Ir para conteúdo
Entre para seguir isso  
El Shafto

[FM22] Sado (não) sente saudade

Publicações recomendadas

Que grande fase da equipa mesmo. Diria que a promoção está feita mas a luta pelo título está mais acesa que nunca. É hora de acreditar até ao fim.

Pena a lesão do Bustos mas o Bou é um excelente reforço.

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post
Citação de El Shafto, Em 16/04/2022 at 19:23:

Não vou dizer o que respondi, mas vou dizer que infelizmente para o Tiago e para nós, este já não consta no nosso plantel, ordens diretas do treinador do Boavista que decidiu ser uma p*ta ofendida e chamar o jogador de volta

 

Citação de El Shafto, há 17 horas:

pode-se até dizer que quando a bola lhe chega na área que o Bou tem mel

LOOOL

Oh pah! Ahahahah

Citação de El Shafto, há 17 horas:

provavelmente só voltamos a ver Bustos daqui a um ano

Eish, isso não se deseja a ninguém, carai...

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

As finais do WC do FM22 sao sempre muito estranhas...ja vi o Paraguay a ganhare uma vez a Nova Zelandia na final...

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

WAQP4AS.png

O Livro de Quem Não Precisa de Memórias
10 - Grelha de partida

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

whV33Kp.png

RGkQfKH.png

À entrada para esta série de jogos nós, e por nós quero dizer eu, os jogadores e o staff, tínhamos todos idealizado o mesmo. Em segundo lugar, igualdade pontual com o primeiro, o Rio Ave, com mais 13 pontos que o 3º classificado, seria preciso que todos nós fossemos raptados por extraterrestres e fossemos lobotomizados para que a promoção nos escapasse.

Os jogadores jogaram em concordância com essa filosofia. Pulverizaram o Covilhã em 45 minutos, dominaram um Benfica B que tem jogadores avaliados ao preço do nosso clube inteiro, como Taarabt, Ndour e Camará e foram infelizes contra o Tondela, que viu o seu guarda-redes ganhar o prémio de homem do jogo.

Por outro lado, o Rio Ave teve um Março catastrófico: nos 3 jogos que fez, em 9 pontos possíveis, apenas fez 2, o que fez com que à entrada para Abril nós tivéssemos em posição para celebrar a subida. Bastava o Rio Ave escorregar uma vez e o 2º jogo em Abril seria o que seria, talvez, o jogo mais importante da temporada. Vitória FC vs. Rio Ave. Graças a um golo no fim da partida contra o Nacional, entrámos para o jogo com o Rio Ave apenas a depender de nós mesmos para garantir a promoção.

4klnJA5.png

Em 2020 aconteceu o inevitável. Todos os filhos da cidade o sabiam, adepto ou não. Mesmo no Vitória que conquistou a primeira Taça da Liga, todos os adeptos sabiam que o clube vivia de dia para dia e que era uma questão de tempo. Ainda assim, o maior medo que assolava a cidade não era a despromoção, mas sim a morte de um dos seus estandartes. Confirmada a despromoção ao Campeonato de Portugal, os adeptos fizeram as suas juras:

img_920x518$2020_08_02_23_51_36_1735613.

Hoje, 8 de Abril de 2023, esses mesmos adeptos que prometeram ao clube que este nunca estaria sozinho, encheram o estádio do Bonfim, a maior assistência do clube desde a despromoção, e o clube respondeu de volta. O Vitória estava de volta à Primeira Liga. Uma memória indesejável que alguns adeptos mais antigos se lembram de celebrar, dado que para subir é preciso primeiro descer. O autocarro abana de um lado para o outro no meio da festa e é difícil tomar notas, mas, tudo o que quero neste momento é que nunca mais tenham de celebrar esta situação. Que nunca mais tenham de celebrar promoções.

Que tudo o que celebrem seja como o que celebraram volvidos 15 dias. Escorregámos frente ao Leixões, jogando quase toda a segunda parte com dez jogadores, mas os rádios informavam os adeptos e estes informavam-nos a nós dentro de campo. Começava a segunda parte e o Rio Ave perdia em casa com o Nacional. Depois dos 47', quando as bancadas explodiram em festa, todos os 11 jogadores que estavam em campo pelo Vitória valiam milhões. Corriam como se a própria vida dependesse disso e foi com essa imprudência que Gomez acabou expulso ao travar um contra ataque a meio-campo e levando o segundo amarelo. A equipa não se desfez e fez tudo o que podia até ao fim do jogo, impedindo o Leixões de virar o resultado. O Rio Ave também fora incapaz de o fazer, o que queria dizer que, novamente, os setubalenses poderiam festejar algo digno de festa!

Está feito. Conseguimos a promoção em casa e o título em casa. Tem um sabor especial assim...

pKiET1A.png

nnIvmSk.png

Ainda que alguns adeptos como Benício Marante ou José Carlos Aguilar aparentem discordar da festa na cidade...

Estamos, finalmente, na grelha de partida. Cabe-nos a nós garantir que, desta vez, as coisas serão diferentes.

bDioSOf.png

  • Like 3

Compartilhar este post


Link para o post

Boa subida 👏 que diferença abismal de golos marcados.

Podes mostrar as estatísticas?

Essa só Porto B descer é nova. Nunca tive equipas B dos grandes a descer nos meus saves.

Compartilhar este post


Link para o post
Citação de RoMbA, há 40 minutos:

Boa subida 👏 que diferença abismal de golos marcados.

Podes mostrar as estatísticas?

Essa só Porto B descer é nova. Nunca tive equipas B dos grandes a descer nos meus saves.

Não sei se eram estas que querias, se quiseres algo mais específico, força

As individuais do plantel em si vem na próxima atualização

7s8wJYa.png

7s8wJYa.png

Por acaso até vejo acontecer por vezes e é quase sempre com o Porto. O Benfica é sempre sólido porque contrata rios e rios de entulho que acaba por meter na equipa B, já o Porto parece que tirando um ou outro para dispensar é quase sempre miudagem e nem sempre corre bem.

Editado por El Shafto
  • Like 2

Compartilhar este post


Link para o post
Citação de El Shafto, há 21 minutos:

Não sei se eram estas que querias, se quiseres algo mais específico, força

As individuais do plantel em si vem na próxima atualização

7s8wJYa.png

7s8wJYa.png

Por acaso até vejo acontecer por vezes e é quase sempre com o Porto. O Benfica é sempre sólido porque contrata rios e rios de entulho que acaba por meter na equipa B, já o Porto parece que tirando um ou outro para dispensar é quase sempre miudagem e nem sempre corre bem.

Era da tua equipa mas já deu para ver por aqui que os teus golos foram "divididos" por vários jogadores. Pensei que tinhas um matador 😅 o dos Anjos meu deus 👌

Compartilhar este post


Link para o post
Citação de RoMbA, há 16 minutos:

Era da tua equipa mas já deu para ver por aqui que os teus golos foram "divididos" por vários jogadores. Pensei que tinhas um matador 😅 o dos Anjos meu deus 👌

Ah, ok, essa vem a seguir, espero que amanhã, que esta atualização já veio atrasada que a vacina do Covid deu cabo de mim. 😅

O dos Anjos não volta a fazer outra época destas, garantidamente.

Editado por El Shafto

Compartilhar este post


Link para o post

Campeonato irrepreensível e domínio total (mais do que isso até) na Segunda Liga Portuguesa! 😄

Foi mesmo um passeio total dos homens do Sado! Muitos parabéns! Agora há que saber que a exigência vai aumentar muito e que terás que estar à altura!

Compartilhar este post


Link para o post

-

Editado por El Shafto

Compartilhar este post


Link para o post

Que época fantástica. Até o Chiquinho Conde ficou surpreendido.

Compartilhar este post


Link para o post

u2aL0ny.png

O Livro do Sado
2 / 11 - "O Príncipe do Sado"

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

O Príncipe do Sado - 20 de Agosto de 2023

Leonor Fernandes

Setenta jogos oficiais em solo nacional, cinquenta e quatro vitórias, nove empates, sete derrotas.

Duzentos e catorze golos marcados nesses mesmos jogos, uma média de, aproximadamente, três golos por jogo.

Um Vitória Futebol Clube moribundo arrastava os pés destemidamente pelo planalto onde terminaria os seus dias. Todos o sabiam, todos o conseguiram ver e todos aguardavam a sua catarse anunciada.

Entretanto, no outro lado do oceano, um filho da terra dava cartas. O Atlético Paranaense deslumbrava e o treinador natural de Setúbal que o liderava encantava o povo brasileiro.

"Durante dias veio dizendo que trabalhava até de graça", partilhou connosco o antigo presidente do Atlético, "e eu estive a um dígito de telefone de ligar para a polícia para tratar desse problema. Imagina uma realidade onde o fiz?"

"Por coincidência, o treinador dos garotos de dez anos tinha saído, decidimos dar uma sessão para ele nos impressionar e gostámos, então ficou. Acredita se eu falar que os garotos não perderam um único jogo? Não só isso, eram felizes jogando futebol. Eu ficava puto nos primeiros jogos, tomavam uns golos meio burros e no minuto seguinte marcavam quatro. Era surreal."

"Sabe, ainda assim, se não fosse a minha mulher, eu não teria apostado nele tão rápido. Tinha conversado com o Geninho e íamos falar para o João passar para os sub-18, ver como que funcionava com os garotos mais crescidos, mais teimosos. Foi então que a minha mulher falou para mim "o portuga é um génio, né?" e no dia seguinte eu preparei o contrato. Instinto de mulher nunca mente, sabe como é?"

Ao partilhar estas passagens com o João, não soube dizer se ele gostou ou não, mas sei dizer que o seu embaraço era evidente. Elusivo com os jornalistas, sempre com a resposta correta na ponta da língua, é o que o meu professor de Análise Social dizia ser "O Bom Mentiroso". Não porque a mentira é credível e engana alguém, mas porque a mentira é boa o suficiente para desarmar quem fez a pergunta. Quando propus ao Vitória a ideia de acompanhar o clube, principalmente o João, durante uma semana, ficou claro para mim que o clube queria dizer que sim, claro que queria a publicidade, não podia era responder pelo seu menino de ouro.

Surgiu então a oportunidade de conhecer o João pela primeira vez. "Podemos sempre esperar pelo fim do treino e ir falar com ele", disse-me o presidente, acrescentando não prometer nada. Era evidente que o treinador controlava mais do que os treinos do clube. Todas as movimentações que pudessem ter alguma influência, por mínima que fosse, no futebol praticado, ele queria ter uma palavra a dizer, uma sensação que ele viria a confirmar mais tarde.

Apresentei a minha ideia ao João, expliquei como iríamos atuar, quantos seríamos, o presidente destacou como seria bom para o clube e como seria importante aproveitar os olhos estarem no regresso do clube para mover as massas. O João suspirou, anuiu, despediu-se e foi-se embora. "Nem a uma boa mentira tive direito", pensei.

Durante sete dias privei com o João e com o Vitória Futebol Clube. Todos os dias ia ao estádio e quando digo todos, são mesmo todos. Inclusive já tinha uma chave para poder entrar à vontade sem ter de incomodar ninguém. Descia ao relvado, dava uma volta ao campo de futebol e terminava deslocando-se para a bancada central, ficando a observar o campo durante algo como vinte minutos. Evidentemente que perguntei qual era o propósito, se era algum ritual de boa sorte. Tudo o que obtive foram mentiras, não boas mentiras, simplesmente mentiras. "Para fazer exercício", "para ver se a relva está boa" e outras, até que no último dia, quando parecia já ter as defesas mais em baixo, respondeu-me genuinamente, ou pelo menos assim senti.

"Quando estou lá em baixo, para mim, é só um golo. É só mais um golo, é só mais uma vitória. Para quem se senta aqui, não. Um golo é tudo. Uma vitória é tudo. Sentado aqui, gosto de acreditar que estou um pouco mais perto dessa bonita realidade."

No último dia fomos a um pequeno café perto do Estádio do Bonfim. Ficava escondido no meio de uns prédios que o rodeavam, mas, nas palavras do mister, "é a melhor pastelaria da cidade, ainda que não o tenha no nome". Eu não sei o que é que o João pensa de mim, enquanto pessoa e enquanto jornalista, mas gosto de acreditar que, volvidas duas horas, o que quer que seja que pense de mim, o pensa como amiga. O homem focado como um foguetão que conheci durante os seis dias que precederam, fizeram-me riscar tudo o que havia preparado para escrever e, vez disso, contar esta história.

Como um tubarão que sente o sangue no mar, rematei assim que possível a pergunta que mais me intrigava.

"O que é que leva um jovem adulto a deixar Portugal e a ir para o Brasil para ir treinar um clube brasileiro do Paraná? Porquê o Atlético? Porquê o Brasil?"

Pegou na chávena de café, levou-a à boca e quando a pousou ficou a olhar para a chávena de café.

"Fui à procura de algo, acho que é o que devo responder. Assim como me fizeste uma pergunta à espera de uma resposta, eu também queria uma resposta às minhas perguntas."

"E encontraste?"

"Não sei. Não sei se encontrei alguma resposta, se encontrei perguntas às quais eu é que respondo. Faz sentido?"

Sinceramente, não. Mas quem era eu para questionar a primeira vez que parecia haver honestidade nas suas palavras?

"Bem, é como no fim do "À Boleia Pela Galáxia", a resposta é 42, o que me lembra que posso ter algo engraçado para escreveres." Foram estas as exatas palavras que não me atrevo a alterar, "levo sempre comigo este livro na mala."

Era um livro pequeno com o título "One Piece" em letras garrafais. O livro estava gasto e onde esse desgastaste mais se evidenciava era num autocolante presente na capa. "Este livre é de Leono(...)", sendo que o resto era ilegível.

"É uma história sobre um personagem idiota num universo em que ainda existem piratas e ele diz que vai ser o rei de todos os piratas. Foi um presente de despedida de uma amiga. Na altura fez-me uma pergunta semelhante à que fizeste e, uns dias depois, deu-me este livro e disse que, talvez, me ajudasse a encontrar a resposta que procurava. Estúpido, não é?"

Rodou a colher no que restava do café.

"Na altura não entendi bem, mas uns anos depois, acho que entendi a moral da coisa. Não é que isso tenha algo de errado, mas tudo o que eu queria era viver a minha vida em paz. Claro que até queria ser astronauta, mas nunca tive a ambição dos Grandes Homens. Sabes, aquela dedicação doentia, aquela mentalidade absurda? Os Cristianos Ronaldos da vida, por exemplo.

A mim tanto se me dá. Ou dava. Não sei bem. Tirava boas notas para ter a liberdade de os meus pais não me chatearem. Gradualmente testava a elasticidade do seu julgamento e quando encontrei o ponto ideal, estabilizei. Não chateava, não levantava ondas e passaria até ao fim dos meus dias uma vida tranquila. Ou assim seria, se não tivesse tido este livro.

Murakami diz qualquer coisa nas linhas de que, como quando a tempestade acabar, não nos lembraremos de como a atravessámos, como conseguimos sobreviver ou sequer ter a certeza se a tempestade terminou mesmo. A única certeza que nos resta é mesmo a de que não seremos mais a mesma pessoa que entrou na tempestade. Para mim, naquele dia, quando li naquele dia sobre como os sonhos da pessoas nunca irão morrer, é como se, pela primeira vez na vida, tivesse sido engolido por uma tempestade. Se já saí da mesma, não sei. Talvez tenha saído e efetivamente seja uma pessoa diferente. No fim de contas, alguma vez o João de catorze anos diria a alguém que iria ser o melhor treinador do mundo?"

Continuámos a falar de futebol o resto da tarde. Partilhou comigo como Bruno Ventura é, até agora, o melhor jogador que treinou, a admiração pelas qualidades de Jorge Jesus e José Mourinho, mas como acha que ambos estagnaram com o tempo.

"Acho que é uma questão de orgulho. Se ganharam antes com a sua forma de ser, porquê mudar? Voltaram a ganhar, está nos genes. Pelo menos acho que é assim que alguém dessa categoria pensa. Não sei. Talvez possa responder se lá chegar? Ou talvez noutra vida, caso nos encontremos?"

Contou-me sobre a grande época do Vitória na Segunda Liga.

"Tive pena de não bater o recorde do Belenenses, de 94 pontos. Faltaram-nos seis pontos. Agora é tarde, não é? Não faço intenções de voltar a esta divisão. Mas estou muito orgulhoso do que os nossos jogadores alcançaram."

fbcPfJZ.png

"O Luís Silva é uma máquina. Ainda bem que o resgatámos do Chipre, tanto que já me vieram dizer que tem vários clubes da Primeira Liga e da La Liga interessados e dada a situação do clube, não sei se não o vamos mesmo perder. O Pedro Amaral e o Bernas também foram estrelas na defesa, que jogadores, principalmente o Pedro Amaral. Mais discreto que o Bernas, mas sempre um dos jogadores com mais quilómetros nas pernas e sempre um elo de ligação entre a defesa e o ataque. Para o Bruno já nem tenho palavras. Se os três grandes não querem perder estatuto, é bom que o venham roubar, se não ele vai continuar a elevar o clube e a si mesmo época atrás de época, até roubar a coroa.

Quem também me impressionou foi o Bou. Adaptou-se muito rapidamente ao plantel e à forma de jogar da equipa. Muito curioso para ver o que fará numa época inteira."

Estávamos, por fim, na casa do Vitória, o Estádio do Bonfim, quando o presidente nos interpelou e apresentou o seu menino de ouro a um grupo de empresários. Reconheci alguns deles como sendo pesos pesados da construção civil em Portugal.

"Parece que estão à procura de fazer um estádio novo. Estranho."

au65xPT.png

Soltou um suspiro e a sua expressão tornara-se diferente. Não era mais o mesmo João com quem partilhara o dia e que abrira um pouco as portas do seu ser, deixando-me espreitar. Este João estava mais próximo do que eu conhecera há sete dias atrás, com uma aura elusiva por trás de si, como alguém que olha do seu castelo para as movimentações do povo no seu reino. Distante mas focado, o Príncipe do Sado aguarda apenas pelo dia da sua coroação. Para o resto do mundo, uma pergunta. Para si, uma inevitabilidade.

  • Like 4

Compartilhar este post


Link para o post

Mais que merecido a construção do novo estádio ainda por cima com este Salto para a Liga Nos.

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

Pfffffff...

Isto nem encaixa bem aqui, devias ter uma secção própria no fórum para escreveres. Depois de ler isto nem tenho coragem de continuar a postar no meu save, isto está vários degraus... não, nem são degraus, são vários lanços de escada acima de qualquer coisa que tenha lido recentemente.

Deuses, muito bom. Muito bom mesmo. É um desperdício andares a postar no EMEM, devias andar a escrever profissionalmente.

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post
Citação de Black Hawk, há 14 horas:

Pfffffff...

Isto nem encaixa bem aqui, devias ter uma secção própria no fórum para escreveres. Depois de ler isto nem tenho coragem de continuar a postar no meu save, isto está vários degraus... não, nem são degraus, são vários lanços de escada acima de qualquer coisa que tenha lido recentemente.

Deuses, muito bom. Muito bom mesmo. É um desperdício andares a postar no EMEM, devias andar a escrever profissionalmente.

Uma pessoa vem aqui a uma "segunda-feira" (dado que ontem foi feriado), que é sempre uma ideia de m*rda, lê uma coisa destas e até fica de coração cheio. ❤️ 

Obrigado.

  • Like 2

Compartilhar este post


Link para o post

WAQP4AS.png

O Livro de Quem Não Precisa de Memórias
12 - Novo Mundo

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

Não chegámos ao nosso destino, mas chegámos à grelha de partida. Confesso que durante os últimos dois anos não quis saber propriamente da Primeira Liga (ou de qualquer liga estrangeira, entenda-se também), mas agora que aqui estou importa-me saber quem governa os mares que vou navegar.

"Mas João," dirá o infeliz leitor destas notas (que caderno é este? o quarto?), "porque é que não fizeste o mesmo na Terceira ou Segunda Liga?"

É uma boa pergunta que tem uma resposta simples. Arrogância. Nunca me passou pela cabeça que tivesse alguma dificuldade em alcançar o sucesso a curto prazo. Não tão curto quanto como aconteceu, isso devo admitir, mas estarmos onde estamos não me surpreende.

Uma Primeira Liga é um animal diferente. Até muito perto do fim do campeonato, normalmente, pode dizer-se que toda a gente luta. Uns lutam pelo título, outros pelo acesso às competições europeias, outros pela tranquilidade do meio da tabela e, por fim, outros lutam para manter o seu lugar neste vasto oceano que não tem espaço para todos. É importante saber qual o lugar de cada um.

KKCzc7j.png

Depois do invulgar campeonato ganho pelo Sporting em 2020/2021 instaurou-se um claro padrão no campeonato entre os três primeiros classificados. Se o primeiro ano ainda foi um campeonato disputado até à última, com o Sporting a ir ao Dragão ganhar o clássico na penúltima jornada e com o Porto a ter de virar o jogo da última jornada contra o Boavista para selar o título, o mesmo não pode ser dito da época seguinte, onde o Porto dominou completamente o campeonato, sendo campeão com uma confortável vantagem de quinze pontos.

Grande trabalho de Sérgio Conceiç... não. Os adeptos e a direção não toleraram um Novembro atroz do seu antigo jogador e este foi despedido, sendo substituído no fim do ano pelo antigo treinador do River Plate, Marcelo Gallardo. Sérgio Conceição esteve sem clube até Março do atual ano, 2023, altura em que assinou pelo Paços de Ferreira.

Não é difícil entender o domínio deste Porto. Com Taremi na frente, duas vezes o melhor marcador do campeonato, a muralha Diogo Costa na baliza, conquistando em 2022/2023 o prémio de jogador com mais prémios de melhor em campo, um largo domínio no onze do ano, onde apenas se intrometem dois jogadores do Sporting, Coates no centro da defesa e Tiago Tomás na dupla de ataque, um Fábio Vieira que brilha como O diamante da Liga Portuguesa e ainda juntam a isto as ameaças laterais de Corona e Luís Diaz... uma equipa aterradora.

Nos outros dois lugares cimeiros as coisas não mudaram muito. Ambos os clubes continuam sobre a batuta dos seus treinadores escolhidos, Rúben Amorim e Jorge Jesus, sendo de grande interesse notar que ambos perderam jogadores de grande importância, Pedro Gonçalves (47M€ para o Barcelona) e Julian Weigl (57M€ para o City), enquanto que o Porto apenas vendeu o suplente Toni Martinez por 10M€, mantendo todo o seu núcleo. Irá o foço aumentar ainda mais?

Num trio que nos interessa consideravelmente mais, pelo menos a curto prazo, os lugares europeus parecem também igualmente estabelecidos. Por duas épocas seguintes Braga, Marítimo e Vitória de Guimarães assumiram o 4º, 5º e 6º lugar, com épocas quase copy paste umas das outras. Tem sido uma luta árdua para o Braga de Carlos Carvalhal, mas continua sem conseguir quebrar a entrada consistente no top 3, apesar da qualidade que têm no plantel com jogadores como Musrati, Abel Ruiz, Galeno e André Horta.

O Marítimo, sob a batuta de Julian Velazquez (escrevi bem? oh well), tem-se levado glória para as ilhas, em grande parte fruto do rendimento que tem tirado de jogadores como Fran Navarro, que ficou apenas a um golo de Tahremi na última temporada, Xadas e Léo Andrade. Pessoalmente, dá-me todo o ar de ser um plantel que já deu o que tinha a dar e irá implodir esta temporada.

O mesmo posso dizer sobre o Vitória de Guimarães, ou, como chamamos carinhosamente em Setúbal, fotocópias. Os adeptos têm exigido do clube e Pêpa tem conseguido orientar o clube a voos mais altos, estabelecendo mesmo o clube no top seis da Primeira Liga, sendo que jogadores como Abdul Mumin, Falaye Sacko, e Rúben Lameiras são fundamentais para o sucesso do clube. Este trio ficou foi sem a ajuda de duas grandes figuras, André Almeida que foi para o City por 4,3M€ (lol) e Marcos Edwards que foi para o Benfica por 7,25M€ e o pacote Svilar + Diogo Nascimento.

Abaixo dessas seis posições é instaurado o puro caos. São mares turbulentos onde o rebentar das ondas esconde as rochas onde os barcos colapsam e são engolidos pela sua violência enquanto trovões rebentam no horizonte, amordaçando os gritos dos seus transeuntes. Veja-se o Boavista, que passou de sonhar com lugares europeus para somar apenas vinte e dois pontos na temporada seguinte. Nós também já fomos assim. Não mais.

Saber o que ia enfrentar não me facilitou a vida, antes pelo contrário. Nós temos bons jogadores no plantel. João Valido, Luís Silva, Kamo-Kamo, entre outros, são claramente jogadores que merecem jogar na Primeira Liga Portuguesa, sem questões. Mas e se eles não poderem jogar? Foi essa a minha filosofia para o mercado. Abordar jogadores que possam ser opções no imediato e, ao mesmo tempo, poderem gerar retorno financeiro para o clube.

mrsICAS.png

É, gastámos dinheiro. Estão tão surpreendidos quanto eu. Para quem é que estou a falar, mesmo?

Bem, seja como for, o plano para esta época era, como sempre, sobreviver de transferências a custo zero e empréstimos. Aliás, o primeiro jogador com quem falámos com o agente foi precisamente o último que contratámos: Hugo Félix.

76Am7x4.png

Desde o primeiro minuto o jogador mostrou-se interessado em vir jogar para o nosso clube por empréstimo. Depois de dois anos na Segunda Liga e a perfilar-se para um terceiro, a ideia de ser titular na Primeira Liga seria certamente muito apelativa para o jovem da academia do seixal. O problema eram as exigências do Benfica. Desde o primeiro minuto o Benfica queria um acordo que envolvesse o pagamento de 20M€ caso o jogador cumprisse vinte jogos. Sugerimos até pagar o vencimento do jogador na totalidade, mas o Benfica não arredava pé dessa condição. Até me fez ficar desconfiado, porque é que o Benfica queria assim tanto despachar um jogador que mostra esta qualidade e potencial?

Como é evidente, não podíamos aceitar o que o Benfica pedia. Se tivesse 20M€ para gastar num jogador, provavelmente gastava-o no Hugo Félix, mas não tenho. O jogador continuou no mercado e de semana a semana continuámos a falar com o Benfica. A resposta era sempre a mesma, até ao último dia do fim do mercado. Era quase hora de almoço quando fomos almoçar com o Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira e Simão Sabrosa e aí as negociações deram um passo em frente. Aceitaram as nossas condições na condição de nós aceitarmos as condições deles: queriam garantias de que as condições seriam as melhores para o jogador. Entregaram-nos um relatório sobre como é um jogador "mestre em criar oportunidades de golo" e com detalhes sobre as condições da relva no estádio e no campo de treinos para que o jogador pudesse jogar nas suas melhores condições.

O que me ofendeu não foi a proposta, não foi a sobranceria, foi o facto de que o que era pretendido não era propriamente diferente do que já fazemos. Claro que havia nuances que não aplicamos, lá está, não somos ricos para investir nisso, mas, no geral, a filosofia era a mesma: permitir que os jogadores joguem com velocidade e com a bola baixa. Quis recusar, mas era o meu namoro desde o primeiro dia do mercado. Engoli em seco e aceitei.

Mas voltemos ao ponto de partida, o primeiro reforço que contratámos, Kenn Johannsen.

xDstzc5.png

O defesa central internacional pelos sub-21 dinamarqueses foi-nos recomendado pelo seu agente, o mesmo agente de Pedro Ferreira, um jogador português que é, atualmente, a principal figura do AaB. O jogador estava em fim de contrato e queria mais minutos, algo que o AaB não lhe queria dar no imediato. Adepto fervoroso do AaB, não queria jogar noutro clube da Dinamarca e pediu ao gente para procurar no estrangeiro. Pedro Ferreira, evidentemente, recomendou o Sporting, dado que foi lá formado e, talvez fruto da proximidade, fomos também contactados. Ficámos muito impressionados com a maturidade de um jogador ainda tão jovem e decidimos que poderia perfeitamente ser uma ótima opção para suplente no imediato, com potencial para evoluir para muito mais do que isso. O B SAD disputou o jogador connosco, mas este escolheu-nos pela hipótese de ter mais minutos, aparentemente o B SAD queria colocar o jogador nos juniores.

Falando em centrais, foi um dos pontos que tentámos reforçar com impacto, havendo mais duas opções para o centro da defesa: David Vinhas e Arrey-Mbi.

pS47d4g.png

P6F1wGm.png

O internacional sub-19 Vinhas estava um pouco perdido no Braga e queria sair. Tentámos negociar a sua saída a custo zero, mas o Braga, por algum motivo, queria dinheiro, nem que fosse "uma módica quantia" (palavras do próprio presidente) e foi só após a confirmação da saída de Gómez por 100m€ que optámos por investir de volta algum desse dinheiro aqui. É uma ótima opção que vai garantir que Kenn não tenha demasiada pressão em crescer demasiado cedo.

O Bayern deve ter ficado tão surpreendido por um clube de uma cidade que nem devem saber que existe em Portugal ter interesse num dos seus jovens por empréstimo, como nós ficámos pelas condições pedidas para o seu empréstimo. Tudo o que o Bayern nos pedia era que paguemos 30% do vencimento do jogador e, se concordássemos, o jogador também estaria de acordo, dado que gosta da Liga Portuguesa. Aceitámos na hora e apertámos a mão, dois dias depois o jogador estava a treinar em Portugal. Foi um tiro no escuro que demos porque é um jogador que aprecio imenso e que dei com ele enquanto analisava alguns dados estatísticos globais. Fez 32 jogos na Terceira Liga Alemã com uma classificação média de 7.80! É um número monstruoso para um central, onde jogou a maior parte dos jogos. É um central moderno que encaixa perfeitamente na nossa forma de jogar e veio alterar os nossos planos para o centro da defesa na temporada. Acho que finalmente arranjámos um bom parceiro para Luís Silva, ainda que ambos sejam esquerdinos com o pé direito a servir apenas para subir as escadas.

Mas não foi o único jogador que descobri enquanto olhava para essas mesmas estatísticas, sendo que esta é a minha contratação favorita. Sim, acima de Hugo Félix e Arrey-Mbi, algo que a CMTV irá discordar, principalmente neste último, que pode usar para fazer manchetes como "Arrey-ou no Benfica!".

DKB8nyR.png

Enquanto observava os dados reparei numa dado muito interessante. Havia um jovem de dezassete anos, descoberto pelo Estrela da Amadora, a encantar os adeptos do clube e em nove jogos realizados na segunda metade da época, fora nomeado o melhor em campo em quatro. Curioso, fui pessoalmente observar o jogador. Fiquei encantado. Tem metro e noventa, é veloz, tem uma agilidade invulgar para alguém daquela estatura, fisicamente é um prodígio. Com a bola nos pés tem por onde melhorar, mas tem o samba do futebol brasileiro nos pés. Onde é que o Estrela da Amadora desencantou este jogador?

A sensação era em tudo semelhante a quando corria para casa da escola, ligava a televisão para ver Captain Tsubasa no Panda Biggs e, pela primeira vez, vi o episódio em que o Roberto observa o pequeno Tsubasa, à chuva, a praticar chutando a bola contra a barra da baliza para, em seguida, tentar um pontapé de bicicleta, conseguindo dominar a técnica rapidamente. Tal e qual como o Roberto soube, naquele momento, que o Tsubasa era um prodígio, eu soube que o Val também o era.

A maior surpresa de todas foi o valor financeiro do negócio. O jogador aparecia avaliado com valores simpáticos, entre os 10m€ e 100m€ e, como não queria dificultar as negociações, oferecemos ao Estrela 70m€ e 10% da próxima transferência. A vontade do jogador também foi importante, o Estrela não quis ficar com o jogador descontente e aceitou. Mal pisou em Setúbal o seu valor de mercado disparou para os milhões.

Sozinho, este pode ter sido o negócio que vai salvar o clube.

Para dar profundidade ao plantel aproveitámos o fim do contrato de Marco Cruz e Rodrigo Conceição, filho do antigo treinador do Porto, para os trazer para Setúbal.

7vwsZlP.png

VEydc9y.png

O Rodrigo é um jogador muito interessante que me parece preso num limbo de "jack of all trades, master of none", o que, mesmo que não consiga ter uma carreira como a do pai, lhe vai permitir ter uma boa carreira. A sua velocidade e a sua capacidade ofensiva fazem com que consiga fazer todo o flanco direito com muita qualidade, sem descorar a defesa e sendo uma ameaça no ataque. É o que queremos. Não queremos jogar o tradicional futebol de equipa pequena onde toda a gente defende. Quero atacar e atacar até que as redes da baliza adversária tenham de ser trocadas e os adeptos já não se levantem exaustos de tanto golo celebrar. O Rodrigo encaixa bem nesse estilo de jogo.

Marco Cruz foi uma recomendação de um amigo meu. Do alto do seu quarto poeirento escrevia-me no WhatsApp como o Sporting "enrabou o Porto neste negócio, é a vingança do Moutinho" e quando se ficou a saber que o Sporting não ia apostar nele todos os dias me mandava mensagem a dizer para aproveitar, que era um achado. É mais novo que o Rodrigo e são jogadores até algo diferentes, mas ambos padecem do mesmo problema. São laterais? Dois médios ofensivos mais atacante? Extremos? Não quem são..

Por cá, ambos irão contra predominantemente para as laterais. É onde acho que poderão brilhar mais no nosso clube e os laterais são muito importantes.

uXiJmnt.png

Para competir com Walter Bou fomos buscar, por empréstimo, Vitinha ao Braga. É um jogador que me desperta curiosidade, porque definitivamente parece um jogador que tem capacidade de fazer golos, mas falta-lhe algo. Ainda assim, do que observei dele, senti que tinha feito bons trabalhos num Braga B e no Varzim muito medianos, ao ponto de me motivar interesse. Não foi a nossa primeira opção, mas está cá e contamos com ele.

Não aparece nas imagens, mas conseguimos também renovar o empréstimo do nosso lateral esquerdo Pedro Amaral e iremos contar com ele esta época também.

Por fim, Felipe Valência, Michael Santos e Samuel vêm para os sub-23, recomendados pelo nosso departamento de scouting. Apesar de que conto com o Samuel para caso João Valido se aleije, mas duvido que o nosso capitão nos deixe mal.

Nas saídas, Jefferson Gómez auferia demasiado para ser 4º/5º central, portanto aproveitámos uma boa oportunidade de negócio que nos valeu um santo dinheiro. O Mathiola precisa de crescer. Demasiado imaturo, é o seu pior inimigo e é incapaz de fazer dois jogos de seguida de qualidade. Não o queria deixar sair a custo zero, mas, sinceramente, estava farto de o aturar. Optámos também por arranjar um empréstimo para Embaló, dado que ainda precisa de desenvolver um pouco mais para poder pisar um relvado da Primeira Liga.

ll9rl8W.png

Foi uma boa pré época com a qual, felizmente, podemos contar com quase todo o nosso plantel principal, dado que conseguimos os reforços ainda cedo no mercado.

7zMG5DY.png

Este é o plantel com o qual o Vitória se irá estrear no regresso à primeira divisão. Espero que, para os adeptos, seja um plantel que lhes deixe alegres memórias.

  • Like 3

Compartilhar este post


Link para o post

Pré-temporada positiva, onde foram deixados bons indicadores e os novos jogadores foram entrosados. Acho que te mexeste muito bem no mercado e conseguiste alvos bastante apetecíveis a baixo custo. Realço o Arrey-Mbi, Rodrigo Conceição, Vitinha e sobretudo o Hugo Félix (pois é craque da cabeça aos pés e será com certeza a tua "estrela" mais cintilante).

Estou também curioso para ver o desenvolvimento do Val! Acredito que vás realizar uma época tranquila e consigas surpreender-nos a todos, com um lugar na metade superior da tabela 😉 

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

Excelentes reforços e uma boa pré-época para animar a malta. 

  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

Pre epoca bastante positiva.

Reforcaste bem. Nota para o central emprestado pelo Bayern.

Torco pelo uma brincadeira do setubal, sendo a equipa sensacao do campeonato

Editado por Hórus Eyes
  • Like 1

Compartilhar este post


Link para o post

WAQP4AS.png

O Livro de Quem Não Precisa de Memórias
13 - Sonhos são uma ilusão de ótica

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

kb1SwJI.png

5TrgCZn.png

Ainda em ritmo de pré-época começou o futebol em Portugal. Para nos qualificarmos para a fase de grupos da afamada Taça da Liga era preciso que passássemos primeiro duas fases de qualificação. Primeiro o sorteio ditou que jogaríamos contra o Tondela, na Segunda Liga, orientados por Clarence Seedorf. Foi um jogo sem história, tranquilo e dominado por nós em nossa casa. O sorteio que se seguiu já não foi tão simpático, e colocou-nos contra o B SAD que, como verão mais tarde, também não é uma equipa de quem se deva tirar os olhos.

Bem, a verdade é que, na condição de visitantes, aos dez minutos de jogo já batíamos o mal amado clube por uma diferença de três golos. A partir desse ponto, foi uma questão de controlar o jogo. Se é verdade que ainda sofremos dois golos, nenhum deles colocava o nosso controlo do jogo em causa e era apenas o alimentar de uma luta inútil por parte dos anfitriões.

Com esta vitória ficámos qualificados para a fase de grupos...

fYi2u9m.png

Não foi um sorteio simpático e fomos imediatamente lembrados disso quando visitámos o Estádio da Luz. Ao contrário de nós, o Benfica não rodou a equipa e entrou na sua teórica máxima força e fomos atropelados. Vitinha ainda nos marcou um golo de honra, mas não foi mais do que isso, um golo de honra. A Taça da Liga não é um objetivo, mas uma derrota destas é triste seja em que competição for.

kC42V5T.png

Au9m2tW.png

O regresso à Primeira Liga. Havia todo um nervosismo palpável à volta do primeiro jogo. Toda a gente o sentia. Adeptos, jogadores, equipa técnica, presidente...

Talvez se tenha refletido demasiado esse nervosismo em campo. Não obstante disso, no fim do jogo, o guarda-redes do Moreirense, Mateus Pasinato, foi nomeado homem do jogo e isso conta tudo sobre o que se passou dentro de campo. Fomos a Moreira de Cónegos dominar e controlar o jogo, mas, num episódio muito incaracterístico deste meu Vitória, fomos incapazes de marcar. Sensação estranha.

Em casa foi quando realmente começou a temporada para nós. Recebemos o Vizela e voltámos a repetir o domínio da partida anterior, mas, desta vez, talvez moralizados pelo apoio dos quase doze mil adeptos que se deslocaram ao Estádio do Bonfim os jogadores não foram perdulários e tivemos inclusive direito ao hattrick do nosso menino de ouro, Val.

Até recebermos a lembrança de com que clubes estamos a competir aqui. Fomos à Madeira se atropelados pelo Santa Clara. Não fomos melhores, não fomos piores, mas esquecemo-nos que a partir dos setenta e cinco minutos ainda se joga futebol e a velocidade do ataque do Santa Clara, com jogadores como Gelson Dala e Mohebi, atropelou a nossa defesa.

Cheguei ao jogo com o Porto ainda com este jogo na cabeça. Fomos atropelados pelo Benfica, o Santa Clara utilizou a sua velocidade para fazer o mesmo... a equipa estava bem e a começar a estabilizar, mas a visita dos campeões nacionais ao Bonfim metia algum medo.

A verdade é que não fomos a melhor equipa. A diferença de qualidade entre os conjuntos é notória. Mas fomos iguais a nós mesmos e lutámos até não dar para mais e, talvez, se não fosse a classe artística de Taremi a cavar mais um penalty, os posts nos fóruns da internet não se seriam sobre como o Vitória deu tudo contra o Porto e "vamos ver se fazem o mesmo contra os outros", mas sim também como... bem, deixa estar.

O empate contra o Porto foi quase como uma vitória para o plantel e os jogadores estavam muito moralizados, totalizando assim uma série de sete jogos sem perder neste período, o que coloca o Vitória numa posição surpreendente neste seu regresso.

Claro que a posição é ilusão de ótica. Existem jogos em atraso para outras equipas, o calendário até nos foi algo favorável, mas porque não sonhar um pouco? Afinal, como diz aqui...

bA6CK4l.png

fXtvd00.png

  • Like 3

Compartilhar este post


Link para o post

WAQP4AS.png

O Livro de Quem Não Precisa de Memórias
14 - A festa da Taça

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

Uma das partes mais interessantes de observar pessoas como o João Lento não é só ver o desenvolvimento do próprio e aguardar o seu final. Nós também gostamos de nos entreter e normalmente são precisos alguns personagens secundários para isso. Faz falta a todas as boas histórias. Foi assim que descobri a senhora Rafaela Cunha e o seu filho, Rúben Cunha.

A senhora Rafaela Cunha trabalha no super mercado Alegro, ao qual ainda chama Jumbo, numa pequena loja de fotocópias. Nasceu em 1965 e, talvez fruto da época em que nasceu, não é uma pessoa que tenha grandes hobbies. Vive para o seu trabalho, é a "Rafaela das Fotocópias", muita gente a conhece e os estudantes universitários adoram-na porque está sempre disponível para os ajudar na altura das festas.

O seu filho, que não é verdadeiramente seu filho, mas sim filho da irmã que faleceu no parto, Rúben, é ainda um adolescente com catorze anos e dá-lhe tantas dores de cabeça quanto alegrias. Tem dificuldades na escola, particularmente matemática, onde soma negativas, e também não é propriamente brilhante nas restantes, tendo constantes dificuldades. Hoje em dia está mais tranquila com a parte escolar, que outra disciplina onde o Rúben tinha imensas dificuldades, história, desde a entrada do professor "Fred", como é chamado pelos alunos, pegando o nome para o resto do público, que o aproveitamento de toda a turma melhorou, incluindo do seu filho.

Por outro lado, o cinco a educação física é garantido. "Dá-se bem em todos os desportos, é um rapaz muito capaz fisicamente", dizem os professores. Podia praticar qualquer coisa, mas o que ele gosta é futebol. Devora todos os jogos do Benfica, até os antigos no Youtube, adora o Simão Sabrosa e o Aimar.

Independentemente do trabalho que tenha, sempre que é necessário, a mãe leva o seu filho ao Seixal, onde este joga nas camadas jovens do Benfica. É nestas viagens que reside a sua maior ligação. Toda gente sabe o quão difícil é chegar a um adolescente, mas aqui um ponto em comum une-os: o futebol.

Como eu disse, a senhora Rafaela não tem muitos hobbies, mas tem pelo menos um: o Vitória Futebol Clube. É sócia desde o dia que nasceu, apesar de não ter morado em Setúbal durante os seus primeiros anos de vida, o pai, natural da cidade, tratou disso. Desde que vive em Setúbal, sempre que possível, vai à bola.

"Claro que o jogo é importante Rúben, porra, então, somos a equipa que mais vezes foi à final sem ser os três estarolas! No ano que eu nasci, ganharam a primeira. Durante os quatro anos que se seguiram, o Vitória teve lá sempre! O teu avô que deus tem dizia sempre que eu era o amuleto de sorte do Vitória. Se calhar quando era pequenita era, agora bem que não tenho dado sorte nenhuma... mas em 2005 tava lá! Foi uma me... uma porcaria para entrar no estádio, mas quando entrei, pimba, golo do Manel José! Pelo menos aí dei sorte."

 

A mãe ia conduzindo e o rapaz ia ouvindo, interpelando por vezes com as suas próprias experiências. Queria era jogar futebol, portanto mal podia esperar por chegar.

No meio disto, o Vitória jogava o seu primeiro jogo da temporada para a Taça de Portugal, numa deslocação a Vila Real, para jogar contra uma das principais equipas do Campeonato Nacional. Em treze minutos o Vitória matou o jogo e controlou o resto da partida confortavelmente.

kWrotAn.png

Na viagem de regresso do Seixal a rádio passava o sorteio e Rafaela rezava que fosse desta o regresso da Taça de Portugal ao Bonfim, mas, desta vez, as suas rezas não deram resultado. O Vitória apanhava uma equipa favorável, da Liga 3, mas ia ter de se deslocar a Pevidém (onde quer que isso seja) e ao confirmar na agenda, ia estar a trabalhar durante o jogo, portanto nem poderia considerar a hipótese de acompanhar a equipa. Ia deixar o Rúben no Seixal durante a hora de almoço e depois voltava a pegar. Pelo menos podia ouvir o relato, que ninguém a chateava.

"Não sei quem é o Pevidém", contava ao filho "mas temos de ter cuidado, eu não sei, mas os jogadores e o treinador têm de saber quem é, mas ele também sabe tudo, vais ver, um dia ainda o vais apanhar a treinar-te no Benfica".

O jovem Rúben não fazia ideia de quem era o treinador que ela falava e também não estava particularmente interessado em saber. Sabia que já tinham jogado contra o Benfica, mas o Vitória foi atropelado de tal forma que não quis saber. Queria era que o Darwin marcasse mais golos.

VtxFR31.png

Em Pevidém as coisas ainda ficaram tremidas com a expulsão de Rodrigo Conceição aos vinte e um minutos, numa entrada que, nas palavras da senhora Rafaela "só pode ser burro, ou o crl!". Com menos um o Vitória ainda viu o Pevidém ser mais atrevido no ataque, chegando o jogo a estar mesmo 1-2, mas aos 80' o central Goulart subiu num canto e colocou um ponto final na partida.

A arrumar as coisas e com uma velinha acesa para um bom sorteio, pode dizer que, de certa forma, deus respondeu aos seus desejos. Já com várias equipas de qualidade no cilindro, saiu ao Vitória uma das equipas sensação da prova: o Sporting de Espinho... em Espinho.

Desta vez o seu calendário estava livre e até tinha pensado em levar o filho consigo, mas provavelmente gastou mesmo toda a sua sorte ao desejar por bons sorteios para o Vitória, dado que não foi capaz de arranjar bilhetes para ir ver o jogo. A campanha fenomenal da equipa no campeonato fazia com que estes voassem. Ainda assim, só se culpou a si mesma.

pxYFJcK.png

Colada no rádio enquanto se ocupava com algo para fazer em casa (ficava demasiado nervosa com os jogos para ficar parada no mesmo sítio a ouvir o relato, ainda se fosse a ver o jogo...) chegou a esquecer com quem o Vitória jogava. O domínio era tanto, que o nome do Espinho ou dos seus jogadores raramente era mencionado. Ainda assim, o Vitória, incaracterístico, não conseguia chegar ao jogo. Só depois do intervalo, com a entrada de Hugo Félix e Val, é que a equipa entrou mais mordaz e rapidamente chegou ao golo. O primeiro golo nada mudou: só continuava a ouvir-se falar no Vitória. Ainda assim, "isto no futebol nunca se sabe, temos de marcar mais um!" e mais cedo pedisse, que Val, o melhor marcador do clube na temporada à data, realizaria os seus desejos e selaria o jogo.

Rúben chegava a casa com uma bola de futebol debaixo do bolso e não conseguia evitar rir-se com a alegria da mãe.

"Tanta festa por ganharem ao Espinho? Ai, ai, mesmo pequeninos..."

"Não ó banana! Saímos em primeiro no sorteio, vamos jogar em casa! Finalmente!"

"Contra quem?"

"Ainda não sei, shhh, deixa ouvir, vai ser ago(...)"

"Sport Lisboa e Benfica", bradava um dos responsáveis pelo sorteio.

Esta nova geração do Vitória, a "Nova Geração de Ouro", como os adeptos começavam a chamar, ainda não ganhara ao Benfica uma única vez. Três jogos, doze golos sofridos. Não tinham sido necessariamente equilibrados.

Não ficou com grandes esperanças, mas de uma coisa tinha a certeza: ia lá estar. Colocou notificações em todas as redes sociais para saber mal saísse a informação da venda dos bilhetes, para os tentar comprar.

Estava no trabalho quando a notificação veio e o resto do dia foi uma ansiedade de contar os minutos um a um. Até os segundos. O almoço nem lhe caiu bem. Quase queria fingir que estava doente para poder ir comprar bilhetes, mas jogos de futebol há muitos, emprego hoje em dia, para uma pessoa daquela idade...

Já o sol se tinha despedido quando saiu quase em ritmo de corrida do trabalho e acelerou o seu velho carro pela cidade fora, quebrando, talvez, algumas leis, não serei eu a denunciar, deixo apenas a hipótese de que isso tenha acontecido, para encontrar uma considerável fila.

"Metade desta gente nem deve vir torcer pelo Vitória!", pensou.

Aguardou nervosa na fila, temendo as palavras que iria ouvir passado trinta minutos.

"Já não há bilhetes para o jogo contra o Benfica."

Desolada foi para casa. Ainda tinha de fazer o jantar, o filho já devia ter chegado, ou então tava na rua a jogar à bola, como sempre. Provavelmente nem ia comer, estava mesmo chateada. Era fazer o jantar e ir para a cama, que amanhã era um novo dia e podia ser que a azia lhe passasse entretanto.

Chegou a casa e mandou um guincho com tal volume que teve medo que os vizinhos chamassem a polícia. Estava tudo escuro e antes que pudesse sequer processar o pensamento de que ia ter de dar um raspanete ao filho por ainda estar na rua àquelas horas, as luzes acenderam-se e este surgiu com um bolo na mão a cantar-lhe os parabéns. Esquecera-se completamente que fazia anos. "Estou mesmo cheché da cabeça", pensou.

"Olha, não sei se vais gostar muito da tua prenda", disse o rapaz com um rasgado sorriso atrevido, "portanto não me culpes pelo que acontecer!"

Até abriu a caixa a medo. Achou que aquilo ia explodir em confettis, ou que ia saltar uma cobra de brincar para a assustar, mas não, era apenas uma caixa com um envelope. "Que raio?"

Nem sequer considerou o que poderia ser, até que abriu o envelope e nele estavam dois bilhetes para o jogo.

"Como é que compraste isto? Não tinhas aulas?"

"Tivemos feriado e aproveitei!"

O rapaz mentia com todos os dentes que tinha na boca, mas era uma boa mentira, ou assim diria a amiga do João.

VuTV05T.png
O Estádio do Bonfim, apesar dos rumores sobre durante quanto mais tempo seria a casa do Vitória, estava preparado para receber os adeptos dos dois clubes.

Como habitual dos jogos contra o Benfica, era a melhor casa da temporada. O Bonfim tem capacidade para 15725 adeptos e, no dia do jogo, passaram pelos torniquetes 15105 pessoas. A secção visitante recebia lotação esgotada, 4000 adeptos.

Mãe e filho deslocavam-se para os seus lugares na bancada central, notando na quantidade de adeptos do Benfica que se via na mesma bancada. Alguns eram mais modestos, disfarçavam com uma camisola do Benfica por baixo do casaco fechado, deixando apenas transparecer um pouco de vermelho. Outros tentavam uma estratégia mais pacifista, com um cachecol com os símbolos dos dois clubes, ou uma camisola do Vitória e um cachecol do Benfica, ou vice-versa. Por fim existiam aqueles que não queriam saber. Quase pareciam delirantes para arranjar confusão. Vinham completamente ornamentados à Benfica, até a cara ou o cabelo pintavam e assobiavam a entrada da equipa da casa. O filho era respeitador, sabia onde estava e sabia que tinha de respeitar. Mas tudo isso se tornava irrelevante quando os jogadores entravam.

A plenos pulmões cantava e ajudava a afundar os cânticos dos visitantes, até os que invadiam a bancada central.

🎶 Cantemos todos esta marcha de louvor, cantemos todos seja lá onde for, viva o Vitória que nos faz criar glória, gritemos todos bem alto, gritemos "VIVA O VITÓRIA!" 🎶

Benfica XI: Vlachodimos, Morato, Tomás Araújo, Lucas Veríssimo, Rafa Soares, Diogo Gonçalves, Gedson Fernandes, Paulo Bernardo, Yankov, Brenner, Gonçalo Ramos
Sup: Samuel Soares, Gilberto, Marcus Edwards, Darwin Núñez, Facundo Torres, Ferro, Santiago Arias

Vitória XI: João Valido, Pedro Amaral, Luís Silva, Arrey-Mbi, Rodrigo Conceição, Mimito Biai, Bruno Ventura, Val, Bustos, Betancur, Walter Bou
Sup: André Pedrosa, Marco Cruz, Hugo Félix, Arabidze, Kamo-Kamo, Alejandro, Vitor Oliveira

A bola rolava e volvidos vários minutos de jogo percebia-se que o Vitória estava particularmente organizado e a tentar controlar a bola, mas a qualidade individual dos jogadores, ainda que o Benfica tivesse rodado alguns elementos da equipa, era notória. Cabia aos adeptos na bancada tentar criar um ambiente de tal forma pesado que dificultasse a vida aos jogadores visitantes e equilibrasse os jogadores.

Igual a si mesmo o Vitória tentava controlar a bola no campo do adversário e há mesmo período considerável de tempo na primeira parte onde a equipa, galvanizada pelos adeptos, impunha mesmo o seu futebol ao Benfica e chegava a assustar Vlachodimos, levantando o estádio várias vezes.

Os adeptos sentiam que o golo estava perto e a equipa sentia-o também. Cada vez mais confiante e atrevida,

98OJtKE.gif

A equipa roda a bola para trás para o seu pivot, como habitual, que coloca a bola em Pedro Amaral, este levanta a cabeça e vê o movimento de Bustos, faz um passe digno de um camisola dez e Bustos, frente a frente com Vlachodimos, utiliza a parte de fora do seu mágico pé esquerdo para colocar a bola tranquilamente no fundo da baliza. O Vitória adiantava-se no marcador!

Ainda assim, os adeptos sabiam que isso não significava muito e no meio da festa tiverem imediatamente a resposta de Jorge Jesus: Darwin saltava do banco para o aquecimento. Ainda que preterido esta época, onde Gonçalo Ramos era a estrela maior do ataque do Benfica, os setubalenses ainda tinham suores frios com Darwin. Havia até a piada que quando os pescadores saíam para o mar verificavam sempre se o Darwin não estava no barco também.

A mãe metia-se com o seu filho, que limitava-se a responder que o primeiro milho era para os pardais.

O Benfica atacava com tudo e inclusive perto do intervalo não marca porque nenhum dos santos que via o jogo não quis. Gedson aparece sozinho na área, João Valido faz uma defesa improvisada e enquanto a bola saltita timidamente para a baliza Pedro Amaral surge a aliviar a bola perto da linha, alivio que é imediatamente recuperado pelo Benfica, que nem cinco segundos depois faz um remate que é defendido por João Valido, mas a bola vai para os pés de um jogador do Benfica que desvia de volta para a baliza, mas estava lá Rodrigo Conceição que bloqueia a baliza como se o próprio fosse o guarda-redes!

O árbitro apita para o intervalo. Darwin continua no aquecimento e entra mesmo ao intervalo.

O Vitória fez o seu melhor possível para conter o ímpeto do Benfica, tentado contra atacar e tentado controlar a bola, mas os jogadores também sentiam o peso do jogo e, por vezes, precipitavam-se. Ainda assim, era claro como o Benfica estava a ter um dos jogos mais difíceis da sua temporada. Aos 59', num canto, Morato desvia a bola que bate no poste e vai direitinha para as mãos do capitão do Vitória, João Valido, quase como se guiada pelos deuses.

A frustração dos jogadores do Benfica aumentava e os jogadores do Vitória não se acanhavam de perder tempo e ser um pouco provocadores até, para enervar ainda mais os jogadores, com Rodrigo Conceição a ser a maior estrela nesse departamento. 

Aos 75' o Estádio do Bonfim gelou. Canto para o Vitória, a defesa do Benfica tira e a bola vai direitinha para os pés de Darwin, com toda a liberdade para galgar terreno. O uruguaio pega na bola e nem hesita, corre quase todo o relvado com a bola pelo relvado e é quando tenta tabelar com um colega que surge Rodrigo Conceição, que que heroicamente, num arriscado carrinho em que toca na bola o suficiente para permitir na bola o suficiente para que João Valido consiga chegar primeiro à bola. O estádio explode como se de um golo se tratasse e o filho de Sérgio Conceição conquistava o coração dos adeptos.

Se perguntarem, a mãe de Rúben Cunha não tem resposta para dar, mas a verdade é que nos últimos quinze minutos do jogo o Vitória conseguiu controlar o jogo e evitar sustos de maior. Nem queria acreditar quando o árbitro apitou para o final. O golo de Bustos colocava o Vitória nas meias finais da Taça de Portugal, onde já se sabia que o vencedor deste jogo enfrentaria o campeão nacional, Futebol Clube do Porto, enquanto que do outro lado outro Vitória juntava-se ao quarteto, enfrentando o Sporting.

Sabia que o seu filho era adepto do Benfica, mas este não ia triste para casa. Estava feliz. Um jogo eletrizante, energético, com um ambiente fervoroso. Acima de ser adepto do Benfica, era jogador de futebol.

"Espero um dia jogar num estádio assim!", proclamou.

"Certamente que jogarás, não te preocupes!", respondeu ao filho, emocionada.

Entretanto, na viagem para casa, o rapaz aproveitava o trânsito para colocar no Twitter um meme do Vitória inspirado no Borat, com o texto: "Este é o meu vizinho, Vitória de Guimarães. É um chato do crl. Eu chamo ao meu clube Vitória, ele chama ao clube dele Vitória. Eu digo que sou o quarto grande de Portugal, ele diz que é o quarto grande de Portugal. Eu ganho três taças de Portugal, vou ganhar uma quarta, ele só ganhou uma. Great success!"

l5EMoT3.png

  • Like 3

Compartilhar este post


Link para o post

Great success indeed. Que campanha até ao momento na Taça, com vitória simplesmente brilhante contra o Benfica.

Compartilhar este post


Link para o post
Visitante
Este tópico está impedido de receber novos posts.
Entre para seguir isso  

×
×
  • Criar Novo...