Ora bem, enquanto isto do Pedro Nuno Santos vai dando para entreter agora durante umas semanas, mais umas importantes facadas foram dadas no SNS:
1. Como não houve acordo com os Sindicatos, o Ministério da Saúde promulgou mesmo o documento (de forma unilateral) do aumento de 50% nas horas extra... mas só a partir das 500(!!), em vez das 150h que tinha proposto e que não foi aceite.
2. O mesmo Ministério da Saúde promulgou a abertura de vagas para especialistas no SNS, em número inferior ao pedido e pretendido pelas instituições. Pelo meio já fechou a UCI de cuidados respiratórios em Santa Maria. Tinha 2 especialistas, pediram 3 para contratar, o governo abriu 1 vaga e eles decidiram fechar.
3. Ainda o mesmo Ministério da Saúde promulgou um documento que (este sim) pode deitar abaixo todo o SNS através dos Cuidados de Saúde Primários: a possibilidade de médicos sem especialidade trabalharem em Centros de Saúde, sendo equiparados a Médicos de Medicina Geral e Familiar (cuja especialidade dura 4 anos, por motivos de diferenciação óbvios). Ora isto significa um retrocesso aos antigos "Clínicos Gerais/Médicos da Caixa".
4. Ainda o mesmo Ministério da Saúde promoveu um "aumento" de vencimento para as vagas ditas carenciadas: 60% de aumento salarial nos primeiros 3 anos. Ora isto é interessante, uma vez que o tal aumento de vencimento é atualmente de 40% do vencimento-base MAS durante 6 anos, ou seja, no fundo há uma perda de incentivo de cerca de 25% e há, neste momento, três categorias de profissionais: 1) os especialistas que não têm aumento, uma vez que foram contratados ANTES do primeiro aumento; 2) os especialistas que estão no aumento dos 40% em 6 anos; 3) os especialistas que serão agora contratados com aumentos de 60% em 3 anos. Todos com a mesma função e a trabalhar no mesmo local.
Seguimos...