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Sr. Inácio

Literatura | Discussão Geral

Publicações recomendadas

Citação de Sumudica by Night, Em 03/02/2021 at 19:25:

Já alguém encomendou livros do UK em 2021?

mandei vir dois do awesomebooks

talvez problema do site, mas só um dos livros é que chegou. mas chegou bem, sem complicações nenhumas

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Citação de jean-luc godard, há 5 minutos:

mandei vir dois do awesomebooks

talvez problema do site, mas só um dos livros é que chegou. mas chegou bem, sem complicações nenhumas

Boa. Também costumo mandar vir daí.

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Citação de frnk th tnk, há 3 minutos:

Pessoal, tive aqui uma ideia para dinamizar um pouco as coisas.

Estava aqui a olhar e tenho dvds e livros, coisas que gosto mesmo, mas que sei que a probabilidade de ver outra vez não será assim tanta e as coisas boas têem que ser partilhadas e não deixadas numa estante a ganhar pó então pensei reunir o nosso circuito de cinéfilos e leitores e fazermos um circulo de partilha. Imagina inscrevemo-nos uns quantos aqui no tópico e desse x de pessoas, cada uma recebe outra para enviar  por correio um livro/dvd e recebe de outra pessoa um livro/dvd e no próximo mês roda outra vez as pessoas. Acho que era uma boa ideia para partilhar e descobrir coisas brutais mas que de outra forma ia-nos escapar.

O que acham? Se tivermos pelo menos 6 inscritos acho que podiamos avançar. E esta ideia está aberta a sugestões para ser melhorada. E neste tópico podiamos fazer a partilha da nossa apreciação do livro/filme.

Um grande abraço

 

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comecei a ler um livro que há muitos, mesmo muitos anos que estava para ler: Por quem o sinos dobram, do Hemingway. Ainda só vou no sexto capítulo, mas é um livro rápido de ler e bem dinâmico.

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Fui um daqueles clássicos casos que, quando estava no secundário, leu os resumos d'Os Maias e d'O Memorial do Convento por achar os livros pouco interessantes. Quase 15 anos depois decidi ler ambos: há um par de meses li o Memorial e apesar de ter gostado não me deslumbrou. Daquilo que li do Saramago até hoje, a sua escrita não me cativa por aí além. 

Hoje, 10 dias depois de ter começado, acabei Os Maias e adorei!  O Eça consegue conjugar a narrativa, a crítica social, o sarcasmo e até um sentido de humor muito perspicaz de forma incrível. Já tinha ficado também fã d'O Crime do Padre Amaro que acho igualmente brilhante.

Anyway, fiz este post mais como uma reflexão acerca da escolha dos livros de leitura obrigatória no secundário. A maioria dos adolescentes não têm hábitos de leitura nem interesse nas temáticas abordadas nestas obras, a isso juntam-se estilos de escrita pouco conciliadores e cria-se uma imagem depreciativa dos livros, o que é uma pena. Ainda há muito pouco tempo vim aqui elogiar o To Kill a Mockingbird que já me parece um tipo de novel ideal para contexto escolar.

@Mayday, entretanto comecei hoje a tua sugestão. 🤓

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Citação de Lleyton, há 23 minutos:

Fui um daqueles clássicos casos que, quando estava no secundário, leu os resumos d'Os Maias e d'O Memorial do Convento por achar os livros pouco interessantes. Quase 15 anos depois decidi ler ambos: há um par de meses li o Memorial e apesar de ter gostado não me deslumbrou. Daquilo que li do Saramago até hoje, a sua escrita não me cativa por aí além. 

Hoje, 10 dias depois de ter começado, acabei Os Maias e adorei!  O Eça consegue conjugar a narrativa, a crítica social, o sarcasmo e até um sentido de humor muito perspicaz de forma incrível. Já tinha ficado também fã d'O Crime do Padre Amaro que acho igualmente brilhante.

Anyway, fiz este post mais como uma reflexão acerca da escolha dos livros de leitura obrigatória no secundário. A maioria dos adolescentes não têm hábitos de leitura nem interesse nas temáticas abordadas nestas obras, a isso juntam-se estilos de escrita pouco conciliadores e cria-se uma imagem depreciativa dos livros, o que é uma pena. Ainda há muito pouco tempo vim aqui elogiar o To Kill a Mockingbird que já me parece um tipo de novel ideal para contexto escolar.

@Mayday, entretanto comecei hoje a tua sugestão. 🤓

Acho que não ajuda que os livros também seja dados como forma de aprender "português". Aprendes o que é uma metáfora com exemplos do sermão de santo antonio aos peixes, aprendes o esquema de uma peça através do auto da barca do inferno e etc. Acaba por "estragar" a discussão dos temas e da história, por exemplo.

Nos estados unidos, depois da middle school acabam por separar aulas de gramatica de aulas de leitura, o que acho positivo. Numa aula aprendes essas coisas e noutras exploras romances e etc, mantendo os dois mundos separados. Pelo menos foi essa a minha experiência lá, e acho que foi aí que aprendi a interpretar melhor literatura e a gostar mais de ler.

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Citação de Sandes., há 4 minutos:

Acho que não ajuda que os livros também seja dados como forma de aprender "português". Aprendes o que é uma metáfora com exemplos do sermão de santo antonio aos peixes, aprendes o esquema de uma peça através do auto da barca do inferno e etc. Acaba por "estragar" a discussão dos temas e da história, por exemplo.

Nos estados unidos, depois da middle school acabam por separar aulas de gramatica de aulas de leitura, o que acho positivo. Numa aula aprendes essas coisas e noutras exploras romances e etc, mantendo os dois mundos separados. Pelo menos foi essa a minha experiência lá, e acho que foi aí que aprendi a interpretar melhor literatura e a gostar mais de ler.

Sim, isso também é um ponto relevante e com o qual concordo.

Mas mesmo para o "comum" adolescente, são narrativas que não lhes despertam grande interesse, geralmente. Eu entendo que também seja pertinente dar a conhecer aos alunos os grandes escritores e as grandes obras, mas acho que o objetivo principal devia ser sempre o fomentar os hábitos de leitura.

--

Era para ter começado hoje o "Vinhas da Ira" que tinhas sugerido, mas, para não passar de um calhamaço diretamente para outro, comecei o que o Mayday recomendou - que é mais leve - e depois então sigo para o "teu".

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Citação de Lleyton, há 2 minutos:

Sim, isso também é um ponto relevante e com o qual concordo.

Mas mesmo para o "comum" adolescente, são narrativas que não lhes despertam grande interesse, geralmente. Eu entendo que também seja pertinente dar a conhecer aos alunos os grandes escritores e as grandes obras, mas acho que o objetivo principal devia ser sempre o fomentar os hábitos de leitura.

--

Era para ter começado hoje o "Vinhas da Ira" que tinhas sugerido, mas, para não passar de um calhamaço diretamente para outro, comecei o que o Mayday recomendou - que é mais leve - e depois então sigo para o "teu".

Devias ter passado pelo "of mice and men" então hehehe

Quanto aos livros também é verdade, lembro-me que o pessoal aderiu muito mais ao auto da barca do Inferno por causa das c*rlhadas. Mesmo os livros para os mais noivos como o cavaleiro da Dinamarca e assim ainda conseguiam ser menos "odiados" que os Maias. Acho que o Saramago tem livros brutais para pessoal jovem em termos de temas e história, como o ensaio sobre a cegueira, mas continuam a ter um tipo de escrita complicado que não é fácil para um miúdo de 15 anos.

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Citação de Sandes., há 8 minutos:

Devias ter passado pelo "of mice and men" então hehehe

Quanto aos livros também é verdade, lembro-me que o pessoal aderiu muito mais ao auto da barca do Inferno por causa das c*rlhadas. Mesmo os livros para os mais noivos como o cavaleiro da Dinamarca e assim ainda conseguiam ser menos "odiados" que os Maias. Acho que o Saramago tem livros brutais para pessoal jovem em termos de temas e história, como o ensaio sobre a cegueira, mas continuam a ter um tipo de escrita complicado que não é fácil para um miúdo de 15 anos.

Já fica registado para quando quiser intervalar outros dois calhamaços. 😁

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Citação de Lleyton, há 3 horas:

Fui um daqueles clássicos casos que, quando estava no secundário, leu os resumos d'Os Maias e d'O Memorial do Convento por achar os livros pouco interessantes. Quase 15 anos depois decidi ler ambos: há um par de meses li o Memorial e apesar de ter gostado não me deslumbrou. Daquilo que li do Saramago até hoje, a sua escrita não me cativa por aí além. 

Hoje, 10 dias depois de ter começado, acabei Os Maias e adorei!  O Eça consegue conjugar a narrativa, a crítica social, o sarcasmo e até um sentido de humor muito perspicaz de forma incrível. Já tinha ficado também fã d'O Crime do Padre Amaro que acho igualmente brilhante.

Anyway, fiz este post mais como uma reflexão acerca da escolha dos livros de leitura obrigatória no secundário. A maioria dos adolescentes não têm hábitos de leitura nem interesse nas temáticas abordadas nestas obras, a isso juntam-se estilos de escrita pouco conciliadores e cria-se uma imagem depreciativa dos livros, o que é uma pena. Ainda há muito pouco tempo vim aqui elogiar o To Kill a Mockingbird que já me parece um tipo de novel ideal para contexto escolar.

@Mayday, entretanto comecei hoje a tua sugestão. 🤓

Também já li a Reliquia e a cidade e as serras, são livros mais leves e são muito bons. Coloco o Eça facilmente ao lado do Dickens.

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Citação de Puto Perdiz, Em 11/02/2021 at 21:30:

comecei a ler um livro que há muitos, mesmo muitos anos que estava para ler: Por quem o sinos dobram, do Hemingway. Ainda só vou no sexto capítulo, mas é um livro rápido de ler e bem dinâmico.

Eu gostei muito do "Homage to Catalonia" do Orwell, também sobre a guerra civil espanhola.

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Acabei de ler o Swan Song do Robert McCammon. Que livraço. História muito mais cativante do que o The Stand, que deixei a menos de metade por não estar a gostar 😂

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Alguém que tenha O Messias de Duna e Filhos de Duna e que esteja disposto a vender? 🙄 É que não os encontro em lado nenhum.

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Citação de Lleyton, Em 15/02/2021 at 18:30:

Fui um daqueles clássicos casos que, quando estava no secundário, leu os resumos d'Os Maias e d'O Memorial do Convento por achar os livros pouco interessantes. Quase 15 anos depois decidi ler ambos: há um par de meses li o Memorial e apesar de ter gostado não me deslumbrou. Daquilo que li do Saramago até hoje, a sua escrita não me cativa por aí além. 

Hoje, 10 dias depois de ter começado, acabei Os Maias e adorei!  O Eça consegue conjugar a narrativa, a crítica social, o sarcasmo e até um sentido de humor muito perspicaz de forma incrível. Já tinha ficado também fã d'O Crime do Padre Amaro que acho igualmente brilhante.

Anyway, fiz este post mais como uma reflexão acerca da escolha dos livros de leitura obrigatória no secundário. A maioria dos adolescentes não têm hábitos de leitura nem interesse nas temáticas abordadas nestas obras, a isso juntam-se estilos de escrita pouco conciliadores e cria-se uma imagem depreciativa dos livros, o que é uma pena. Ainda há muito pouco tempo vim aqui elogiar o To Kill a Mockingbird que já me parece um tipo de novel ideal para contexto escolar.

@Mayday, entretanto comecei hoje a tua sugestão. 🤓

Tenho que reler os Maias quando tiver tempo. Não me lembro de ser uma obra literária racista, depois tenho que comparar com o artigo que diz que é racista. 

Depois lê o Sinais de Fogo do Jorge de Sena, também é um livro interessante

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Citação de Puto Perdiz, há 21 minutos:

Tenho que reler os Maias quando tiver tempo. Não me lembro de ser uma obra literária racista, depois tenho que comparar com o artigo que diz que é racista. 

Depois lê o Sinais de Fogo do Jorge de Sena, também é um livro interessante

Podes colocar aqui o artigo? Tenho curiosidade em ler.

Há personagens que têm visões racistas relativamente à Africa colonial e há quem demonstre preconceitos para com brasileiros assim de cabeça. Mas não é nada excessivamente acentuado como noutros clássicos. Além disso, não me parece que uma obra se torne racista por ter personagens que o sejam, a não ser que tivéssemos informações sobre o Eça nesse sentido.

Há pouco tempo também falei aqui do "Huckleberry Finn" que é o livro que já li com mais conteúdo racista e bastante agressivo (a palavra nigg*r aparece mais de 200 vezes, por exemplo) e, no entanto, o Mark Twain era a favor do abolicionismo e acho que até ajudou monetariamente organizações que lutavam contra a escravatura.

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Citação de Lleyton, há 1 hora:

Podes colocar aqui o artigo? Tenho curiosidade em ler.

Hoje é a apresentação pelo zoom. Ainda não encontrei o artigo, mas penso que dentro de uns dias ou semanas já deve haver o material escrito que suporta a apresentação. 

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Citação de Lleyton, há 3 horas:

Podes colocar aqui o artigo? Tenho curiosidade em ler.

Há personagens que têm visões racistas relativamente à Africa colonial e há quem demonstre preconceitos para com brasileiros assim de cabeça. Mas não é nada excessivamente acentuado como noutros clássicos. Além disso, não me parece que uma obra se torne racista por ter personagens que o sejam, a não ser que tivéssemos informações sobre o Eça nesse sentido.

Há pouco tempo também falei aqui do "Huckleberry Finn" que é o livro que já li com mais conteúdo racista e bastante agressivo (a palavra nigg*r aparece mais de 200 vezes, por exemplo) e, no entanto, o Mark Twain era a favor do abolicionismo e acho que até ajudou monetariamente organizações que lutavam contra a escravatura.

A questão dos brasileiros é algo muito visível, em várias obras do Eça, sobretudo no Primo Basílio. Mas não creio que se trate de nacionalismo, racismo, ou algo assim, é apenas uma constatação. Em meados do século XIX há um aumento exponencial de migração para o Brasil, e o Eça lida e observa os Portugueses que regressam,   a Portugal carregados de dinheiro. Basta ver por essas cidades fora a quantidade de palacetes de pessoas que voltaram do Brasil, na minha cidade há um par delas.

Btw pode e até acredito que exista uma crítica, mas não tem haver com o facto de serem brasileiros ou algo assim.

Sobre a questão colonial, os últimos 30 anos do século XIX são marcados pelo desejo de imperialismo europeu. Portugal está envolvido diretamente. Curiosidades, o Eça foi o reporter português na abertura do canal do suez. 

Atenção que eu gosto muito do Eça, estou acabar de ler a Ilustre casa dos Ramires 

Editado por Augusto
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@Mayday acabei há pouco o livro. Obrigado pela depressão, estava mesmo a precisar. 🙄

Mais a sério, gostei bastante, mas fiquei a sentir-me um bocado apático e vazio.

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Citação de Mayday, há 2 horas:

Sugestões de livros de reportagens? 

"Os Sertões: Campanha de Canudos", de Euclides da Cunha

 

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Citação de Sandes., Em 04/02/2021 at 13:21:

Continua para o Vinhas da Ira, também de literatura clássica americana, que é um fantástico livro sobre vários temas complexos. O racismo não é bem o tema central, mas sim a diferença de classes e migração. É dos meus livros favoritos

Acabei-o ontem à noite. Pelo sim, pelo não, vou deixar em spoiler.

Spoiler

Antes de mais obrigado pela sugestão, que já tinha o livro cá em casa à espera, acabei por priorizá-lo e gostei bastante!

Depois, o título do livro é realmente bem escolhido, porque se há sentimento que esta leitura desperta é mesmo a ira. Eu tenho uma costela sindicalista, mas é impossível qualquer pessoa, independentemente de crenças políticas, não ficar altamente triggered com o desenvolvimento da história, a corrupção e cumplicidade dos grandes patrões com as forças policiais e com aquela sensação de poço sem fundo/espiral negativa da jornada dos Joad.

Também achei muito relevantes os momentos de xenofobia dos californianos relativamente aos okies, por estes ficarem com postos de trabalho muito mal pagos, que é algo muito comum e atual em sociedades de países que recebem muitos imigrantes.

Gostei muito dos momentos de reflexão do Casy (e da sua personagem em si) e do desenvolvimento da personagem da Mãe Joad que se vai afirmando como líder da família e a mais forte psicologicamente.

Ah, e não estava nada à espera daquela amamentação final. 😅

 

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"Os Maias" transmite a ideia que a colonização foi necessária e benéfica - investigadora

Uma análise racial ao livro "Os Maias", de Eça de Queirós, realizada por uma investigadora numa universidade norte-americana, concluiu que a mensagem sobre o colonialismo que os alunos recebem quando o leem é que "a colonização foi necessária e benéfica".

 

Vanusa Vera-Cruz Lima, investigadora cabo-verdiana na Universidade de Massachusetts Dartmouth, nos Estados Unidos, onde está a tirar o doutoramento em estudos luso-afro-brasileiros, disse à agência Lusa que esta obra, publicada em 1888, "transmite uma imagem de África como sendo uma terra de 'selvagens' e 'incivilizados', que resulta na justificação da exploração portuguesa neste continente".

Na sua análise racial a uma das obras mais conhecidas de Eça de Queirós, autor de leitura obrigatória na disciplina de Português no ensino secundário, Vanusa Vera-Cruz Lima apresenta várias citações do romance que "evidenciam o processo de colonização" como tendo sido "necessário para a 'salvação' das pessoas que viviam nas terras africanas".

Para Ega, uma personagem com relevância neste romance, que relata a história de uma família ao longo de três gerações, em finais do século XIX, "a colonização tinha um outro 'sabor', porque transformaria os negros em pessoas 'civilizadas' e, com isso, não haveria nada de pitoresco que chamasse a atenção aos turistas", refere a autora da tese de doutoramento, para a qual fez esta análise racial, citando uma passagem da obra.

É também desta personagem a passagem: "Porque não se deixaria o preto sossegado, na calma posse dos seus manipansos? Que mal fazia à ordem das coisas que houvesse selvagens? Pelo contrário, davam ao Universo uma deliciosa quantidade de pitoresco".

A investigadora sublinha que "o romance, e não necessariamente o autor, passa uma mensagem de que a colonização em África trouxe 'salvação'".

E escolheu outra citação do capítulo V da obra: "Mas eu lhe digo, meu querido Ega, nas colónias todas as coisas belas, todas as coisas grandes estão feitas. Libertaram-se já os escravos; deu-se-lhes já uma suficiente da moral cristã; organizaram-se já os serviços aduaneiros... Enfim o melhor está feito. Em todo o caso há ainda detalhes interessantes a terminar... Por exemplo, em Luanda... Menciono isto apenas como um pormenor, um retoque mais de progresso a dar. Em Luanda, precisava-se bem de um teatro normal, como elemento civilizador!".

Vanusa Vera-Cruz Lima afirma que o propósito da sua análise é contribuir para "se repensar a forma como a obra é ensinada nas escolas, contribuindo para uma reflexão e expansão racial".

Garante a investigadora que não defende, com esta avaliação, ao fim da sua leitura no ensino português.

"Pelo contrário, este romance é uma ferramenta ideal para criar oportunidades de ensino e instrução culturalmente responsáveis, para que possamos atender às necessidades de todos os alunos", disse.

E concluiu: "É um material para explorarmos valores e comportamentos relacionados com a raça que existiam na época, mas que continuam a se manifestar em vários aspetos da sociedade atual".

"Não vejo o cancelamento de sua leitura como uma solução", frisou.

De origem cabo-verdiana, Vanusa Vera-Cruz Lima é licenciada em Relações Internacionais (Universidade Cândido Mendes -- Rio de Janeiro) e mestre em linguística aplicada.

Leu "Os Maias" pela primeira vez durante o ensino secundário, em Cabo Verde, quando Eça de Queirós lhe foi apresentado como "um dos mais importantes escritores da literatura portuguesa". Voltou à obra no âmbito do programa do seu doutoramento.

 

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Quais os sites que utilizam para comprar livros usados? Chegam a comprar no olx, custo justo, ou apenas sites especializados? 

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Uma curiosidade, vocês costumam sublinhar partes que achem interessantes (ou por outro motivo qualquer) nos vossos livros ? Lápis, marcadores etc

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