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Lip McBoatface

Viagens (Actualizado a 02/09/2021)

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Acabadinho de voltar de 3 semanas na América do Sul, mais propriamente Chile (Santiago e Atacama), Bolívia (Uyuni e La Paz) e Peru (Cusco e Lima). Cansado, mas extremamente realizado, passei por sítios do mais lindo que vi na vida. Ainda esta semana posto por aqui algumas fotos e dicas.

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já sei que isto é sempre subjetivo mas, uma semana dá para fazer:

opção 1 - bruxelas, gent e bruges

opção 2 - varsovia, cracovia e breslavia

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Citação de spaceman, há 48 minutos:

já sei que isto é sempre subjetivo mas, uma semana dá para fazer:

opção 1 - bruxelas, gent e bruges

Perfeitamente. E ainda vais a Antuérpia!

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Amesterdão é, de facto, uma cidade incrível. Para mim foi um verdadeiro sonho poder andar de bicicleta pela cidade toda com as melhores condições possíveis! Só o estacionar é que é complicado. :mrgreen: Fiz quase 140 km em 3 dias e é, sem dúvida, a melhor forma de se conhecer a cidade.

@Koper, obrigado pela dica da Brouwerij 't IJ, grande spot, cerveja de qualidade e muito bom ambiente. De resto, gostei muito dos parques e jardins da cidade e dos mercados de rua, valem bem a pena a visita. O resto é o costume, não vale a pena repetir o que já todos conhecem.

Para quem estiver de bicicleta e quiser fazer uma escapadinha para fora da cidade, recomendo vivamente apanharem o ferry (gratuito) e irem até à zona de Landsmeer, Den Ilp e De Stootersplas. Apanham uma zona mais rural, com casas muito bem cuidadas, um ambiente pacato e um lago que convida a uns momentos de descanso. Ah, e se quiserem comer qualquer coisa, o Culi Café Tov em Landsmeer é uma escolha segura.

Para alugar a bicicleta, recomendo a Yellow Bike, principalmente se forem viajar em grupo. No meu caso, 3 dias para 4 bicicletas ficou a 20,25 €/cada, com 50 € de caução.

Em termos de restauração é que tive alguma dificuldade para encontrar restaurantes com boa relação qualidade/preço. Ainda assim, recomendo experimentarem o Mister Meatball (+/- 15 €/pessoa) e comerem uma refeição num dos tais mercados de rua (+/- 10/12 €/pessoa). Faltou ir ao Moeders, fica para uma próxima. Sair à noite fica bastante mais caro do que por cá, portanto não dá para esticar muito.

Em relação a compras, não acho que os preços sejam, no essencial, muito acima do que é praticado por cá.

 

Editado por Peplin
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Citação de lucho^, Em 16/09/2018 at 18:59:

Acabadinho de voltar de 3 semanas na América do Sul, mais propriamente Chile (Santiago e Atacama), Bolívia (Uyuni e La Paz) e Peru (Cusco e Lima). Cansado, mas extremamente realizado, passei por sítios do mais lindo que vi na vida. Ainda esta semana posto por aqui algumas fotos e dicas.

Estou à espera de um report!

 

Fiz o fim de semana grande de 5/6/7/8 em La Spezia/Cinque Terre e este fim de semana fui a Gavarnie nos Pirenéus, muito bacano 

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Como um dia escreveu o Carlos Té e como musicou Rui Veloso: "O prometido é devido". É mesmo. Aqui vai um post gigante sobre a minha experiência não como tripulante, mas como viajante, que é o que sou acima de tudo.

 

Nova Zelândia

 

Ora bem, cheguei a Auckland - que não é a capital, ao contrário do que pensavam 90% das pessoas que lá estava comigo - para ficar um mês e acabei por ficar dois. Parece uma diferença curta, mas não nos esqueçamos que a preparação psicológica conta muito e ainda mais conta o facto de estarem (quase literalmente) nos antípodas quando comparados com Lisboa e com 13 horas de diferença horária da vossa família, amigos e quaisquer outros interesses que tenham deixado no nosso cantinho à beira-mar plantado. Auckland é grande, literalmente. A primeira diferença são os arranha-céus que ocupam o CBD da cidade. Fiquei hospedado num bom hotel, junto ao que eles consideram ser o maior monumento da cidade, a Sky Tower, que não passa de uma torre de betão maior do que a Eiffel e que vos permite jantar lá em cima e ter uma vista espectacular sobre a cidade. Apenas e só. Isto serve para ver que Auckland é uma cidade nova e, como tal, não tem quase história nenhuma. Tirando o movimento sufragista feminino (o primeiro no mundo), a cultura Maori e uma galeria de arte incrível, tudo o resto está toldado por prédios, lojas, restaurantes, etc. Uma mini-Nova Iorque, que é uma completa concrete jungle. É giro para experimentar comida asiática, para ir beber um copo, para almoçar num sítio diferente, para comer um gelado na marina, para andar de bicicleta até Mission Bay (a praia mais perto, uma espécie de Algés ainda pior, juro!), ou simplesmente para verem um crack addict em cada esquina. Em termos gastronómicos eles são zero. Os pratos típicos são só fish and chips ou hambúrgueres. Eles absorvem todas as outras gastronomias à volta do mundo. Ponsonby é a zona "in" deles, onde podem encontrar diversas lojas estranhas, quirky, vintage, ou restaurantes que estão na berra e são caros, contudo, é uma zona interessante. Outra zona engraçada mesmo em Auckland são os montes que eles têm, a maior parte deles formados por vulcões. O Mount Eden é o mais conhecido e é vale a pena a caminhada de 1h30 desde o centro. Depois têm o Cornwall Park, onde podem ver ovelhas e vacas à solta, assim como diversas árvores estranhas e uma vista bonita sobre a cidade. Há também Parnell Park, onde têm um jardim botânico muito bonito e uma série de parques onde podem passear ou fazer um piquenique por lá. O CBD está visto.

Fora de Auckland e à distância de um ferry, têm o Haruaki Gulf, que é um conjunto de ilhas que valem a pena visitar. Onde fui foi a Devenport (que é uma Península), o sítio mais perto, pagam 12,5$ ida e volta e podem ir ao Mount Victoria ter uma vista deslumbrante sobre todo o Haruaki Gulf e sobre Auckland em si. Também têm lá umas casas peculiares e sui generis e um bunker da WWII. Vale muito a pena, é um local que vos absorve bastante. Em seguida Waiheke, que é, sem dúvida, a maior ilha e a mais bonita. Não conseguem ver toda num dia e vão-se perder com todas as praias, marinas, riachos, escaladas, vinhas, casarões, vegetação e wild life que possam encontrar por lá. Andei 22km só nesta ilha e amei. Do melhor da NZ. Por fim, visitei Rangitoto, que é o vulcão mais célebre de Auckland e que aparece na maior parte das fotografias de landscape da cidade. A última erupção foi há 500 anos, mas já está cheio de vida e eles suspeitam que ainda poderá estar adormecido. É uma zona super protegida onde antes de irem têm de mostrar as malas, limpar os pés e uma série de outros pro-formas que terão de fazer. A viagem é 38$ ida e volta. 1€ vale 1,7 NZ dólares, só para terem noção dos preços. Está tudo à distância máxima de 40 minutos de barco, como tal, não têm desculpa para não irem lá, é um must go. Também há uma ilha que é um templo de pássaros e outra que está colada a Rangitoto que tem boas praias, mas onde não fui.

O que vale mesmo a pena na NZ é alugar um carro e ir. Seja para onde for. Podem utilizar o yourdrive.co.nz, onde encontram carros a 30$ por dia para alugar. Eu tive oportunidade de o fazer duas vezes. Uma foi ao meu sítio preferido de toda a minha viagem: Goat Island. Uma reserva marinha natural muito pouco visitada, que é uma espécie de ilha e onde a principal atracção é o snorkling. Alugam os óculos, o tubo e as barbatanas e podem estar o dia todo a contemplar a vida marinha que lá existe. Eu estive 4 horas dentro de água e vi imensas espécies de peixes e umas sting rays gigantescas. Valeu a pena cada cêntimo (não é caro, já agora). Também fui a Orewa, que é uma zona costeira de praia, onde a água é incrível e vêem imenso pessoal a conviver e a praticar desportos aquáticos. Tivemos a sorte de uns gajos nos terem querido emprestar os jet skis e nos terem puxado com os mesmos numa bóia. Uma experiência engraçada e que demonstra bem o espírito dos nativos da NZ. Fui também a Coromandel, especificamente a Cathedral Cove, onde foi filmado Nárnia, e posso-vos dizer que foi um dos sítios mais bonitos que já vi na vida. A praia é linda, mas a ida até lá é ainda melhor, não conseguem dar três passos sem se sentirem exacerbados pelo cenário que vos rodeia. Monstruoso. Depois, ainda em Coromandel, que é uma zona da NZ, fui à Hot Water Beach, que é uma praia com origem vulcânica e na qual escavam e sentem a água a ferver. A praia é muito bonita e também vale a pena a ida. O último sítio a destacar é mesmo Matamata, o berço do Senhor dos Anéis e do Hobbit em específico. O local é tirado a papel químico do imaginário. A pureza de todo o sítio e saberem que tudo aquilo é real, é simplesmente mágico. A Alexander's Farm é um sítio único no mundo e que se percebe bem o porquê do Peter Jackson ter escolhido para o filme. A tour é pequenita, mas engraçada. Acaba com a possibilidade de beberem uma cerveja oferecida no Green Dragon. Eu paguei pela viagem de autocarro (ida e volta, 2,5h para cada lado) mais a tour uns 140$. Não é caro se tiverem tudo em conta.

E foram dois meses. Auckland tem os seus encantos, mas não são assim tantos como pensava. Vão e explorem a Nova Zelândia. Vão a Christchurch, a Queenstown, a Rotorua, a Tongariro, a Taupo, vão. O importante aqui será sempre não ficar no mesmo sítio. Quanto ao povo em si, importa dizer que Auckland foi tomado de assalto pelos chineses ricos. O mercado imobiliário está parecido com o de Lisboa e tudo por culpa do poderio económico chinês, que se mudou de armas e bagagens para Auckland. As pessoas são simpáticas, cordiais e gostam de receber turistas. Em cada sítio onde vão há água para vos oferecer, os semáforos têm um som tão peculiar que os torna únicos, há agarradinhos em cada esquina, o comércio é o ponto central da cidade, os neozelandeses adoram ser chamados de 'kiwis' (o flightless bird que é o símbolo nacional), a marina é um dos pontos de encontro a seguir ao trabalho, tudo fecha cedo, o álcool é caríssimo e a rivalidade com os aussies é mais mito que outra coisa. Resumindo: vale a penar ir à Nova Zelândia. O selo de intocável é a imagem de marca e o verde e azul as cores predominantes. Vale a pena andar de carro, nem que seja para ver os cenários idílicos que se vão atravessando à vossa frente. Auckland é dos piores sítios da NZ e a ilha Sul vale 50 mil vezes mais a pena do que a ilha Norte.

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Austrália

A minha experiência na Austrália foi um bocadinho diferente da que o pessoal costuma ter. Ao todo, tive mais de 12 dias na Austrália (somando tudo), mas numa parte completamente díspar do restante país. Perth é a cidade com mais de um milhão de habitantes mais isolada do mundo, uma vez que a cidade com um milhão ou mais de habitantes fica a milhares de quilómetros (é Melbourne). O sol é o que mais se destaca. Numa conversa de beira-rio que tive com um senhor inglês de 80 anos, ele respondeu-me com a maior naturalidade do mundo quando lhe perguntei do porquê de ter ido para lá: "The sunshine, my friend. The sunshine". Isto é elucidativo. Uma cidade muito árida, muito jovem, com muitos espaços à beira-rio, um pôr-do-sol absolutamente incrível e muito, mas mesmo muito, pacata. Adorei. Imaginava-me a viver lá. A gastronomia roça o zero, mas os transportes baratos, a luz, as pessoas, a mente aberta (que se diz que não têm) e o facto de não estar sempre ao barrote, são factores muito importantes para tentarmos esquecer a nossa comidinha e enveredar por um Korean Barbecue dia sim, dia não.

Vale a pena darem uma volta pela cidade, que não é grande. Subam até ao King's Park, vão à marina, apanhem um comboio e vão - por favor!! - até Cottelsloe Beach (onde foram despejadas as cinzas do Heath Ledger), andem pela linha de praias e, sem falta, vão ao cemitério de Pinnaroo Valley onde estão milhares de kangurus à solta para um experiência diferente. Eles comem as flores das campas, sui generis, no mínimo. Não consegui ir lá, mas se forem a Perth vão à Rottnest Island, uma ilha paradisíaca com vários animais selvagens à solta.

Outro plus mais a atirar para o consumismo: há wi-fi gratuito em toda a cidade e a roupa é baratíssima lá. Desde ténis que cá custam 100€ a custarem 30$ lá. Só a título de curiosidade. Esqueci-me de dizer quando falei da NZ, mas tenham cuidado com o sol nestas zonas do globo. Na Nova Zelândia não há camada de ozono e na Austrália o sol também queima imenso.

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República Domincana

Bem, quando se pensa neste destino, a primeira coisa que nos salta à cabeça é Punta Cana. Porém, eu tive a sorte (ou azar, dependendo do ponto de vista) de ir à capital, São Domingo. É o meu tipo de turismo: cru, cultural, genuíno e pouco massificado. São Domingo é pé descalço, do melhor que pode haver. As pessoas são 'pobres', mas de carteira, que de espírito são do mais abastado que existe. Estão constantemente felizes e dançam na rua. É parecido com Havana, mas menos turístico. Os carros pararam de evoluir ainda se amava à janela e as casas parecem saídas dos anos 30. Não há tanto o choque cultural entre o luxo e a pobreza, porque não há grande luxo. O que mais me chocou, de longe, foi o mar de poluição que vi mesmo à minha frente. Até arrepiou. De resto, gostei de visitar o panteão deles e a universidade mais antiga do continente!

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Cuba

Que a vida continue a Havanar o que tiver de Havanar, mas que deixe Cuba ser o que sempre foi. A massificação está lá, o facto de terem dois tipos de moeda o CUC e os CUP é só um dos poucos sinais. Já há mais locais com internet (ainda que paga e é horrível), além de que deve ser uma questão de tempo até terem fast food, contudo, fiquei maravilhado. Cada rua tem um pedaço de história a romper pela porta, desde um início da manhã no Capitólio, até a um fim de tarde na Bodeguita, a relembrar Hemingway e a beber Mojitos. Adorei tudo, desde os icónicos carros, até à vivacidade dos cubanos, acabando na noite cubana, que é algo que só quem lá foi pode comentar com propriedade (nunca vi tanta putaria na vida). Uma cena importantíssima! Vi, quase sem querer, um concerto ao vivo, num bar super pacato e degradado, de um dos fundadores dos Buena Vista Social Club. Foi absolutamente incrível e super privado (estavam 10 pessoas no café). 

Desculpem as fuckin fotos gigantes. Sou um leigo nestas m*rda e não sei colocar de outra forma. Se algum moderador quiser intervir, que o faça sem qualquer problema!

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Podemos fazer isto por capítulos? Ainda me faltam éne países, mas como não sei escrever pouco, acho que só saia daqui em 2050. Canadá, States, Gana, Angola, Ilha Reunião, são os que mais se destacam. Depois escrevo sobre todos.

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Citação de frnk th tnk, há 12 horas:

Brutal, obrigado! Adorei as tuas fotos da Republica Dominicana, tens olho para a cena.

Obrigado! Tirei fotos incríveis, por acaso. Captavam a essência das pessoas, que era o que queria. No entanto, se as postasse tinha de estar aqui uma carrada de tempo a passá-las e provavelmente pesariam imenso.

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Ponto prévio: a minha viagem centrou-se em 7 dias no Chile, 5 dias na Bolívia, 8 dias no Perú.

🇨🇱 Chile

SANTIAGO

A viagem começa na capital do Chile, talvez a cidade mais europeia da América do Sul, tanto em termos de desenvolvimento como de arquitectura. As pessoas são prestáveis e a cidade é relativamente segura (talvez a única onde nesta viagem não nos alertaram para termos cuidado à noite). A cidade é cara (custo de vida mais alto que Portugal), mas lindíssima. Fizemos a tradicional free walking tour, com explicações muito intuitivas sobre a história política e cultural do país.

Pontos de visita obrigatórios: Subir aos Cerros de San Cristobal (*1) e Santa Lucia (*2); Visitar a zona central da cidade, com paragens no Palácio da Moeda, na Catedral, no Bairro das Belas Artes, na Bellavista (tb óptimo para tomar um copo) e no Bairro de Itália.

Tínhamos como objetivo a ida numa day-trip ao Cajon del Maipo, que foi impossibilitada pelo meu voo ter chegado com um dia de atraso (mas acho que não perde nada com as vistas que me deparei mais à frente na viagem.

Fizemos uma day-trip a Valparaíso, onde apenas não visitamos a Casa do Pablo Neruda (tem 3 pelo Chile, todas com temas distintos) por falta de tempo. De resto, explorar Valparaíso a pé, apreciar a street art (*3) e as vistas dos cerros, são parte obrigatória da viagem. O bilhete de autocarro é bem barato desde Santiago e a viagem é cerca de 1h-1h30. Têm também a opção de visitar Viña del Mar, que é a Cascais lá do sítio, e a única cidade no Chile com um casino (legal). É uma cidade de praia, basicamente.

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(*2)

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(*3)

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SAN PEDRO DE ATACAMA

As viagens de avião entre Santiago e Calama ficam a cerca de 20€ na Jetsmart e há horários quase de 1/1h, logo justificam bastante a escolha. De Calama a San Pedro a viagem dura 1h e pouco de transfer.

San Pedro de Atacama é uma cidade situada num planalto em plena Cordilheira dos Andes e alberga o deserto mais seco do mundo. É o momento para se adaptarem à altitude - 2500m acima do nível do mar. A cidade é turismo. Casa sim, casa sim, é uma agência de turismo. Em relação aos tours fizemo-los a todos, à excepção do Astrológico, por estarmos em altura de Lua cheia e as estrelas não se irem ver tão bem quanto noutras ocasiões do mês. Pagamos cerca de 100€ pelas seguintes tours:

(*1) - Vale de La Luna

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(*2) - Geysers del Taito

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(*3) - Salar de Atacama e reserva de flamingos

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(*4) - Lagunas Miscanti e Miniques + Piedras Riojas (agora em miradouro, está encerrada porque uns turistas as grafitaram no início deste ano...)

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Ficamos num hostel com uma média relação qualidade-preço, onde não posso recomendar totalmente nem abominar. Não há nada de especial em termos de alojamento em San Pedro, de qualquer forma fica a dica do Eden Atacameño.

Saímos de San Pedro com a viagem comprada para o Salar do Uyuni, o maior salar do mundo, com direito a passagem pela fronteira com a Bolívia, já acima dos 3000m de altitude.

🇧🇴 Bolívia

UYUNI

O Salar do Uyuni foi a minha parte favorita da viagem, pela ideia idealizada de fazer um tour numa 4x4 com mais 4 estranhos durante 3 dias, com 2 noites em autênticas barracas no meio do nada, sem rede móvel, a temperaturas a rondar os -10ºC à noite. Foi incrível!

Passam por vulcões ativos, lagoas magníficas, terrenos desérticos e rotas do Dakar. No último dia entram efetivamente no Salar para ver o amanhecer e aí a experiência ganha todo um novo significado. São km e km2 de sal. São hostels de sal (literalmente). É o frio que teima em não vos deixar dormir. É comer com os locais e deitar-nos às 22h, para acordar perto das 4-5h da manhã no dia seguinte. É uma experiência indescritível.

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Literalmente um hostel de sal:

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A cidade do Uyuni não tem literalmente nada, apesar de termos comido uma bela costeleta de lama a 1,70€. Saímos diretamente de comboio noturno rumo a La Paz.

LA PAZ

Desengane-se quem, como eu, achava que 1) La Paz era a capital da Bolívia (a capital oficial é Sucre) e 2) La Paz era a cidade mais populosa da Bolívia (é apenas a 3ª).

La Paz não é bonita, é confusa e perigosa à noite. Nós chegamos às 5h da manhã e o polícia do terminal disse-nos para aguentarmos lá até ao nascer do sol, porque não era muito seguro lá fora... Não arriscamos, apesar do nosso hostel ser a 400m da estação.

A Bolívia é um país relativamente barato e desinteressante. É feio no sentido em que todas as construções parecem inacabadas - o governo paga ou dá um grande contributo para o tijolo (não percebi bem) e eles não fazem os acabamentos das casas. Ou seja, é tudo tijolo + cimento, sem pinturas, sem mais nada.

La Paz situa-se num vale, a mais de 3500m de altitude. Por esta altura, já a minha cabeça se aguentava bem das náuseas, mas convém levarem uma boa dose de acetazolamida (é um diurético) profilática.

Vimos a cidade num walking tour e vimos a cidade vizinha (El Alto). Duas coisas interessantes: 1) O sistema de transportes público não pode ser um metro, uma vez que a cidade fica num vale, é só subidas e descidas, pelo que o governo optou por gastar uns 400 milhões num sistema de teleférico, com 11 linhas que ligam toda a cidade. A ideia é genial e está bem concebida, o problema é que ninguém usa aquilo e a dívida está grande...; 2) Pratica-se bruxaria À GRANDE em La Paz. Na rua queimam-se alpacas bebés, roupas antigas, cabelos de namorados,...

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No segundo dia em La Paz fomos fazer a Carretera de La Muerte, uma experiência mais ou menos interessante para quem não andava de bicicleta há uns 10 anos e foi fazer 55km downhill ao lado de ravinas de mais de 3000m de altura. Sobrevivi, mas fiquei cheio de calos. Recomendo, é giro pelas paisagens que vão vendo ao longo do percurso.

De La Paz apanhamos um autocarro noturno pela Bolivia Hop que faz Copacabana - Lago Titicaca (o maior lago da América do Sul, que se situa no alto dos Andes) - Puno - Cusco em 24h. As "semi-camas" são muito confortáveis.

🇵🇪 Perú

CUSCO

Como San Pedro de Atacama, também Cusco é uma cidade para turista, mas já é uma cidade bem cuidada, bem segura, bem simpática. Tínhamos o plano bem definido: 1º dia Rainbow Mountains; 2º dia Inca Trail até ao Machu Picchu.

As rainbow mountains valem bem mais a pena do que as fotos sugerem. Não levam qualquer tipo de filtros, a caminhada é engraçada, apesar de atingirem os 5000m de altitude e parecerem uns velhos de 80 anos com insuficiência cardíaca a parar de 50-50m.

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O Inca jungle trail foi escolhido mais pela minha namorada que por mim. Implica 4 dias de caminhada, mas apenas um deles é muito intenso. Percorrem uma parte do caminho inca original e, também aqui, as paisagens são de cortar a respiração.

Têm preços que variam bem dos 140 aos 400$, dependendo do que querem fazer (atividades como rafting e zipline ao longo do caminho; subir à montanha velha no Machu Picchu; ficar em hostels mais confortáveis ou com água quente...).

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A subida ao Machu Picchu, ao quarto dia, é o culminar da viagem e uma vitória pessoal incrível. Estávamos na fila às 4h30 para a abertura de portas às 5h. Subimos mais de 1700 degraus e vimos o amanhecer sobre a velha aldeia inca, que até hoje ninguém percebeu muito bem o que faziam lá. Aquilo é mais magnânimo que as fotos podem demonstrar. É uma maravilha do mundo. Já lá em cima como tínhamos bilhete para subir à montanha (são 300 acessos por dia), decidimos aproveitar e fazer mais 2400 degraus, ou 1h10 a subir. Conclusão, mal me mexia nos dias seguintes. A paisagem de lá de cima é ainda mais incrível, apesar de menos popular.

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De Aguas Calientes saímos de comboio (que apesar de ser mais caro, eu aconselho a todos) rumo a Cusco. No dia seguinte apanhamos um avião baratuxo rumo a Lima, que nos poupou cerca de 20h de autocarro.

LIMA

Ao contrário de relatos de outros viajantes que conheci pelo caminho, de bloggers, de amigos que já lá tinham passado, Lima é uma cidade engraçada, com uma boa dinâmica, uma boa vida, monumentos engraçados e atrativos.

Cuidado com o centro da cidade à noite, é bastante inseguro. Ficamos a dormir em Miraflores, um distrito a 10km ou a 10 soles de Uber de distância (uns 3€). Miraflores é zona chique e segura, onde podem andar sem problemas. Fomos ainda a Barranco na tarde que chegamos, que é conhecida também pela street art e pela arquitectura caracteristicamente europeia (tem edifícios germânicos, austríacos, espanhóis,...).

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No último dia de viagem fizemos um walking tour pela cidade de Lima, onde não podem perder a Igreja de S. Francisco, que tem um verdadeiro cemitério de Franciscanos na cave! A praça central é muito engraçada, assim como a banda a tocar todos os dias entre as 11-12h no palácio presidencial. Fomos à galeria de arte e andamos por ruas que fazem lembrar Santa Catarina. À noite comemos o típico ceviche (aconselho o Punto Azul, é bom e relativamente barato) e fomos tomar um copo a um bar muito sui generis, o Ayahuasca. Andem de Uber, é legal e barato.

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Quem tiver alguma dúvida ou quiser mais algum esclarecimento adicional relativamente à viagem envie MP.

Em termos gerais, o voo ficou a 780€ ida e volta por Toronto na Air Canada.

A nível de gastos globais, não chegou aos 1200€. Só o Chile é que é mais caro em termos de comida e alojamento. Os tours pelo Uyuni e Machu Picchu contribuem bastante para o orçamento, mas são indispensáveis.

Esta é a época baixa de turismo por lá, o que contribui para um melhor aproveitamento do espaço e um melhor preço. Época alta é a época de chuvas, entre Dezembro e Março/Abril.

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Citação de Naitch, Em 16/01/2016 at 21:54:

Wicklow + Glendalough Tour

@Naitch lembraste de onde marcaste esta tour?

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Hey pessoal, alguém sabe quanto tempo demora o ESTA para os Estados Unidos a ser validado?

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Citação de frnk th tnk, há 1 hora:

Hey pessoal, alguém sabe quanto tempo demora o ESTA para os Estados Unidos a ser validado?

Pouco. Se não me engano, acho que já fiz no dia anterior e foi tranquilo.

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Aproveito para acrescentar uma das melhores coisas da viagem, que foi perder o voo de ligação no primeiro dia e ter chegado com 24h de atraso a Santiago.

Acontece que fiz a devida reclamação à Air Canada e ontem confirmaram a devolução de 600€ da viagem :28_hugging:

Ia entrar com um processo pela Air help ou uma dessas empresas que publicitam no Facebook (a eDreams mandou-me um e-mail para eu preencher com eles a reclamação), mas eles ficam com cerca de 20% de comissão e eu, com um simples e-mail, consegui o valor total, pelo que aconselho totalmente a todos os que viram os seus voos adiados mais de 4h a tratarem pessoalmente da reclamação antes de usarem um intermediário.

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Citação de spaceman, Em 16/09/2018 at 18:32:

já sei que isto é sempre subjetivo mas, uma semana dá para fazer:

opção 1 - bruxelas, gent e bruges

E sobra tempo.

Eu cheguei de NY. Fiquei desiludido, sinceramente. Vale a pena pela experiência, por ver uma cidade completamente insana, em que a anormalidade é normal e se vê um pouco de tudo, desde um pedido de casamento no alto do Empire State Building, a um tipo ir na rua tranquilamente a passear o seu animal de estimação, uma cobra enorme, vale tudo naquela cidade. Mas não é uma cidade bonita e, a quantidade de lixo no meio da rua, mais o cheiro a mijo em todas as esquinas desiludiram-me.

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Citação de spaceman, Em 16/09/2018 at 18:32:

já sei que isto é sempre subjetivo mas, uma semana dá para fazer:

opção 1 - bruxelas, gent e bruges

Mesmo tranquilamente. Em 1.5 dias / 2 dias consegues ver tudo em Bruxelas e sem correrias. Idem paras as demais.

Agora bateu a saudade, a minha segunda casa durante 1 ano :heart.: 

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Malta, vou com uns amigos à Escócia antes de ir ver o Sporting a Londres. Chegamos no dia 1 de Novembro a Edimburgo a meio da tarde e partimos de Glasgow para Londres no dia 7 ao final da tarde.

Venho aqui pedir algumas sugestões. Ainda não li os posts assinalados na primeira página (irei fazê-lo nos próximos dias), mas começo pelas essenciais:

- Sítios essenciais para visitar?

- Quanto tempo recomendam que fiquemos em Edimburgo?

- Onde pernoitar lá para cima? Inverness?

 

O plano actualmente é ficar em Edimburgo 2 dias e meio, alugar carro e arrancar dia 4 ao início da manhã para norte, rumo a Inverness. Depois seria explorar aquela zona por ali (Loch Ness, ir a Skye num dos dias, mas aqui ainda estamos abertos a sugestões), e finalmente descer no próprio dia 7 pelo lado Oeste até Glasgow.

Todas as sugestões são bem-vindas 😄

Editado por doom_master

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Queria ir passar 3 dias inteiros em Amsterdão mas gostava de apanhar um inverno a sério. Acham que de 31 de janeiro a 3 de Fevereiro apanho neve??

edit é só a mim que os links do 1º post de amsterdão não vão para os posts certos?

Editado por Mr.Shelby

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Ups! Nunca mais cá vim contar o resto da viagem. Vou ver se trato disso durante o jogo do Benfica para não adormecer. 

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