento só se viam pick-ups. 

 

Tínhamos muita curiosidade para ver Carthage, nomeadamente uma pequena comunidade chamada Red Oak II, cujas reviews variavam entre o meter medo por estar abandonada e o ser fantástico falar com os locais. Podem ler sobre a história da construção desta comunidade aqui. As casas são todas em madeira mas o melhor é mesmo o ambiente em si, faz-nos voltar atrás no tempo. Podemos simplesmente vaguear pela comunidade, gratuitamente. No final do passeio reparámos que, no alpendre da primeira casa em que tínhamos passado, estava o próprio criador da comunidade. Chamou-nos logo para o alpendre, sentámo-nos e estivemos mais de meia hora à conversa, naquele ambiente de paz absoluta. Foi uma experiência inesquecível. Ainda nos deu a dica para jantarmos no Lucky J, um restaurante acessível em que se come enquanto se vê um mini-rodeo por uma janela. 

 

Terminamos a passagem pelo Missouri com um fabuloso pequeno almoço na Granny Shaffer's, em Joplin, mais uma localidade pequena e bem arranjada. Fomos a galhofa do estabelecimento porque pedimos uma panqueca e uma fatia de tarde enquanto todos os velhos gordos à nossa volta estavam a comer pratadas de salsichas, bacon, ovos estrelados e feijão numa quantidade que a nós devia servir para o dia inteiro. Notem que ainda não eram 8 da manhã. 

 

A Route 66 passa no Kansas por poucos kms e o único ponto de interesse é Galena, uma localidade relativamente abandonada que tem os personagens do filme Cars espalhados pelas ruas. 

 

Seguimos para o Oklahoma, onde nos esperavam um conjunto de locais mais dispersos e não tão interessantes quanto os dos estados anteriores. Perto de Chelsea, mas no meio do nada, fica o Ed Galloway's Totem Pole Park. Em Catoosa fomos ver a Giant Blue Whale, uma antiga zona balnear, e em Tulsa vimos o Golden Driller. O que mais gostámos nestes três sítios foi mesmo o almoço em Tulsa, numa pizzeria chamada Andolini's onde comemos a melhor pizza da nossa vida, de almôndegas e salame. 

 

Dirigimo-nos então para Arcadia na expetativa de termos o ponto alto do dia na casa de John Hargrove, um colecionador de carros antigos e memorabilia da Route 66. Dezenas de reviews referiam que era uma das melhores experiências da Route 66. Existe a regra informal de que o senhor não está em casa e/ou não é para incomodar, e infelizmente apanhámos o portão fechado. 

 

Depois do desgosto em Arcadia seguimos para Oklahoma City, sem grande expetativa. Começamos pelo Oklahoma State Capitol, não bate o de Illinois mas tem a curiosidade de ter um oil rig a funcionar literalmente no parque de entrada do edifício. Restava o National Memorial & Museum, para o qual não tínhamos grande expetativa. Confesso que nem sabíamos da existência do atentado até termos desenhado o roadmap da viagem. Foi no entanto um dos momentos mais impactantes da viagem. O museu está muito bem feito, explica em detalhe o contexto da época, o que é que estava acontecer em várias salas minutos antes do atentado, como a população civil reagiu e se uniu após o atentado. Outro aspeto muito interessante foi a forma equilibrada como não deixam nada por explicar sobre os terroristas mas ao mesmo tempo não lhes dão destaque. Na rua, o memorial com um pequeno jardim e um lago é um local solene. 

 

Continuamos a nossa viagem até El Reno, que tem um antigo forte militar que se destaca por ter servido como campo de prisioneiros de guerra alemães e italianos na 2ª Guerra Mundial. Terminamos em beleza no Oklahoma Route 66 Museum em Clinton, o melhor museu da Route 66 em que estivemos. Muito bem cuidado e muito meticuloso na descrição histórica. Cada sala corresponde a um período cronológico, com a decoração da época, jornais, fotografias e música a condizer. Foi excelente o e os souvenirs eram bastante baratos. 

 

A Route 66 atravessa o extremo norte do Texas ao longo de cerca de 200 km e há dois sítios em que vale a pena parar. Perto de Groom está uma cruz gigante rodeada de estátuas de bronze com as "estações" da vida de Jesus Cristo (Cross of our Lord Jesus Christ Ministries). Um sítio bonito, pacífico e bem cuidado, agradável mesmo para não crentes como nós. 

 

O outro local é em Amarillo e foi mais uma das memórias inesquecíveis da viagem: Big Texan Steak Ranch. É um restaurante gigante, com loja, decoração a condizer e muita gente vestida a rigor, de chapéu e arma no coldre. Dá para nos sentirmos texanos. O restaurante desafia os seus clientes a comer 72oz. (2,04kg) de carne em 1 hora e quem aceita o desafio tem direito a sentar-se numa mesa especial. Se conseguir, não paga nada, senão paga 72$. Tivemos a sorte de assistir a um concorrente, que no início ia lançado mas que não conseguiu comer tudo, para gáudio de todos os presentes. À saída de Amarillo está o Cadillac Ranch, com uma sequência cronológica de Caddilacs enterrados no chão. Um bocado touristy, mas porreiro. 

 

No New México os pontos de interesse começam a estar mais dispersos, a paisagem fica mais deserta e a qualidade da Route 66 começa a cair a pique, pelo que é altura de apostar mais nas interstates. Há a destacar duas cidades e um sítio "extra": Santa Fe, Albuquerque e Acoma Pueblo. 

 

Santa Fe é uma cidade bastante artística. Tem um complexo de museus gigantesco e muito variado, desde os nativos americanos à colonização espanhola. Nós visitámos apenas o museu principal e concluímos que não temos cultura suficiente para conseguir apreciar arte nativa americana. O centro histórico é giro, com os edifícios típicos da cor do barro, mas demasiado turístico, cheio de vendedores ambulantes e americanos snobs que tiram um bocado piada à coisa. Acabámos ainda assim com um belo almoço/lanche no The Pantry

 

Para Albuquerque tínhamos um entusiasmo gigante porque somos ambos fãs de Breaking Bad e o que não falta são locais das filmagens. Quem não quiser spoilers que salte para o parágrafo seguinte. Começamos pela casa do Hank e após alguns sítios completamente irreconhecíveis chegamos à casa da família White, num bairro rico. A proprietária da casa é maluca, gradeou a casa toda, está sempre sentada numa cadeira de praia em frente à casa e com o portão da garagem aberta para "estragar" as fotografias. Nós já sabíamos disto e fomos de manhã bem cedo para tentar não nos cruzarmos com ela nem incomodar, mas não tivemos sorte e fomos também insultados aos gritos. Tiramos foto e saímos dali o mais depressa possível. 

 

De seguida fomos ver a car wash, a casa do Gus, a fábrica, a casa em que o Jessie viveu com a namorada (bairro muito manhoso…), o bar onde o Walter conhece o Tuco, a moradia onde o Jessie viveu e terminamos no “Pollos Hermanos”. Aqui tivemos a refeição mais nojenta de sempre. Tudo colava, chão, sofás e mesa. Infelizmente estávamos cheios de fome e não tínhamos outro restaurante na lista, portanto lá almoçámos. Claramente só ainda não fechou por viver da fama do Breaking Bad, várias pessoas entravam maravilhadas com o espaço e a pensar "já que estamos aqui…". Grande erro. 

 

A última visita do New Mexico seria no Acoma Pueblo. Trata-se de uma comunidade de nativos americanos (cerca de 20 residentes permanentes) no topo de uma "mesa". É muito bonito e muito silencioso. Os índios tentaram impingir-nos uma série de peças de arte, bolachas e chás, acabámos por comprar algumas coisas para contribuir para aquela comunidade. 

 

O Arizona é um estado de dimensão e paisagem semelhantes ao New Mexico, mas com muito mais coisas para ver. Começámos pelo Petrified Forest National Park, uma parte do Painted Desert caraterizada por ter troncos gigantes de árvores fossilizados. Este foi o sítio que eu mais gostei em toda a viagem, não tanto pelas árvores, mas pela combinação de vermelhos, cinzentos e roxos ao longo de 40-50km de estrada num deserto, com um silêncio incrível. 

 

Continuámos na onda da geologia e a próxima atração foi uma cratera de 1,2km resultante da queda de um meteorito (Barringer Crater). Tem um pequeno museu ao lado, pequeno mas bastante informativo. É mais um local muito distintivo. 

 

O Grand Canyon representa um desvio de cerca de 200 km na Route 66 e aconselho a visitar de carro, parando nos estacionamentos dos vários miradouros. O Grand Canyon não é um deserto mas sim faz parte de uma floresta e mais do que impressionar pela beleza (depois da Petrified Forest, era difícil) impressiona pela dimensão gigantesca. Não se vê onde acaba nem para a frente nem para baixo, apesar de a paisagem não mudar muito. 

 

Regressando à Route 66 passamos no Bearizona, um zoo dedicado aos animais nativos dos EUA. O destaque é que dá para fazer um safari no próprio carro no meio de lobos, ursos, renas, búfalos… É uma experiência muito distintiva face a um zoo normal, estar lado a lado com um búfalo maior que o carro é impressionante. A parte normal do zoo está bastante arranjada, com destaque para um jaguar lindíssimo e que vem ter junto das pessoas.  

 

Williams é uma espécie de dormitório na Route 66 para quem visita o Grand Canyon e foi a única localidade da Route 66 que estava cheio de turistas. É bom porque finalmente deu para dar uma volta a pé à noite, mas torna os preços mais caros. As poucas centenas de metros de Route 66 que atravessam Williams estão cheias de vida mas destacaria o Pete's Route 66 Gas Station Museum, uma loja/casa do Pete, personagem conhecida pelo seu mau feitio e pouca paciência para turistas, que pudemos comprovar. 

 

À saída de Williams há outro zoo, pequeno, mais descuidado e demasiado caro (Grand Canyon Deer Farm). A piada é que tem uns 20 e tal veados à solta que podem ser alimentados. Portanto paga-se bastante pela experiência de alimentar uma manada de veados à mão, o que é até é giro. 

 

À medida que nos aproximamos da fronteira com a California a paisagem começa a desertificar por completo. Kingman tem um jardim com uma locomotiva (Locomotive Park) e vários restaurantes tradicionais, sendo que no Mr D'z Route 66 Dinner comemos bastante bem. 

 

Continuando pelo deserto, Oatman era a próxima paragem e para lá chegar foi preciso subir um desfiladeiro incrível no meio do deserto, cheio de curvas e contracurvas. À minha esposa não lhe cabia um feijão mas eu adorei, foi como conduzir no Gerês mas no meio do deserto e sem rails. A subida culmina no Sitgreaves Pass, uma passagem entre montes conhecida por ser perigosa, como comprova o cemitério improvisado no próprio desfiladeiro. 

 

Oatman é uma pequena localidade de origem mineira ao estilo dos filmes de cowboys. Tem o defeito de permitir a entrada de viaturas dentro da cidade, o que corta um bocado o clima. É só uma rua mas vale a pena entrar nos edifícios, em particular no Olive Oatman Restaurant & Saloon. A caraterística mais distintiva desta localidade é que está cheia de burros selvagens. É possível alimentá-los à mão, com relativo cuidado e com uma comida especial. 

 

Depois de Oatman seria o momento de seguir para o Nevada para o outro desvio da Route 66: Las Vegas. É um desvio maior que o Grand Canyon, na ordem dos 500km ida e volta. Para adiantarmos caminho fomos dormir a Laughlin, uma avenida no meio do nada com 4 ou 5 hotéis-casinos que hoje em dia são bastante baratos. Fizemos uma refeição no Old Town Saloon, não estava nos planos mas valeu pela absorção do dia-a-dia dos locais, que saíam diretamente do trabalho para irem beber copos e jogar. Todos os lugares tinham ecrã de jogo

 

Antes de chegarmos a Las Vegas passamos pela Hoover Dam. Impressiona pelo tamanho mas não é nada que justifique a loucura patriótica dos turistas americanos que entopem aquilo, para além de estar um calor brutal. 

 

Las Vegas é outro planeta. Tanto de dia como de noite, o ambiente e a megalomania impressionam. Mesmo para quem não esteja à procura de casinos, álcool ou mulheres, a visita vale bem a pena. Basta percorrer a avenida principal e entrar à vontade em todos os hotéis-casinos-shoppings. Destaque para o Venetian (por fora e por dentro), o Bellagio (espetáculo de água e luz e jardins interiores) e o Caesars Palace, com as suas estátuas e piscinas

 

Las Vegas teve ainda o extra de ter sido o único sítio onde ficámos num hotel de 5 estrelas (Trump International Hotel). Foi mais barato que um motel em Chicago ou Los Angeles e foi fabuloso. Piscina exterior aquecida e sem cloro, casa de banho quase do tamanho da minha casa… Foi um sonho. 

 

Depois de Las Vegas, o regresso à Route 66 é chato, pelo cansaço do dia anterior e pela longa distância sem paragens. A próxima foi em Calico Ghost Town, já na California. Na mesma senda de Oatman, é uma localidade que existiu durante 15 anos, enquanto a mineração de prata foi rentável, chegando a ter 3.000 habitantes. Comparando com Oatman, tem a vantagem de não se poder entrar de carro, de ter uma área 7 ou 8 vezes maior e de estar melhor preservada, incluindo saloons, escola, casas de pessoas, barbeiro, etc. Muito giro, pena o calor abrasador. 

 

O final da viagem estava a aproximar-se, mas até Los Angeles ainda passamos em Barstow, San Bernardino e Pasadena. Não têm grande coisa para ver. San Bernardino tem o museu do primeiro McDonald’s e apesar de detalhado é uma coisa feita por um fanboy um bocado creep. Pasadena já teve mais piada, com uma baixa agradável para passear. 

 

Chegados a Los Angeles, gerimos a visita de nordeste para sudoeste, portanto Hollywood - Downtown - Beverly Hills - Santa Monica. Ficámos a dormir num motel na Koreatown, uma zona mesmo muito pacata. Andámos sempre de autocarro, foi o melhor que fizemos porque o trânsito era insuportável. 

 

Em Hollywood, começámos pelo Griffith Park, um parque enorme e que tem um museu-observatório. Chegada a altura de ir ver o letreiro de Hollywood quase me divorciei, porque na zona mais próxima em que dá para estacionar (Lake Hollywood Park) ainda estamos relativamente longe do letreiro. Por isso, insisti em irmos até uma morada que eu tinha apontado previamente, mas que, mal esperava eu, incluía uma hora a subir a serra debaixo de um calor abrasador. A fotografia acabou por valer a pena. 

 

Ainda em Hollywood, a Walk of Fame é um local mítico. O ambiente é fantástico e muito mais seguro do que tínhamos lido. Vale a pena percorrer as ruas para procurar a nossa estrela favorita (há folhetos com a lista de estrelas e respetiva morada). 

 

Na baixa, começámos por ver Chinatown e Little Tokyo. Têm as duas a sua piada, a primeira é maior mas a segunda está muito mais limpa e arranjada. De Little Tokyo dá para ir a pé até à baixa propriamente dita ver os arranha-céus. 

 

O destino seguinte seria Beverly Hills. No caminho até à paragem de autocarro passámos numa zona (5th Street, St. Julian's Park) em que pela segunda vez em dois dias quase que me divorciava. Cheio de sem-abrigos e tendas, um cheiro a excrementos e a vómito que não se aguentava, pessoas estendidas no chão que nem sabíamos se estavam vivas ou mortas… Foi surreal. Nunca corremos perigo porque as pessoas estavam demasiado fracas e/ou drogadas para se conseguirem mexer e fazerem-nos mal, mas foi uma parte importante da viagem, para percebermos com os nossos próprios olhos a dicotomia da vida nos EUA. O mais impressionante é que estávamos a 200 ou 300 metros da zona mais chique, com os arranha-céus das consultoras e banca. 

 

Beverly Hills tem a sua piada e está muitíssimo bem cuidada mas basicamente são duas ruas de lojas caras e altamente turísticas, foi só para marcar na lista. Foi bem melhor a Third Street Promenade em Santa Monica, também ela uma rua de lojas mas mais normal, com vários artistas de rua e jogos tradicionais. A Route 66 termina no Santa Monica Pier, um porto estilo feira popular. Depois de tantos kms e de termos visto tantas coisas diferentes, sentar e contemplar o oceano Pacífico, o ponto final da nossa viagem, apesar de já termos visto tantas vezes o mar, é uma sensação incrível. 

 

No dia seguinte ainda fomos a Venice Beach, mais para fazer tempo para o voo do que para outra coisa. É uma zona menos turística, mais agradável e familiar. Destaque para um pequeno e bonito bairro que tem canais

 

E foi isto. Parabéns a quem conseguiu ler tudo. Espero que ajude quem esteja a pensar em visitar a Route 66, vale mesmo muito a pena. Apesar da dimensão do post acho que há muita coisa de que não falei, portanto estejam à vontade para fazer perguntas.

 

Grande post! Qualquer dia quero também fazer a route 66, mas primeiro faço a N2 aqui.

 

Sobre o Bold, aproveito para acrescentar para quem quiser conduzir nos USA, pode-se ultrapassar pela direita, o que acontece muitas vezes, está bastante trânsito e queres virar à direita, podes ir entre a faixa e o passeio durante um curto espaço, não é proibido, nas auto-estradas não é obrigatório andar pela faixa da direita. Nos cruzamentos com Stops, por baixo do sinal, por norma diz se é de 4 ways, 3 ways, ou seja, imaginando um cruzamento com 4 stops, têm de parar os 4, e avançam à vez, ou seja, o primeiro a parar é o primeiro, depois passa o da outra faixa que parou em segundo lugar, e assim sucessivamente (imaginem isto por cá...).

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No dia 5 de outubro vou até Londres (ficando lá 5 dias), nesse dia joga o West Ham , vou ver se consigo arranjar bilhete para ir ver.

Alguma dica do que visitar, sem ser os clássicos do Madame Tussauds e o London Eye que esses são quase "obrigatórios".

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Citação de bobzz, Em 06/09/2019 at 13:20:

qual é a vossa experiência com profilaxia da malária?

 

Complicado...

Já tomei mephaquin 2 vezes e vou ser sincero, em nenhuma das ocasiões consegui seguir à risca a forma como deve ser tomada, que é começar x semanas antes da viagem, depois 1 vez por semana lá e x semanas após a viagem. E não consegui exactamente porque aquilo é uma bomba, da primeira vez foi-me indicado mas chegado ao local da viagem descobri que lá já não havia um caso de malária há um par de anos, ainda assim fiz umas 2 tomas mas como iria passar lá mais umas semanas achei que os efeitos secundários que poderia ter não compensavam o risco. Todos os "ocidentais" que conheci que trabalhavam por lá não tomavam pelo mesmo motivo, ninguem se sentia confortável a tomar aquilo durante meses a fio. É um medicamento que poderá fazer sentido mas só mesmo para quem está de passagem por uma região afectada.

Da segunda vez senti mesmo a sério os efeitos secundários, falta de sono ou sono irregular com pesadelos marados que ainda demorei uns dias a atribuir ao medicamento (só comecei a ter passado umas 2 ou 3 tomas) e mais preocupante, algum desanimo e tendência depressiva que não me é de todo característica. Cheguei a  andar às cabeçadas com a minha companheira sem qualquer razão e isso chegou para deixar de tomar cerca de 1 semana após voltar da viagem quando ainda me faltava pelo menos 1 ou 2 tomas.

Entretanto já decidi para mim próprio que numa próxima e consoante o risco talvez tenha mesmo de investir no Malarone.

Editado por antifa

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